Caros Alunos,
Após ler o testo: "Das razões para o Suicídio" de L. A. Peluso, disponível em:
https://docs.google.com/document/d/1519-HiMqeYuxRmHbJInoJAmwdb7ig-vDRYSo8Lr6VCA/edit?hl=en#
e examinar o material disponível em:https://docs.google.com/document/d/1519-HiMqeYuxRmHbJInoJAmwdb7ig-vDRYSo8Lr6VCA/edit?hl=en#
http://www.youtube.com/watch?v=vpJmhVX2I88
http://www.youtube.com/watch?v=mwPJ_ZIZ9zk
http://www.ebooksbrasil.org/eLibris/cartatestamento.html
http://www.youtube.com/watch?v=3EPiQbifyeg
http://www.youtube.com/watch?v=IPXbqktIHbw
http://www.youtube.com/watch?v=u6w7HVYIzdg
elabore seus comentários e envie para postagem. Vc. tem até as 24hs. do dia 31 de março para realizar essa tarefa.
Vejo nesse tema uma questão extremamente problemática.
ResponderExcluirPrimeiramente, não entendo porque o onanismo e a pederastia entraram nesse tema. A pederastia, inicialmente tida como uma relação entre um homem e um adolescente, hoje é tida como a relação entre dois homens, o que caracterizaria a homossexualidade e isso eu, pessoalmente, não considero uma imoralidade. Já sobre o onanismo, caracterizado como masturbação – realizada pelo próprio indivíduo ou por outrem – pode também estar relacionado com a homossexualidade ou apenas com a própria masturbação individual, o que eu também não considero como imoralidade.
Sobre os outros dois temas propostos, vejo na questão de modificações corporais uma posição estritamente pessoal, já que, neste caso, realmente ninguém mais além do praticante da ação é afetado, o que possibilita à pessoa que faça o que quiser com seu corpo.
Continua!
ResponderExcluirJá sobre o suicídio, me deparo com diversas questões extremamente complexas. Talvez eu não consiga alcançar um consenso dentro dos meus pensamentos, mas gostaria de expor alguns questionamentos que me surgiram ao ler o texto e a carta-testamento de Getúlio Vargas. A primeira questão que me vem à cabeça é até que ponto o suicídio é uma imoralidade apenas contra si mesmo; naturalmente a resposta seria sim, pois fisicamente o único indivíduo afetado é o suicida, porém, indo mais a fundo, não posso ignorar o sofrimento de seus familiares, amigos e/ou pessoas próximas, considerando a existência de tais pessoas. Além disso, ignorando as questões religiosas, me pergunto sobre o direito dessa pessoa sobre tirar a sua própria vida; a natureza exerce um enorme esforço para que seja criada uma vida... São milhões de espermatozóides lançados, esperando pela sorte de encontrar um dia fértil e um óvulo maduro, para iniciarem uma corrida pela fecundação; milhões de possibilidades de doenças, de acidentes, de coisas que impossibilitem a vida. Pensando dessa maneira, não consigo decidir se seria justo com a natureza desperdiçar todo esse esforço.
Como já dito, a questão do suicídio é, talvez, uma das questões mais complicadas e sobre a qual eu não consigo tomar uma posição.
Em relação ao onamismo e a pederastia não vejo como uma imoralidade, pois é uma decisão pessoal que não afeta outros indivíduos, é uma relação com o mesmo sexo e o uso do seu corpo, e acho que recebeu essa conotação perjorativa por simples imposição da sociedade, uma imposição estética e religiosa. Porém não posso deixar de citar que a pederastia é considerada crime pelo Código Penal Militar, previsto detenção de seis meses a 1 ano.
ResponderExcluirJá em relação ao suicídio, obtive uma idéia um pouco mais clara ao ler o texto e fazer referência a carta de Getúlio Vargas. Pelo que pude perceber as pessoas que cometem suicidio, em sua maioria, é por causa da pressão imposta pela sociedade, seja religiosa, econômica, politica, social e até afetiva, as pessoas buscam um fim para a sua "dor" ou por não conseguir expressar/realizar os seus propósitos nesse mundo.
Não posso afirmar com certeza qual é pensamento decisivo para cometer esse ato, mas é inegável que ele possui um vínculo inicial com as áreas citadas acima, além de causar sofrimento para outras pessoas, e esse é o motivo pelo qual condeno essa prática, pois causa sofrimento para a familia, é uma decisão unicamente pessoal que também afeta outras pessoas.
O mesmo, em partes, acontece com a auto mutilação, é a maneira de se ser incluído em um determinado grupo social, de demonstrar seu interesses e sua revolta com o mundo ou apenas uma tentativa de se encaixar em um esteriótipo de beleza imposto pela sociedade. E sobre esse assunto não possuo uma julgamento preconcebido, pois não entendo como a sociedade pode achar a tatuagem ou o body modification uma agressão para o corpo, mas quando se trata de colocar silicone ou fazer uma lipoaspiração a idéia muda drasticamente para o rótulo de mudança benéfica para melhorar a autoestima.
Concordo com a Bárbara com relação a não compreender o motivo pelo qual pederastia e onanismo entram na seleção de imoralidades contra si mesmo e ainda vou mais longe dizendo que os outros casos apresentados não podem ser considerados como imorais, quando tomados de forma racional.
ResponderExcluirEnquanto as ações praticadas alcancem apenas o praticante da ação, ou pessoas que concordam com a ação, seria correto julgá-las como imorais? A questão chave talvez seja encontrar contra o que estas condutas estejam atentando.
O onanismo quando caracterizado como conduta imoral está carregado com o preconceito judaico-cristão da sociedade ocidental, visto que em sociedades orientais esta pratica é aceita e até incentivada.
As mutilações e modificações corporais, quando feitas conscientemente e por livre vontade, julgá-las como imorais não passa de preconceito novamente, pois se o indivíduo não está agredindo ninguém com suas ações, qual motivo teríamos para alegar a imoralidade?
A pederastia, quando ligada à pedofilia deve ser combatida, pois além de imoral esta atentando contra a formação da criança, mas se assumirmos que pederastia é apenas homossexualismo estaremos sendo apenas preconceituosos novamente ao taxá-la de imoral.
A análise destes temas nos remete a conceitos como identidade, cultura, tradição. Em termos contextuais, todos carregam em seus significados uma interrupção ou desvio de sua finalidade. O onanismo, ou coito interrompido, impede a fecundação, contrariando o propósito da natureza que é procriar-se, o que, nos moldes da moralidade cristã, o torna pecado. A pederastia, de origem grega, não tinha a conotação que hoje lhe atribuímos. Para os moldes sexuais do mundo contemporâneo é inaceitável porque contraria, também, a prática sexual que não vise à reprodução da espécie. A mutilação também altera a finalidade dos órgãos em nome de práticas religiosas ou culturais. É tratada como violação dos direitos humanos, especialmente no tocante às mulheres em países cuja prática está enraizada e se justificam por tradições que veiculam uma cultura que discrimina e subjuga a mulher.
ResponderExcluirO suicídio é o término do ciclo da vida, é a renúncia de si porque insuperável “a necessidade de existir sem razões necessárias”. Todos estes atos passam pelo crivo da sociedade, mas não há consenso sobre o que é aceitável ou inaceitável. Isto porque, a interação social e o conhecimento criterioso são fundamentais para o desenvolvimento e propagação de idéias, estabelecendo, assim, práticas sócio-culturais, mas fatores como crenças, religião, tradição, também são elementos de interferência da realidade individual e social, dificultando o consenso. De se concluir que a qualificação destes atos em morais ou imorais é própria do momento e do ponto de referência em que os julgamos.
ResponderExcluirQue me perdoe Getúlio Vargas e sua tentativa de ser Jesus Cristo, mas não há nada de nobre em se matar, em hipótese alguma pode ser racionalmente considerado como uma ação sublime de renúncia. Porém ao pensar se o suicídio pode ser considerado aceitável ou não, ético ou não, a questão torna-se mais complexa.
ResponderExcluirSe considerarmos como critério de aceitabilidade as conseqüências e danos causados pelo ato de se matar, é fácil supor que como o único envolvido na ação é o próprio suicida, sendo esse causador e vítima, o suicídio não deve ser considerado imoral. (Embora Durkheim, por exemplo, diria que a prática suicida é também produzida pela sociedade.)
Por outro lado, como portadores de razão, ao analisar a decisão de tirar de si a própria vida, não somos capazes de encontrar razões suficientes que impliquem na decisão de suicidar-se, não vejo nada de racional nisso. Na verdade, a razão deveria sobrepor-se a qualquer impulso de eliminar o maior bem humano. Ou seja, nesse ponto de vista, o suicídio deveria ser considerado imoral, errado na medida em que ofende a racionalidade, a humanidade no geral.
Ainda que o tema seja difuso e dê margem a diversas interpretações, o suicídio parece mais fácil de ser analisado quando comparado a pederastia, onanismo e mutilações. Provavelmente isso ocorre porque esses outros temas estão ainda mais carregados de tradições e preconceitos que influenciam a análise filosófica do tema e se tornam ainda mais subjetivos do que o primeiro tema tratado.
Em um contexto social totalmente pluralista com entidades independentes, vivencia-se cada vez mais a composição de atributos éticos que guiam a conduta dos indivíduos, que por sua vez acabam por estabelecer princípios mútuos em relação ao padrão de vida que querem seguir. Desse modo a discussão sobre ética decorre do preceito de que as consequências dos argumentos são de cunho universal, isto é, o que é considerado bom para um, tem de ser correto para todos quando estão organizadas em um mesmo encadeamento de ideias. Entretanto é evidente que nenhuma teoria ética pode ser tomada como verdade absoluta para conduzir o comportamento humano. Os impactos gerados pelos tipos de imoralidade contra os próprios indivíduos são divididos em quatro elementos: onanismo (alta estimulação sexual individual/masturbação), pederastia (uso de determinado órgão para outra finalidade fisiológica), mutilação (modificações físicas ocasionadas principalmente pela estética) e o suicídio em que ao praticar o ato da morte acaba por afetar somente ao suicida. Seria como se uma pessoa tentasse se matar em uma ilha deserta.
ResponderExcluirO principal tema em questão, o suicídio, é um fator caracterizado pelo emprego da violência e da dificuldade de abordar tal assunto, que merece um vasto debate. A palavra suicídio tem origem a partir da representação latina “sui caedere” que segundo sua tradução significa “matar-se”. Mais especificadamente na língua portuguesa ela é dada como o “ato deliberado pelo qual o indivíduo possui a intenção e provoca a própria morte”. Como diz Albert Camus, um importante filósofo francês, “Só existe um problema filosófico sério, o do suicídio. Julgar se a vida vale ou não ser vivida corresponde à questão fundamental da filosofia”. Atualmente pensar em suicídio é algo muito forte. É como um tabu social que busca ser entendido como um direito de decisão do próprio homem. Porém, não se tem o livre arbítrio para cada um determinar se querem continuar a enfrentar seus problemas ou então desistir de tudo com o “escapismo de lugar”.
Portanto, como descrito no texto: “Das razões para o suicídio” de Luis Alberto Peluso, “o mundo dos conteúdos cognitivos, em sua própria natureza parece, em grande parte, indecidível”, isto significa viver em constante conflito interior entre a consciência (aspectos racionais) e a inconsciência (subjetividade) em relação a uma pessoa e o grupo social ao qual pertence. As diferentes ocasiões que impulsionam o homem a ser um suicida dentro de uma sociedade cada dia mais globalizada levam ao desencadeamento do onanismo e da pederastia, revelados nos vídeos indicados da cantora Ana Carolina. Também é sugerida a mutilação do próprio corpo com a busca pelo condicionamento estético de vida, muitas vezes sem saber exatamente o porquê de fazer isso, já que “não existem razões capazes de justificar as nossas ações de autodestruição”.
(Continuação)
ResponderExcluirAcredito que a racionalidade talvez seja utilizada como uma ferramenta que desperta o sentimento da realidade sensível, ou seja, seria uma forma de rejeitar tudo o que é difícil de lidar, como o corpo (enfrentando o problema com cirurgia plástica, colocação de ‘piercing’, tatuagens, dentre outros), as paixões e o caráter do dever do qual o curso da vida depende. Durkheim é um autor que tentou expor as principais causas sociais do suicídio para um grupo de indivíduos. Para ele cada sociedade tem uma disposição e uma justificativa diferente para realizar o suicídio, depende das situações a que são colocados com o passar do tempo.
Sendo assim, questiono: Para que desafiar a natureza? Se “O fato é que estamos vivos. Isso nos é dado e não temos escolha. Não somos livres para existir. Podemos escolher por um fim em nossas vidas. Isto é certo. Entretanto, não estamos na posição de poder declarar que o fazemos motivados por conteúdos cognitivos que tornam a opção pela vida inaceitável”. É possível verificar a influência que as práticas sociais, que estão em constantes transformações, exercem sobre um único indivíduo. E para se adaptar a essas mudanças as pessoas utilizam-se de meios necessários para poder acompanhar o processo, em outras palavras, “situar-se individualmente dentro do coletivo para não se abater num estado anômico” e se por acaso não suprem esses problemas, encontram no suicídio a melhor maneira para eliminá-los de sua vida. É provável então que considerações éticas inibam o pensamento dos homens para o suicídio, pois o meio social em que se encontram é que encaminha o desfecho de sua história.
Classificar a pederastia, mutilação, onanismo e suicídio como ações morais ou imorais é bem difícil. Nós não sabemos os motivos que levaram a pessoa a agir dessa maneira. Temos que levar em conta a individualidade de cada ser dentro da sociedade.
ResponderExcluirNa minha opinião, a mutilação e o onanismo não são ações imorais, pois a ação do indivíduo não afeta outros indivíduos, já a pederastia se encarada como pedofilia, é imoral e deve ser combatida, mas se a pederastia for considerada como apenas homossexualismo, estaremos sendo preconceituosos falando que essa ação é imoral, pois é uma ação que afeta somente os indivíduos envolvidos.
Eu acredito que as crenças podem interferir bastante na classicação desses atos como imorais ou não. Por exemplo, uma mulher que não tem religião e que não teve contato nenhum com qualquer crença pode ver o aborto como algo moral, já uma mulher que tem uma religião e que por um acidente fica grávida em um estupro e ela não aborta pois sua religião não permite. Como classicar essa ação como moral ou imoral? Podemos citar também a pederastia, que muitas religiões não concordam com essa prática.
O suicídio é algo que o próprio indivíduo decide realizar, porém essa ação, ao contrário da mutilação e do onanismo, traz consequencias para os outros indivíduos que irão sofrer com a morte da pessoa. O suicídio que mais repercutiu nas terras tupiniquins foi o do Presidente Getulio Vargas. Foi considerado o "pai dos pobres" por medidas populistas que amenizaram um pouco a situação dos trabalhadores. Entretanto, num momento de pressão política muito forte, optou por dar um tiro contra o próprio peito. Na minha opinião, tirar a própria vida é algo imoral, pelo fato de trazer sofrimentos para aqueles que ficarão. Além disso, acredito que nós não temos o direito de escolher estarmos vivos ou não, quem deu esse dom a nós foi Deus, por isso também não temos o direito de nos matarmos, se recebemos a vida de Deus, é Ele quem deve tirar.
Continuação...
ResponderExcluirDurkheim trata o suicídio de forma não psicológica, mas de forma social, buscando padrões empíricos em diversas sociedades e seguindo um método comparativo. É daí que Durkheim consegue definir os 4 tipos de suicídio do ponto de vista sociológico (egoísta, altruísta , anômico e fatalista - e suas combinações). O suicídio egoísta- que resulta de uma individualização excessiva e cujo grau de integração do indivíduo na sociedade não se apresenta suficientemente forte; o suicídio altruísta- que ao contrário resulta de uma individualização insuficiente e o suicídio anômico- que se relaciona com uma situação de desregramento, típica dos períodos de crise, que impede o indivíduo de encontrar uma solução bem definida para os seus problemas, situação que favorece um sucessivo acumular de fracassos e decepções propícias ao suicídio. sociedades tradicionais onde a solidariedade mecânica prevalece.O último tipo de suicídio é o suicídio fatalista. Embora Durkheim o visse como de pouca relevância contemporânea, ele acreditava que isso acontece quando um indivíduo é regulado demais pela sociedade. A opressão do indivíduo resulta em um sentimento de impotência diante do destino ou da sociedade.
Se tomarmos como ponto de partida que imoral é tudo aquilo que vai contra a natureza do ser humano, podemos dizer que todas essas ações são imorais.
Na minha opinião é muito difícil analisarmos se tais questões são imorais ou não, porque sempre iremos achar uma situação que irá nos colocar em dúvidas com relação a essa classificação Esses são temas exigem uma discussão muito profunda, no meu ponto de vista.
Acredito que seja impossível classificar esses tipos de ações como ações imorais ou morais sem apelar para algum tipo de crença, influência externa ou experiência, opinião pessoal.
ResponderExcluirPortanto, sem mais delongas, em minha opinião não considero nenhuma dessas ações imorais, pois, em sua maioria são ações que afetam apenas o próprio praticante, exceto pelo suicídio.
Ao analisar o suicídio, noto que dentre todos os tipos de mortes já causadas por seres humanos até hoje, desde a mais banal até a mais horrenda, o suicídio me parece ser a mais nobre e racional de todas.
Isso me lembra muito o Utilitarismo: se o indivíduo deve agir da maneira necessária em busca do seu prazer, e ele acredita que, no momento, o seu maior prazer é a morte, então não há problemas.
Claro que nem todas as pessoas conseguem aceitar esse fato com maturidade, talvez por ficarem se sentindo culpadas ao perder essa pessoa tão querida e não ter conseguido salvá-la enquanto ainda havia tempo. Acredito que a decisão do suicídio deve ser respeitada antes de qualquer outra coisa, assim como decisões relacionadas aos outros temas aqui citados.
Portanto, simplesmente dizer que o suicídio é um ato irracional me parece algo muito ingênuo.
Até o momento pudemos ter acesso a diversos autores que discorrem sobre a dificuldade de se definir o que é a ética , como ela se dá , qual o mecanismo de sua universalização, se ela corresponde a uma característica intrínseca do homem ou se é apenas mais uma de suas criações , etc. Agora, na tentativa de justificar se algo é moralmente correto/aceitável ou não à luz das teorias clássicas sobre ética nos deparamos com um dos mais complexos assuntos referentes a tal julgamento : o das ações realizadas por alguém que têm como único concernido o próprio agente. Acredito que ao analisar as situações apresentadas neste tema , primeiro pela ótica de Kant e posteriormente pela dos utilitaristas, perceberemos que nas duas vertentes existem argumentos fortes para classificarmos o onanismo, a pederastia, a mutilação e o suicídio como atos imorais. Alguns desses argumentos seriam, como visto em aula , para Kant , o fato de que ao praticar essas ações o indivíduo estaria fazendo uso inadequado das funções de seu corpo e portanto estaria contrariando seu dever, aquilo que a razão determina como moral/ético – o que também se aplica ao suicídio : a razão não tem essa atitude como correta ao homem. Já para os utilitaristas, algumas dessas ações poderiam até trazer algum tipo prazer imediato, porém ao se pensar nas consequências a longo prazo o agente acabaria por perceber que teria inúmeros desprazeres decorrentes delas. Todavia , minha conclusão a cerca desse debate é bem próxima ao que afirma Ludwig Wittgenstein , de que com referência os atos acima enumerados, os argumentos filosóficos não são suficientes para afirmar serem eles corretos, bons ou morais; essa determinação depende de variáveis que não são tradas ( ou não se referem a problemas) no campo filosófico, mas sim em áreas como a psicologia, a sociologia , a religião e etc. Penso ser muito difícil encontrarmos uma unanimidade filosófica prática na classificação de determinadas práticas, pois como afirmou a colega Sara, cada pessoa tem sua história, sua formação cultural, religiosa e suas experiências, assim se baseia nelas para julgar algo como certo ou errado, independentemente do que determine qualquer teoria ética.
ResponderExcluirEis que temos um assunto polêmico, afinal de contas, mal se consegue definir a Ética e os conceitos morais em um contexto social, de grupo, como poderíamos fazê-lo nestes contextos que tem caráter individual e isolado? Com os diversos pontos de vista filosóficos que nos foram apresentados ainda sim temos dificuldade em discernir tais situações, uma ação tomada contra si mesmo pode ser imoral? A pessoa não é dona de seu corpo e de seus atos? Apesar de este ser um estudo filosófico, são inúmeros os aspectos sociais que interferem nesse tipo de situação, apesar de não serem levados em conta, os cito aqui, pois eles existem e fazem diferença nesse contexto. Filosoficamente as ações de um individuo são moldadas e classificadas perante a Razão Humana, dizer se ele está sendo ético ou moral, certo ou errado. O certo, seria supostamente o que ele deveria fazer, mas não é o que ele é obrigado a fazer. A esse ponto de vista poderíamos mesclar a definição de Wittgenstein, de que a Ética é “uma tendência do espírito humano”, obtendo assim um maior número de deveres sendo cumpridos, o ser humano cada vez mais Ético. Mas pode uma ação individual, que quando praticada por uma pessoa só gera conseqüências para ela, sem envolver absolutamente ninguém do meio externo, ser considerada imoral ou moral? Prefiro não tentar responder a estas perguntas, creio que minha compreensão é demasiada limitada, ou talvez não seja esse meu problema, tenho extrema dificuldade em separar isso de uma discussão social e temo tentar prolongar mais este comentário e dessa forma cair em uma discussão que não seja filosófica, assim como ocorreu em sala de aula. Não vejo sentido em não poder usar as experiências e exemplos que temos na sociedade para refutar argumentos ou criticar argumentos, se a Filosofia estuda algo que está ligado diretamente a razão humana, como a Ética, e a vida humana (e não só a humana) se baseia num contexto de grupo, um contexto social, existe uma inegável relação entre eles, digo entre Ética e Sociedade. Mas se não podemos usar esses exemplos e comparações, concordo plenamente com Wittgenstein, isso é blá, blá, blá. Posso ser um tolo por isso, mas realmente não consigo viver uma coisa, ver as pessoas vivendo uma coisa, ouvir relatos de pessoas vivendo uma coisa e simplesmente pensar outra como se tudo o que vivemos não tivesse nada a ver.
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ResponderExcluirQuando análisei as teorias éticas, cosegui exergar suas conjecturas e coincidências – mesmo que não sendo sozinha (refletindo com ajuda/orientação) - analisar e avançar nos estudos, mas ao me deparar com a prática, tenho a impressão que não consiguo avançar sobe o tema, fico presa no limites das palavras de Wittigenstein: “[...] que estas expressões carentes de sentido não careciam de sentido por não ter ainda encontrado as expressões corretas, mas sua falta de sentido constituía sua própria essência.”. Concordo com a Queli quando diz que estes temas apresentados passam por conceitos de identidade, cultura e costumes (dinâmica social); mas ao julgar se o súicidio, o onanismo, a mutilação e a pederastia; são prática éticas ou não; tenho a impressão que só uso o sentido de ética com “conjunto de regras, ou princípios que orientam as ações de grupos de indivíduos (Ética Prática)” definida pelo prof. Peluso; e se for apenas por este sentido o julgamento irá depender do contexto, da referência, das experiências do jugaldor.
ResponderExcluir- Morrer ou mortificar-se.
ResponderExcluirSandro Silva e Costa estudava o conceito de Relatividade de Einstein. Era também um grande literato-bloguista e um ávido leitor de James Joyce, onde extraiu seu pseudo no blog, Dedalus – e sua correlação com o mito grego. Einstein, Joyce e o mito de Dedalus têm alguns pontos em comum.
Einstein e Joyce ambos nos presentearam com grandes contribuições em suas áreas que nos deixaram cada vez mais perplexos sobre a realidade que nos cerca. A Teoria da Relatividade do Einstein mostrava que o mundo e nossas percepções são bastante flexíveis – que nossa percepção é determinada tanto pela nossa posição em si quanto a nossa posição em relação à outras coisas. Essa teoria teve um impacto imenso nas teorias do conhecimento, ela impunha limites no que e no como podemos conhecer devido a nossa posição no tempo/espaço. A Relatividade de Einstein é o primeiro impasse do desgate racional da modernidade, alavancando toda a nossa profunda confusão, nosso descompasso e nossa incompatibilidade em relação ao mundo, em relação aos outros. É onde não há mais o sentimento de certeza fixada simultânea a todos que era o nosso solo para entendermos o mundo e, para principalmente, nos relacionarmos com outras pessoas.
James Joyce é influenciado por essa noção einsteiniana e a encarna em seus livros. O livro “O Retrato do Artista quando Jovem” de Joyce está na lista de livros do perfil de Sandro Silva e Costa, nele o personagem principal é o pseudo usado por Sandro– é Dedalus. Stephen Dedalus é o retrato da confusa modernidade ou pós-modernidade. No livro estamos dentro da cabeça de Dedalus, mas que nunca a entendemos completamente. Joyce aprofunda e ilustra o relativismo carregando o leitor, com Dedalus, de um mundo onde a realidade é objetiva e conhecida, para um mundo pós-einsteiniano, onde a realidade, as verdades são perspectivas e posições. É uma narrativa profundamente psicológica, com passagens subjetivas de tempo que hora parece se acelerar outras se desacelerar e que nunca ocorre simultânea à nossa e à outras passagem e visão do tempo, estilo que ficou conhecido como fluxo-de-consciência, uma narrativa da solidão dos próprios pensamentos que nunca encontra os outros fluxos. No livro de Joyce, seu personagem Stephen Dedalus se vê preso nos labirintos composto pela sociedades, por nossas acidentais relações sociais e afetivas, que nos prendem, nos ligam, nos acompanham mas ironicamente a nossa cabeça, a nossa racionalidade, o nosso fluxo de pensamento interno age só, desacompanhado, desamparado, nenhuma ideossincrasia, só fragmentação com ilusão de companhia que é a maior das prisões. No blog, Sandro muito similarmente escreveu “a solidão não é um fato por si só: somos ilhas, mas ao nosso redor há um oceano repleto de outras ilhas, e elas interagem umas com as outras, às vezes mais, às vezes menos”...“toda essa coisa de relacionamentos humanos é uma merda, que só aparece de forma realista no cinema em raríssimas ocasiões. Deixa eu me explicar melhor: como físico, eu sei que a existência de simetrias é importante; no entanto, embora possam existir simetrias ideais e bonitinhas na natureza, as que existem mesmo, em geral, são feias, quebradas, quase não-simetrias”.
Com James Joyce, o livro inteiro é a tentativa de Dedalus de se libertar do labirinto, fugir da prisão para encontar a vida, a sua inspiração, sua liberdade. O livro tem como pano de fundo o mito de Dédalus na Grécia Antiga. Na obra joyceana o labirinto muda de forma, tratava-se da sociedade e de todo o meio que nos cerca. No mito grego, Dédalus é um homem inteligente, culto mas execrável. É um “diletante profissional”, um arquiteto do saber. É pois, uma parábola da ambiguidade da razão. Dédalus, “o escravo da razão”, foi o construtor do labirinto do qual se viu preso, a “mente do gênio escravizado” (publicar ou perecer de hoje) que criava a partir da demanda de seus dominadores, e nunca por seus motivos próprios, suas inspirações próprias e por fim fica recluso a eles. A mesma razão que prende é a razão que tenciona a liberdade. O mesmo Dédalus projeta algo para decifar seu labirinto: suas asas. O mito final de Sandro Silva e Costa é o mito de Sísifo. Albert Camus escreveu um ensaio filosófico desse mito. Sísifo por desafiar os deuses é condenado a empurrar uma pedra de uma montanha até o topo, a pedra então rolaria para baixo e ele novamente teria que começar tudo de novo por toda a eternidade. É a concretização do absurdo da vida, o absurdo da repetição, do cotidiano, da mesmice das prisões racionais da vida moderna e da solidão. Cada vez mais conclamamos por liberdade, por alívio. As asas e os vôos parecem cada vez amis atraentes. Stephen Dedalus de James Joyce voa para Paris. Dedalus e Ícaro do mito voaram fatalmente para o Sol. O Dedalus de Sandro Silva e Costa fez o voo da descriação, da esperança de continuar em outro lugar.
ResponderExcluirMorrer ou mortificar-se. Cada vez vemos a fragmentação do indivíduo e a fragilidade, volatilidade das relações humanas. Cada vez mais vemos aparecer mundos próprios, desconexos de outras ou de todas realidades possíveis. Sem conexões, vemos crescer os vazios existenciais no mundo. O nada que olhará para o nada, para o abismo. Tomar uma posição sobre este tema, seja do suícido em si tanto quanto ás práticas de mortificações corporais é uma tarefa árdua e reconheceremos ainda que serão prática recorrente individual (ou pelo menos um pensamento recorrente). A dificuldade é a questão da relatividade (Einstein de novo!), no ponto de vista consequencialista, hora essa prática parece causar dor (especialmente familiares), hora ela parece causar alívio. Mais do que saber se essas práticas são imorais ou não, eu me preocupo com a pretensão da possibilidade de fazer esses julgamentos. Se a ética têm como princípio a liberdade não sei se podemos fazer julgamesto de valor absoluto sobre o que as pessoas fazem com o próprio corpo e consentem plenamente
-Viver ou (sobre)viver
Tomarei o caminho de Wittgenstein. Não abrirei o bico sobre o significado da vida e afins. Mas fecho com a incrível reflexão existencial do vídeo de Ana Carolina: Sabonete. Paliativo. Auto-suficiência frente ao inevitável abismo entre os seres humanos. Até encontrarmos respostas, linguagens satisfatórias, quem ou o quê complete os nossos fragmentos. O abismo, o não-ser, o nada sempre estará em aberto...
Tentar analisar o papel do onanimso, pederastia, mutilação e suicídio como algo moral ou imoral é algo muito complexo , pois nunca conseguimos delinear até que ponto estamos analisando a moral , tendo que desviar de costumes e culturas que podem dar outro significado a tais praticas.
ResponderExcluirTratando da mutilação e do onanismo , acho que esses não podem ser considerados atos imorais , afinal não é algo que a pessoa esteja fazendo que afete outras pessoas . Em algumas culturas a mutilação faz parte dos costumes e assim como para uma cultura ocidental isso acaba passando mais como um “artefato” estético , para eles é algo enraizado em sua cultura e a pessoa “diferente “ seria aquela que não possuísse tais “ mudanças corporais”. Além do que essas pessoas estão fazendo algo com seu próprio corpo, se outros indivíduos acham isso errado podem simplesmente não fazer a mesma coisa , sem se prejudicar de nenhuma forma e não prejudicando a sociedade como um todo .
Quanto a Pederastia , a analise fica mais complexa. Excluindo ela como pedofilia, que de fato considero imoral , é muito difícil conseguir analisa-la desviando de todos os preconceitos que envolvem o homossexualismo .Para nossa sociedade com fortes influencias ,principalmente religiosas, isso acaba se tornando uma tarefa muito mais árdua , pois a maioria das pessoas só consegue ver a situação com toda bagagem de preconceitos e tradições que são inseridas em si pela sociedade onde vivem desde o dia em que nasceram .
Continuação ...
ResponderExcluirDurkheim em seu estudo sobre o suicídio diz que a sociedade é a principal responsável por isso, a integração social do individuo com a sociedade que vai determinar se ele comete suicídio ou não , mas eu acho que o suicídio acaba sendo uma coisa além da relação da sociedade com o individuo , mas sim algo mais do individuo com ele mesmo, mas ainda não sei se considero o suicídio um ato que requer grande coragem ou grande covardia. No final ele acabe atingindo a sociedade , pois por mais que seja um “ato” que a pessoa esta fazendo contra ela mesma , essa decisão vai atingir diversas pessoas que estão a sua volta, como por exemplo aconteceu com Getulio Vargas que conseguiu comover toda uma nação
Após a análise das principais teorias e vertentes do debate ético, partimos agora para a ética prática. Onde ao examinarmos as teorias éticas percebemos que quando tomadas em sua singularidade concernem no esforço de justificar os princípios morais aos quais se fundamentam. Temos, portanto, que para uma reflexão se transformar em uma teoria ela precisa antes se alicerçar em um “método de exame pelo qual se sobe das consequências ou efeitos aos princípios ou causas”.
ResponderExcluirQuando realizamos uma reflexão ética meticulosa acerca dos problemas vinculados à vida humana que envolvem questões como: o onanismo, pederastia, mutilação e suicídio partimos para um debate onde há sempre o conflito entre valores éticos e cânones morais. Saber se atentar contra a própria vida ou então de alguma forma impedir que ela surja (impedindo que células reprodutoras cumpram sua finalidade) é algo permitido ou proibido, ético ou imoral é uma questão que diz respeito não apenas a moralidade, como também às “formas intelectuais de se tratar o mundo”, onde cada teoria sócio-filosófica apresenta sua defesa particular.
Digamos que as vertentes filosóficas que se embatem mais comumente na discussão ética são: o Essencialismo e o Pragmatismo. Para os essencialistas nós podemos saber, à priori, se determinadas atitudes são condenáveis ou não. Onde as noções de bem e os valores são inerentes a nossa natureza, pois à partir desses valores básicos, essenciais, absolutos e universais nós somos encaminhados a cumprir o propósito da felicidade, onde “o que está apropriado de si só pode ser e agir segundo sua natureza”. Já o Pragmatismo possui uma postura mais prática, sendo que, o que importa é a ação e não a conduta do indivíduo que a pratica. Sendo assim, temos que as teorias pragmáticas investem principalmente nos aspectos factuais da vida em detrimento das pessoas e instituições. Parte então do pressuposto de que a sociedade é pluralista e que as situações, muitas vezes são mais voltadas ao “prático situacional” do que ao “ideal normativo”. Podemos desta forma inferir que a teoria essencialista deixa à desejar, tornando a moralidade algo altamente subjetivo e / ou metafísico, pois à partir do momento em que cremos na sua teoria de essência humana temos que admitir a existência de valores absolutos onde “se conseguirmos demonstrar que existe “o natural” teríamos um critério firme para defender a existência de uma essência humana”. Haveria um apriorismo da dignidade humana que torna a moral um aspecto humano espontâneo e, de certa forma, impositor de seus preceitos.
A teoria pragmática portanto, nos apresenta mais plausabilidade à medida que leva em consideração a pluralidade envolvida em nossas ações que, por sua vez, não estão ligadas ao absoluto. Para os pragmáticos há várias variáveis envolvidas em nossas atitudes perante problemas éticos como a motivação, a intenção, a ponderação mediante preferências e interesses, as vantagens e desvantagens ou o prazer e a dor (como afirmam os Utilitaristas).
Continuação...
ResponderExcluirCompreende-se assim que não há como julgar as atitudes referentes à defesa ou aniquilação da vida (suicidando-se ou indo contra os preceitos religiosos da procriação), pois se vincula muitas vezes em nossa sociedade, os valores aos cânones e / ou dogmas. Quando o julgamento das atitudes envolve esse aspecto rígido caímos então na armadilha do unilateralismo das posturas morais conservadoras e intolerantes.
A questão da presença do suicídio no meio acadêmico abordada no artigo “Das Razões Para o Suicídio” do filósofo e professor titular da Universidade Federal do ABC, Luís A Peluso nos revela que a racionalidade humana - quando entendida nos aspectos intelectuais de se abordar o mundo - possui eminente impasse quanto a um consenso ou ao alcance de uma teoria que seja irrefutável. Deste modo o conhecimento propagado no mundo intelectual nos põe diante da realidade de que “o fato de uma ideia, teoria ou crença satisfazer os critérios de aceitabilidade não nos permite decidir de forma definitiva e apurada entre o aceitável e o inaceitável.”
Deparamo-nos então com a instabilidade do conhecimento e com a fragilidade da raça humana perante os enigmas da vida. Esse conhecimento instável ou “motivações provisórias” vinculados aos “conteúdos indecidíveis” torna o ser desamparado, pois “ser um intelectual significa perceber que são infundados os preconceitos, as superstições e os horrores que via de regra, impedem o ser humano de praticar as ações autodestrutivas e que são precários os conhecimentos que dispomos e que podem ser razões para viver ou morrer”.
Quando se depara com sua incapacidade cognitiva de entender de modo pleno o que o cerca, o indivíduo se vê então sem um sentido objetivo para viver, posto que tudo que vivência é incerto. As teorias, por mais verossímeis, não podem ser consideradas a expressão da realidade. Essa ausência de significação da vida faz muitas vezes que alguns prefiram não viver ou “continuar, talvez e provavelmente, mas em outro lugar e com outro nome” (Dedalus).
Para finalizar, temos então que pelo fato das teorias pragmáticas serem mais plausíveis considerando que a moral não é previamente inserida no ser humano. Mostra-nos que não é preciso esclarecer em demasia, pois é facilmente constatável que a multiplicidade das tradições culturais e religiosas resulta na divergência acerca do sentido de um “bem moral” sui generis ou então da definição de legalidade de um ato, do dever, da justiça entre outros. Onde então percebemos que a justificação de questões particulares como as citadas no tema proposto, as quais onde se envolve principalmente questões religiosas não podem assumir caráter de moral ou imoral. Temos enfim que ao analisar o conflito moral de maneira prática nos causa insight que mostra que tudo que se debate se trata apenas de um conflito de valores.
Depois de estudarmos os principais pensadores sobre ética, finalmente, poderemos sair das abstrações e adentrar em uma questão concreta.
ResponderExcluirDessa forma, poderemos colocar em prática as teorias proposta (ou pensadas) pelos autores e entender melhor a aplicação do que então era apenas especulação.
Convenhamos que quase todos nós temos a mesma opinião quanto à imoralidade do onanismo, da pederastia, e da mutilação, apesar de muitos de nós sermos avessos as diferenças e não respeitar ou não aceitar o direito das minorias (no caso do nosso país)
Já em relação ao suicídio, encontramos, como dito, uma questão complexa, pois envolve mais do que ética, cultura e religião. Envolve a existência do ser, o fim da vida.
Mas, como o curso é de ética, então, sabemos que para Kant o suicídio não seria admitido, pois não poderia universalizá-lo porque ele infringe o dever moral, as três máximas, o imperativo categórico. Hume e os utilitaristas, por sua vez, diferente do que poderíamos pensar, também não admitem o suicídio. Explico melhor meu entendimento desta corrente: essa corrente tem um pensamento individualista e egoísta, porém a maximização do prazer não se dá atendo-se apenas a racionalidade do indivíduo, mas a racionalidade de uma média, um generalidade, assim o indivíduo para refutar seu sofrimento pode se suicidar, mas não poderá alegar que é seguidor do utilitarismo, pois pensem: se todos quiserem acabar com o sofrimento se suicidando, não havará mais a raça humana, isto é, o suicídio pode ser uma refutação da dor e maximização do prazer aparente e momentânea, mais ao longo prazo, se todos adotassem esse ato será mesmo que estariam maximizando o prazer, ou seja, será que a maximização do prazer nos levaria ao extinção de nossa raça? Creio que não é isso que o utilitarista prega.
Sobre Wittgenstein porém não sei o que dizer, afinal ele, provavelmente, nada falaria sobre o assunto uma vez que não há linguagem adequada para essa discussão e se falta a linguagem não há de fato ciência e sim tautologia, falácia (o curioso é que ele provavelmente não discutiria sobre suicídio mesmo tendo três irmãos suicidas).
Portanto, caríssimos, em resumo, creio que o suicídio mesmo sendo uma prática individual não tem respaldo em nenhuma teoria ética que estudamos, assim ele de acordo com meu conhecimento é imoral, anti-ético, não faz o que deve ser feito, não é bom, não é racional nem natural.
Ao adentrarmos assuntos polêmicos como esses que percebemos a dificuldade das teorias éticas em abordá-los. Em especial, o suicídio. De acordo com os autores estudados, Kant, Hume, utilitaristas e Wittgenstein, o suicídio seria imoral (menos no caso de Wittgenstein que proporia os limites da linguagem para discutir tais temas). Quando pensamos no ato de acabar com sua vida como um escape, uma fuga da dor, podemos lembrar-nos da teoria utilitarista. Porém, a maximização do prazer nesse caso (ou total destruição da dor, acho mais apropriado) seria por um breve momento, até menor que um segundo. Após isso, o que esse ato deixará, será um grande rastro de sofrimento. Se imaginarmos os impactos que tal brutalidade contra a existência humana causa em quem a conheceu, nos familiares, quem o amou, é simplesmente devastador. Conheço particularmente um caso e vejo até hoje (mesmo depois de 40 anos) consequências. Tal ação desesperada, visando um escape rápido de uma realidade nem sempre encantadora, é certamente, egoísta. Porque alguém que pensa um pouco além de si, jamais conseguiria cometê-lo. Aqueles que o praticam consideram que desistir é mais fácil do que continuar a tentar.
ResponderExcluirAgora imaginando a situação de alguém que não conhece ninguém, ou perdeu quem conhecia, não tem vínculos, está sozinho numa ilha e tira sua vida, é mais difícil. O fato de ninguém se afetar é incerto. Certamente, se encontrassem o corpo e saísse no jornal das oito, iria sim afetar alguém ouvindo que pensaria como aquela pessoa pode tirar o seu bem mais preciso: a vida! Eu seria uma dessas. Notícias sobre suicídio sempre me deixam abismada. Agora, se ninguém nunca soubesse de seu ato, mesmo assim, alguma coisa foi resultado disso; alguma coisa da sociedade. Seja a falta de alguém, a dor da perda, a solidão, a loucura, todos esses problemas são problemas da sociedade. Então o suicídio da pessoa mais anônima do planeta deve sim nos afetar. Se pensarmos que nenhum de nós nesse imenso planeta jamais fez algo para impedir, somos responsáveis sim.
Ou seja, de qualquer forma, e quaisquer que sejam os motivos, na minha concepção, suicídio é e sempre será imoral. Não sei quem teve a idéia de pensar que acabar com sua vida é uma decisão apenas sua. Mas quem quer que pensou isso, estava muito equivocado.
Ao considerar a noção de moralidade é necessário entender quais conceitos essa palavra trás consigo. Como a maioria dos meus colegas de classe, acredito que o onanismo, a pederastia e a mutilação são questões individuais e que quando analisadas isoladamente não são consideradas imorais. Imaginemos agora, esses atos inseridos dentro de outros ambientes, como por exemplo, no âmbito do trabalho, seria moral praticar o onanismo na sala do seu chefe? Seria certo praticá-lo na cama de seus pais? Aparentemente isso parece um absurdo, como praticar tais atos em lugares, desses, sem mais nem menos?. Bom, se você parte do senso comum e parte do pressuposto de que isso não vai afetar ninguém, seria perfeitamente normal considerar a masturbação em ambiente público mais que aceitável.
ResponderExcluirÉ difícil considerá-los quando estes estão inseridos em diferentes situações, e é devido a isso que foram e são formulados sistemas éticos para poder julgar tais noções, estabelecendo pré-requisitos de julgamento. Kant com suas 3 máximas ou os utilitaristas que definem ser ético tudo o que dá mais prazer para o maior número de pessoas, são exemplos. E é a partir desses conceitos dos quais aprendemos em aula que vou fazer tais juízos.
Para Kant, nem onanismo, a pederastia ou a mutilação seriam considerados imorais, uma vez que esses não interferem em nenhuma das três regras das máximas, já o suicídio, por de alguma maneira não seguir fielmente as regras, quando torna universal a morte, não seria considerado algo moral.
Para os utilitaristas, tanto quanto para Hume, por acreditarem que somos movidos pelos prazeres, considerariam todos os atos colocados em questão como morais, uma vez que ela é promovida pela paixão. Apenas na questão do suicídio é que eles divergem, sendo Hume, a favor, já que tal ação foi gerada pelo desejo, e para os utilitaristas não, já que a infelicidade seria maior (para outras pessoas), que o prazer que a morte traria para o suicida .
Assim, para fazer tais juízos, é necessário basear-se em algum sistema ético que dê conta das mais diversas situações, porque senão, serão apenas opiniões e não juízos filosóficos.
O ponto principal do texto do Professor Peluzo a ser ressaltado é que nem todas as ações justificáveis logicamente são aceitáveis. Esse raciocínio não é aplicável apenas à questão do suicídio, mas podemos notar que se refere a todas as ações que fazemos com relação a nós mesmos, consideradas não muito convencionais pela sociedade geral, e abrange os atos que afetam aos outros ou não.
ResponderExcluirOs vídeos de arte corporal foram postados pelo professor para ilustrar isso, pois é considerada por muitos prática de auto-mutilação, uma violência contra si mesmo, portanto, um ato desprovido de moralidade, mas que não chega a afetar - pelo menos na grande maioria dos casos- os outros. Nos casos do homossexualismo, suicídio etc, já podemos considerar que eles afetam as pessoas próximas a toda a situação.
O professor, no texto apresentado, dá ênfase ao conflito que o ambiente universitário cria na mente dos que fazem parte dele. Conflito esse que se dá pelo fato de que muitas visões acerca do mesmo tema são apresentadas, e o participante desse meio tem que decidir como agir em relação entre as várias vertentes que lhe são expostas.
Muitas dessas teorias são bem estruturadas logicamente, fazem sentido, mas nem por isso são aceitáveis, isso é, as consequências inevitáveis que delas decorrem se fazem prejudiciais às pessoas que são por elas afetadas.
O suicídio é posto, então, em pauta. Temos o total direito do não-ser, do não existir, assim como o de preferir pessoas do mesmo sexo, ou enfiar ganchos por todo o nosso corpo, mas isso não quer dizer que esses direitos são o melhor pra gente. Mas também levante-se a questão: por que temos que viver da melhor maneira possível? Somos merecedores da melhor condição?
A situação é complicada, e as opiniões divergem. Temos o direito de ter o controle sobre nossa própria vida, portanto, podemos nos livrar dela, mas essa também não seria a decisão mais corajosa, e traria dor a muitas pessoas. Porém, se preocupar com a dor alheia, e nos privar de decidir o que fazer com nossa própria vida, seria algo um tanto ilógico também.
Quanto ao homossexualismo, bissexualismo, modificação do corpo e coisas parecidas, tenho opinião diferente: elas não chegam a afetar o próximo, apenas se a pessoa tiver que princípios próprios e peculiares que sejam feridos pelos hábitos do outro, mas tal interferência ocorre por responsabilidade apenas da pessoa incomodada, portanto são hábitos e preferências que devem ser vividas, pelo bem e felicidade da pessoa que os possui.
O tema: "Imoralidades contra si mesmo" é um tema bastante interessante e complexo de se analisar, simplesmente e principalmente pelo fato de não ser possível, para mim, dizer com certeza que se trata de algo imoral. É óbvio que muitas imagens que o professor L. A. Peluso sugeriu que víssemos nos vídeos são chocantes, aterrorizantes até, todos temos concepções variadas do que é aceitável ou não, do que é moral ou não, e as imagens vistas estão muito longe do aceitável e do moral na minha opinião.
ResponderExcluirMas com o aval de quem ou do que eu posso julgar isso como imoral? Temos aprendido ao longo do curso "Conhecimento e Ética" a não soltar as palavras: ética, moral, certo, errado, bom, mau, aleatoriamente tentando encaixá-las em qualquer frase, assunto, discussão como se elas coubessem e como se fosse o parâmetro mais acertado para definir tudo e todos. Temos aprendido que essas palavras são muito mais complexas do que podemos imaginar.
Esses temas propostos: suicídio, onanismo, pederastia e mutilação são temas extremamente densos, que para serem analisados merecem uma meticulosidade tamanha, principalmente quando tratamos do tema discutido em sala com mais ênfase, o suícidio. Todos temos livre arbítrio e podemos, em tese, fazer o que quisermos com o nosso corpo, até tirar a nossa vida. É extremamente difícil, quase impossível que alguém tente tirar sua vida e não consiga quando se utiliza de meios eficientes para isso. Por que a decisão de acabar com a vida que se tem, que lhe foi dada pode ser considerada imoral? Talvez o único motivo que justifique o julgamento dessa atitude como imoral é o sentimento, de dor, tristeza e revolta que causa em outras pessoas, nada além disso, pelo menos não quando não nos atemos à questões religiosas.
Agora em relação à mutilação, consigo ver até com mais rigidez, pois a busca pelo que conhecemos como dor, é o próprio fim da atitude, a dor é o meio e o fim da ação, mas se vermos pela ótica utilitarista, o que conhecemos como dor pode proporcionar prazer e por isso ser considerado ético, pois seu meio e fim não trazem consequências senão as já esperadas por quem pratica essa ação.
Quanto aos temas: onanismo e pederastia, vejo que na sociedade ocidental atual só questões religiosas, mais uma vez, é que afetuarão o julgamento, uma vez que não há, na minha opinião, como elencá-los com as literaturas desse curso, angariando motivos fortes que as designem como morais ou não a não ser que o termo "pederastia" não envolva apenas o significante "homossexualidade" e sim a somado a esse fator o que conhecemos por "pedofilia", ou seja, por exemplo, uma relação homossexual entre um homem e um rapaz mais novo, a partir desse significado é mais fácil analisar, pois a nossa sociedade não considera moral uma relação desse nível, pois as consequências são danosas, prisão para o mais velho, traumas para o mais novo, enfim, a partir dessa definição de "pederastia" temos mais "bagagem" para nos posicionarmos.
Finalizando, como já havia dito, esses assuntos são densos e envolvem muito mais do que um julgamento. As motivações talvez, possam determinar sua condição: moral ou imoral. Ou então suas consequências, mas o fato é que dificilmente se chegará a um consenso acerca dessa temática, mas nem por isso devemos deixá-la de lado. A análise filosófica deles, se não for fundamental e nem suficiente para definí-los, solucioná-los etc, é ambos os predicativos para ir a fundo no exame da racionalidade dessas ações, a fim de diagnosticar infinitas variáveis que nos façam entender com maior clareza seus juízos.
Qualquer forma de expressão influencia nos juízos de aceitabilidade, positivamente ou negativamente, porem é difícil julgar se é aceitável ou não, pois se essa manifestação satisfaz os juízos de aceitabilidade não implica que seja aceitável, concomitantemente esses critérios de aceitabilidade são indecidíveis, ou seja, tem a capacidade de encontrar um fim racional para tal ação.
ResponderExcluirÉ possível enxergar a problemática que gira em torno do texto, apesar dos indivíduos saberem o que é indesejável e suas conseqüências inevitáveis, eles tem a curiosidade de se adentrar nesse universo.
Em relação a pederastia, onanismo e modificações corporais, não vejo nada de imoral, desde que com consenso dos praticantes, e a finalidade seja o prazer pessoal. Na questão da pederastia com menores, deve ser punida, pois o caso é pedofilia, alem de uma criança não saber o que está acontecendo, ela não tem capacidade de julgar racionalmente tais ações. No tema suicídio, é um caso bem conflitante, por um lado a morte é a única certeza para todos nós, e se isso ocasionará prazer, não há problemas, mas por outro lado seus familiares e amigos passarão por intensa dor e sofrimento, e não apresenta ser uma ação racional.
Esse tema é um dos mais problemáticos, já visto aqui neste blog, pois são questões defendidas e julgadas no dia-a-dia, e estão envolvidas por questões de costumes, religião e opiniões pessoais.
Como analisar eticamente assuntos cotidianos como: onanismo, pederastia, mutilação e suicídio?
ResponderExcluirRealmente colocar em pratica e dizer o que é e o que não é ético, moral, bom ou mal é extremamente difícil a meu ver. Tentando refletir sobre os temas tenho dificuldade em fazer afirmações baseadas nos autores anteriormente estudados. Mas discorrerei um pouquinho sobre o tema.
Onanismo segundo o Houaiss:
1 interrupção do coito antes da ejaculação Obs.: cf. coito interrupto; 2 Derivação: por extensão de sentido. Automasturbação manual masculina; quiromania
antr. Onan + -ismo; Onan era um personagem bíblico, um hebreu que, por motivos especiais, não queria ter filhos, e, por isso, praticava o coito interrompido com sua mulher, espalhando seu sêmen pelo chão; a datação é para a acp. 'automasturbação'
Pederastia segundo o Houaiss:
1 prática sexual entre um homem e um rapaz mais jovem; 2 Derivação: por extensão de sentido. Homossexualidade masculina
Mutilação segundo o Houaiss:
1 ato ou efeito de mutilar(-se); corte 2 amputação de alguma parte do corpo
Suicídio segundo o Houaiss:
1 ato ou efeito de suicidar-se
A meu ver o onanismo é algo que já faz parte da nossa cultura, e, portanto não é questionado, discutido como uma pratica imoral, entretanto cabem alguns questionamentos dentro deste tema. Diferente da pederastia e da mutilação que aos poucos estão se “infiltrando” na nossa sociedade, e cada vez é mais comum assistirmos debates sobre se são certas ou não essas praticas. O suicídio ao contrario do onanismo me parece que não tem espaço no nosso meio.
Minha posição sobre os assuntos em questão é que nenhum deles é imoral, acredito que se alguém ao se masturbar tira prazer disso e não invade o espaço do outro com essa pratica é valido. A pederastia, no sentido da homossexualidade caminha para o mesmo lado, se a pessoa homossexual esta feliz, e respeita, não invade os direitos dos outros também é valida. Quanto à mutilação penso da mesma forma, e a respeito do suicídio o ato em si você apenas tira a sua vida, mas deixa seqüelas em pessoas próximas, e ou não próximas como no caso do professor da UFABC então penso que seja um tema mais delicado de se abordar. Entretanto acho que é um direito de cada ser.
Fazer a análise ética de onanismo, pederastia, mutilação e suicídio é uma tarefa bem complexa. No senso comum isso é uma tarefa mais simples, graças às influências que as instituições sociais, as tradições e as culturas exercem sobre a maioria das pessoas. Mas para compreender tais interações seria necessário um estudo sociológico e antropológico, no entanto, isso é um curso de filosofia e aqui o foco é a justificação desses atos, não o que leva a prática e a aceitação ou repugnância dos mesmos.
ResponderExcluirTanto o onanismo quanto a pederastia, não possuem boas razões para serem considerados imorais, a interpretação utilizada para essa classificação carrega com sigo fatores religiosos. A mutilação quando praticada por livre arbítrio da pessoa não pode ser considerada imoral, aqui também a imoralida caminha ao lado das convicções religiosas.
O suicídio é o caso mais complexo, tirar a própria vida seria imoral? Novamente o argumento aplicado para considerar o suicídio como imoral está diretamente correlacionado com princípios religiosos. Todos os estudos feitos sobre esse fenômeno demonstram uma característica interessante, mesmo se tratando de uma ação individual, a ação é gerada por fatores exteriores ao indivíduo, inibindo momentaneamente sua capacidade de racionalização.
Mas se para todos estes casos apontados não temos boas razões para considerá-los imorais. Quais razões temos para considerá-los morais? A maior parte das estruturas argumentativas montadas para justificar a prática de tais ações é a liberdade individual, no entanto, se os fatores religiosos presentes nos argumentos imorais são frutos de uma tradição judaico-cristã ocidental, a liberdade individual também faz parte dessa mesma tradição.
Aqui sou obrigado a concordar com Wittgenstein isso tudo é uma discussão que vai de um lado para o outro sem chegar a um fim. O estudo da ética está diretamente relacionado à construção de sistemas de interpretação de conceitos, como o que significa fazer uma boa ação. Será que nesse caso podemos chegar a um conceito universal? Desconsiderando toda a diversidade de tradições e culturas, não impondo uma determinada cultura ou tradição sobre as demais? Penso que isso seja um assunto que esteja além dos limites da linguagem.
A questão da imoralidade contra si mesmo é muito complexa e, dependendo do pensamento teórico a ser usado como base, simplesmente não vem ao caso, pois é impossível. Entretanto, através da tese utilitarista, essas ações são praticadas em busca do prazer. Ou seja, tirar a própria vida, por exemplo, pode ser uma ação em busca da extinção de uma dor da qual o indivíduo não vê libertação possível. Neste caso, acabar com a dor é conseguir prazer. Assim, no caso de Getúlio Vargas, a dor seria a derrota política iminente, suicidar-se, alguns dizem, foi o ato político mais inteligente de GV. Isto, no entanto, tornou sua ação não restrita a si mesmo, mas sim de abrangência nacional, além de se livrar da dor, Getúlio conseguiu “beneficiar a nação”. Isto falo do ponto de vista do próprio Vargas, porque se as consequências do suicídio foram ou não boas para o Brasil, isso demandaria um debate político que não nos serve agora.
ResponderExcluirQuanto as ações de onanismo, pederastia e mutilação, essas (salvo em casos extremos) não tem carácter irreversível, ou seja, podem ser “experimentadas” conforme a curiosidade de quem as procura. Além disso, não afetam diretamente indivíduos externos a ação, ou melhor dizendo, fisicamente, isso porque, não ousaria dizer que um pai, ao assistir um filho que se auto-mutila, não seria afetado por tal cena. Entretanto, quanto as razões para tais empreitadas, limito-me a dizer que as desconheço e posso simplesmente supor. Supor que experiências de vida, ou influência de grupos sociais, ou mesmo curiosidade são a base para tais escolhas. Mas uma coisa, pelo menos do ponto de vista utilitarista, todas essas ações tem em comum: a busca pelo prazer, seja pela dor, pela masturbação ou pela relação homossexual.
Quanto a pederastia como pedofilia, eu a repudio.
Este é um assunto muito delicado que muitas vezes é deixado de lado como se fosse um “tabu” ou algo do gênero. O maior problema de se dizer se o suicídio é ou não antiético, é o de que tecnicamente o individuo que se mata não esta causando mal a ninguém alem de si, portanto não poderias ser considerado como antético. No entanto em 99% dos casos acredito que este raciocínio esta errado, pois quase todos na terra possuem pelo uma pessoa que depende delas ou que tenha alguma relação com ela, assim a sua morte causa um grande sofrimento a alguém, mesmo que só seja um familiar.
ResponderExcluirOutro ponto que acredito questionar o suicídio, como posto pelo texto do professor, não a razão lógica que leve a acreditar que a morte seja uma melhor opção do que estar vivo. Não há nada que nos diga que seja o que acontecer após morrermos será melhor da situação na qual estamos agora.
O suicídio em si também não leva a nada (se levasse seria um sacrifício), ao se matar o individuo normalmente deixa a situação no qual ele se encontrava do jeito que está sendo somente uma fuga da realidade.
Mesmo depois de expor estes argumentos ainda consigo ver situações que não é possível dizer com certeza se o suicídio é antético, como no caso de uma pessoa que esteja com uma doença terminal na qual os seus últimos momentos de vida serão passados com grande sofrimento.
Discutir acerca da moralidade por detrás de temas como Onanismo, Pederastia, Mutilação e Suicídio é uma tarefa difícil, e principalmente sobre os resultados desses atos às pessoas que cercam os indivíduos que as realizam, pois são ações individuais e o retorno das mesmas aparentemente atingem quase que exclusivamente apenas seu autor, sem levar em consideração a tentativa da descoberta dos reais motivos que as levam a agir deste modo.
ResponderExcluirPor exemplo, se formos julgar a prática do Onanismo ou Pederastia pelo prazer, um prazer mesmo que momentâneo, encontraremos as mesmas complicações para definir acerca de sua moralidade, talvez seja mais fácil se julgamos segundo critérios religiosos, pois dependendo da religião tais atos são considerados imorais. Porém essas ações mesmo que julgadas dependendo de quais critérios, sejam religiosos, racionais, fisiológicos, são reversíveis, ou seja, a pessoas caso deseja pode cessar sua prática.
O mesmo não pode-se afirmar a respeito de Mutilações/algumas mudanças no corpo ou sobre o Suicídio, já que de forma geral os resultados dessas ações são irreversíveis. Há algumas soluções cirúrgicas para as mudanças no corpo, claro que depende muito da mudança, porém para o suicídio não há dúvidas que seu dano é inalterado.
Pode-se até dispor de um leque de “diferentes” suicídios – ou de motivações, tendo inclusive discussões para determinar se tais atos podem ou não ser considerados como portadores de tal significado. A exemplo o realizado por japoneses durante a Segunda Guerra Mundial, por não suportarem viver com sua derrota evidente para seus inimigos de guerra, talvez possa-se argumentar que não se tratava de um suicídio e sim de uma questão de honra, pois era melhor se autodestruir do que suportar a sensação/vergonha derivada da derrota. Há também a autodestruição praticada pelos Homens-Bomba, um possível argumento para a defesa do não uso do termo suicídio, é que esses indivíduos realizam tal ação em prol de uma ideologia, pode-se levar em conta também que eles acreditam que se morrerem dessa forma serão no mesmo instante “resgatados” para o paraíso, então para eles tal ato significa maximizar o “prazer” por toda a eternidade e não causador de dor/ sofrimento; portanto para eles é moralmente correto essa ação. Entretanto eu não consigo enxergar essas ações fora do contexto de um suicídio, talvez, ou melhor, certamente por não compartilhar dos mesmos traços e inclinações socioculturais dos personagens citados.
Provavelmente a dificuldade de tratar de temas como o suicídio está justamente nesse aspecto, nós ao analisar não estamos compartilhando das mesmas emoções, inclinações ou até mesmo razões que levaram o indivíduo a se autodestruir, nesse sentido como podemos então chegarmos a uma conclusão definitiva acerca da Ética que permeia esse ato? Ao tentarmos cairíamos no mesmo limite lingüístico proposto por Wittgenstein, sendo envoltos a simplismos e relativismos lingüísticos, que no final não alcançariam conclusão alguma.
Como os critérios de aceitabilidade não nos permitem escolher definitivamente o aceitável e o inaceitável, os modos de tratar o mundo, ainda que cognitivos ou intelectuais, mesmo possuindo um critério, parecem ser particularmente problemáticos. Uma teoria não se encaixa no modelo de aceitável apenas por satisfazer os critérios de aceitabilidade – sendo esses indecidíveis, o qual exprime motivos/razões para as ações praticadas – mas, o que nos parece mais coerente é que os critérios de aceitabilidade não são satisfeitos, e por isso, temos o inaceitável.
ResponderExcluirA problemática a qual o texto gira em torno é que embora o ser humano saiba o que é desejável e o que é indesejável, mesmo que suas conseqüências sejam inevitáveis, pela curiosidade acabam escolhendo por praticar a ação.
Considerando a noção de moralidade, entender quais conceitos essa palavra trás é de suma necessidade para discutir os temas explícitos, o onanismo, a pederastia, o suicídio, etc. Tais temas não são considerados imorais se analisados de forma isolada, entretanto, tais ações inseridas em um contexto social passam a ser consideradas diferentes. O suicídio, por exemplo, se visto como um ato de vontade própria, acredito não ser imoral, entretanto, analisando no contexto familiar, sua família sofreria muito por algo que não tenham tido culpa, o que em meu ver, é imoral. O onanismo, sendo algo que dê prazer ao indivíduo que pratica, acredito ser totalmente aceitável, mas se analisado no ambiente profissional, seria imoral.
Por fim, é fácil perceber então que esses temas analisados são os que mais causam discórdias já que são temas diários, e é graças a isso que são formulados sistemas considerados éticos para poder julgar as noções, estabelecendo pré-requisitos de julgamento.
Pode uma ação praticada na qual o único afetado é o autor da mesma ser considerado uma ação imoral? É esta a pergunta que vem a mente quando se toca na questão de onanismo e auto-mutilação. Não as considero imorais justamente por este motivo. Apesar de ambas as práticas serem malvistas por questões culturais, religiosas e de senso comum, o ato em si só afeta aquele que o realizou. Analisando-os sob um ponto de vista utilitarista, não são atos imorais, já que não causam infelicidade em ninguém, e causam prazer a aquele que os pratica (partindo da suposição de que aquele que realiza estas práticas o faz porque sente prazer nisto).
ResponderExcluirJá a questão do suicídio e da pederastia é mais complexa, pois diz respeito não só ao autor da ação, mas também à terceiros afetados por ela. No caso da pederastia, considero-a de fato imoral se a pessoa a praticar contra a vontade do(s) outro(s) envolvido(s), trazendo graves consequências tanto físicas quanto mentais (como no caso da pedofilia). No entanto, se a ação for consentida por todas as partes, voltamos à questão inicial de um ato que diz respeito ao indivíduo e não prejudica a ninguém, tornando a pederastia, neste caso, não imoral.
No caso do suicídio, a ação muito provavelmente sempre trará sofrimento à outros. Independente do motivo pelo qual a pessoa cometa este ato, e mesmo que o sofrimento pelo qual a pessoa que pratica o suicídio seja supostamente extinguido, ainda assim o número de pessoas que ficarão infelizes devido a este ato será superior ao das que ficarão felizes. Visto sob este pnto de vista, o suicídio deve ser inevitavelmente considerado como uma ação imoral.
Falar sobre imoralidades cometidas contra si mesmo não é algo fácil. Existem muitas divergências de opiniões, muitos argumentos prós e contras determinadas práticas, mas de qualquer forma, tais dificuldades não devem impedir que se reflita para alcançarmos um maior entendimento dentro do debate ético.
ResponderExcluirCreio que atos como a mutilação, o onanismo e a pederastia, sejam alvos deste debate, por se tratarem de relações do sujeito com seu próprio corpo. Porém, neste breve texto me deterei no caso mais extremo, o do suicídio, por se tratar do episódio em que o que está em jogo é a própria vida, onde a autodestruição é completa.
Existem argumentos que defendem o total livre-arbítrio do sujeito, onde, a partir do momento em que ele se caracteriza como indivíduo racional, suas escolhas lhe pertencem e, sua própria existência também. No caso da escolha pela morte, a não-existência, esta poderia ser justificada pelo fato de não termos escolhido existir e, desta forma, se sou livre, posso decidir deixar de viver.
Agora vamos analisar este fato nos servindo das luzes já encontradas pelas teorias morais. Por se tratar de uma questão onde se questiona o caráter da mesma e, se busca saber se esta se caracteriza como uma ação boa ou ruim, portanto trata-se de um fato a ser considerado dentro do debate moral.
Quando analisamos o caso, podemos nos perguntar se ao tomar a decisão de se matar, o sujeito tinha conhecimento do que o esperava após a morte. Esta consideração é necessária, visto que todo sistema moral busca lidar com um mínimo de previsão de conseqüências, ou seja, a ação moral é caracterizada quando se sabe que algum bem virá depois, que este é o caminho correto a ser tomado devido aos seus bons resultados. Quando confrontada com estas considerações, verifica-se que o suicídio perde força como uma decisão moral.
continuação:
ResponderExcluirOutro fato a ser considerado é o de que, empiricamente, só se tem conhecimento de casos de suicídio em que o sujeito se encontrava perturbado psicologicamente. Portanto, no caso, suas ações não eram totalmente sãs, carecia-se de um bom nível de consciência, o que não pode então ser classificado como uma decisão racional.
Por fim, se ainda é possível questionar se a decisão do sujeito trouxe algum benefício para o próprio, já o mesmo não se pode afirmar em relação às pessoas mais próximas deste indivíduo. De alguma forma, seus amigos e familiares sentem a perda e, a menos que este sujeito seja a pessoa mais odiada de todo o mundo, que não possua laço afetivo com ninguém, sua falta será sentida e, provavelmente interpretada como um malefício. De acordo com os utilitaristas, as ações morais são caracterizadas pelos benefícios que causam ao agente e às pessoas ao redor, ou seja, um ato, para ser moral, deve necessariamente beneficiar a si próprio e aos outros membros da sociedade, tendo como ideal sempre a busca do bem maior, o bem de todos.
O tema “Imoralidades contra si mesmo” é com certeza controverso, pois nos leva a analisar, e buscar delimitar, a liberdade (tema igualmente controverso). Como já dito em postagens anteriores, é preciso uma visão extremamente restrita para considerar a pederastia e o onanismo como imoralidades, e por esta razão o foco de meu comentário será, também, o suicídio.
ResponderExcluirO suicídio pode ser visto como a expressão máxima da liberdade, visto que é a renuncia a própria vida. Se não considerarmos as orientações de cunho religioso, o suicídio poderá ser visto como uma crítica a vida, que para aquele individuo não vale a pena ser vivida.
Mas voltando ao tema proposto, o suicídio é sim uma imoralidade, primeiro porque é uma fuga, ato onde o individuo despreza suas capacidades para lidar com os problemas enfrentados, e, segundo, porque as conseqüências do ato não são benéficas, nem para o suicida (que afinal desiste de qualquer conseqüência) , nem para a família e nem para a sociedade.
Sem delongas, considero todos os temas propostos imorais. Talvez por meus principios religiosos cristãos, ou simplesmente por opinião própria. Alguns podem acabar me julgando por isso como alguém de carater arcaico e ultrapassado, mas não me mudaria por tais julgamentos.
ResponderExcluirPessoalmente, creio que a ética e os valores morais são universais e independem do individuo e seu contexto geografico, economico ou social. Ou seja, os mesmos valores morais se aplicam tanto aqui quanto a um esquimó na Groelandia. E também defendo que o grau de moralidade de alguma ação não pode ser medido pelo fato de atingir, de maneira boa ou ruim, as pessoas ao redor.
Partindo então desses principios considero o onanismo, pederastia, mutilação e suicidio atos imorais, pois vão contra o ser humano em si. Pode não afetar individuos ao redor, mas afeta aquele que pratica tal ação, indo contra a naturalidade do ser humano. Afinal, nossa natureza é perfeita, temos todo um sistema complexo em nosso organismo que faz com que cada ação aconteça de uma maneira perfeita. O que, em minha opinião, considero algo imoral, assim como fumar, usar drogas, comer exageradamente, e todos os outros atos maléficos a nosso corpo que cometemos.
Finalizando, desejo deixar claro que não é porque considero tais atos imorais que desrespeito ou menosprezo quem os pratique, pois isso seria um ato de imoralidade tremenda e vergonhosa. Independente de principios religiosos, sociais, e etc, o respeito ao ser humano e a sua liberdade é algo sagrado.
Para definir o se em cada um dos temas apresentados existe imoralidade, precisamos definir o que é moral. Como já foi motivo de debate neste curso, a moralidade e a ética tem sentidos tão subjetivos que muitas vezes caminham juntos, ou não. Na minha opinião onanismo e pederastia são muitas vezes considerados imoralidades por um fator religioso ou um preconceito geral da sociedade, mas não são imorais. A mutilação é algo individual que vai contra a natureza do ser, porém uma vez que ela afeta apenas o indivíduo e não um coletivo não pode ser relaciona a um fator imoral. Já o suicídio, na minha opinião é o mais dúbio em relação a moralidade, uma vez que o ato em si afeta apenas o indivíduo, porém as consequências relacionados a ele pode afeta um coletivo, já que a vida é algo único (também pode ser relacionado a um dogma religioso), porém o suicídio como ato em si é imoral, não consigo ver muitos argumentos filosóficos para pavimentar esta opinião, apenas sociológicos.
ResponderExcluirObs.: A publicação acima não esta feito de acordo com as prazos requisitados por motivo de Doença.
A questão envolve uma relação entre liberdade e conseqüências e segundo Kant, apenas as ações provenientes de escolhas podem ser julgadas moralmente. Acredito que mutilação, nos vídeos apresentadas como tatuagens, piercings, em geral, modificações no corpo, pederastia, considerada como homossexualismo ,e onanismo podem ser analisadas de duas maneiras, a primeira delas é que seria um instinto do ser humano e portanto não deveria ser julgada moralmente. Isso se aplicaria, por exemplo, no caso da modificação corporal, muitas sociedades indígenas tradicionalmente usam dessa prática baseada em suas crenças, assim como mostrada em diversas reportagens sobre as mulheres na Tailândia que colocam argolas no pescoço desde criança. Eu não julgaria um índio como imoral, fugindo de sua natureza e muito menos como um ser inferior. Outro exemplo, na Idade Antiga, principalmente na Grécia politeísta, a pederastia não era moralmente julgada, acontecia freqüentemente entre os homens buscando altos escalões no exército e entre as mulheres espartanas, fortes e mais independentes, que ficavam em casa e organizavam a sociedade. A pederastia foi condenada pela Igreja Católica e os anos de predomínio, principalmente durante a Idade Média difundiram e impuseram a doutrina. Já sobre o onanismo, o homem é um animal com necessidades, ele tem um instinto. A partir disso vê-se uma estrita relação com a cultura.
ResponderExcluirAgora, se for considerado que as três ações acima referidas são escolhas do homem e assim podem ser julgadas, eu considero a relação com as conseqüências das ações determinantes. Tanto a mutilação, da maneira que foi apresentada, porque as que não são consideradas como arte culturalmente e servem apenas para causar dor devem ser vistas separadamente, quanto o onanismo e a pederastia são ações que terminam em si próprias, as conseqüências delas não afetam o bem comum e partem de uma liberdade de escolha que distingue o ser humano de um animal irracional.
Em relação ao suicídio, mantenho a mesma maneira de distinção, embora com um cuidado maior. A corrente Utilitarista não faz apologia, mas cita como mártires e heróis aqueles que se mataram para produzir um bem comum, como foi a causa de Vargas. Diferente de uma ação egoísta que afeta a sociedade de maneira ruim.
Continuação
ResponderExcluirPortanto, julgo que atos como a mutilação, a pederastia e o onanismo não são imorais, quanto ao suicídio depende da abrangência da consequência.
Gabriel Gomes Munhoz
ResponderExcluirO onanismo, a pederastia e o suicídio são ações que remetem ao próprio indivíduo que as pratica. Sendo assim é complicado analisá-las. Talvez pelo consequencialismo o suicídio possa ser considerado uma ação que remete a maior tristeza de familiares e amigos do suicida e, portanto, imoral. Mas talvez o sentimento que impulsiona o ato de suicídio tenha maiores dimensões, pode ser provocado externamente no individuo por pressão externa.
Um caso interessante ocorreu na Espanha. Um homem chamado Jamón Sampedro, jovem, sofreu um acidente. Ficou tetraplégico. Passou 30 anos de sua vida lutando na justiça para que conseguisse uma permissão para cometer suicídio. Parte de sua família dava apoio, mas a permissão não foi concedida pelo sistema judiciário. Ele cometeu suicídio com a ajuda de uma amiga.
O suicídio envolve uma discussão de liberdade juntamente com um tema que não tem respostas racionais, a saber: o que é a morte ? Assim temas religiosos entram em debate.
Onanismo, pederastia, suicídio e mutilação são, de fato, ações complicadas para definir-se como moral ou imoral. Acredito que a visão acerca delas é bastante subjetiva, podendo envolver questões culturais e religiosas. Entretanto, ao procurar no dicionário "Aurélio" o significado de pederastia, encontrei: " Perversão em que ocorre relação sexual de homem com menino; Homossexualismo masculino". No primeiro significado, pode-se entender como pedofilia e, desta forma, me parece imoral, assim como também é contra a lei, todavia, tratando-se de homessexualidade, já torna-se algo pessoal.
ResponderExcluirAlgumas pessoas podem concordar com a homossexualidade e outras, movidas pela religião e, de acordo com suas crenças, pode não achar correto. Da mesma forma ocorre tratando-se do onanismo, da mutilação e do suicídio, alguns condenam essas atitudes e outros as apoiam ou ainda praticam-nas. O suicídio ainda é mais complicado de se analisar, pois de uma certa forma, não envolve uma única pessoa como as outras três "imoralidades", porém, envolve pessoas que se comovem e sofrerão a perda do indivíduo.
No texto “Das razões para o suicídio”, o Professor Peluso afirma que “talvez intelectuais sejam aqueles que vivem para descobrir razões para viver ou morrer”. Mesmo que isso acontecesse, as próprias razões que os intelectuais viessem a descobrir poderiam não ser as mais adequadas.
ResponderExcluirPor exemplo, segundo os consequencialistas, precisamos prever quais serão as conseqüências de nossas condutas morais (até as últimas conseqüências), o que é praticamente impossível para um ser humano. Assim, as razões que intelectuais encontrassem poderiam não conseguir prever todas as conseqüências possíveis.
Mas não se pode cruzar os braços diante de tal limitação, já que as nossas condutas são precedidas de tomadas de decisão, e estas serão influenciadas por muitos fatores, inclusive pelas razões para viver ou morrer que consideramos mais adequadas. Para decidirmos algo sobre qualquer assunto, torna-se então necessário conhecer o assunto o mais profundamente possível, evitando assim conseqüências que causem uma quantidade considerável de dor ou infelicidade.
Quando pensamos em ética, moralidade, respeito etc. normalmente, associamos esses termos com ações que praticamos com relação com outras pessoas, e não conosco mesmos.
ResponderExcluirMas a falta de respeito com si próprio deve ser tratada com a mesma seriedade que o respeito ao próprio.
E o que pode ser considerado ‘auto desrespeito’? Não estou certa de que podemos ditar regras a respeito disso; sendo algo tão pessoal é um tanto quanto subjetivo.
Fazer uma tatuagem, já que machuca sua pele?
Colocar piercings e alargadores nas orelhas? Está “deformando” seu corpo.
Usar drogas, beber, fumar? Só faz mal à saúde.
Homossexualismo? Vai “contra a natureza”.
Continuar casada mesmo depois de apanhar várias vezes do marido.
Automutilação, ou até mesmo suicidar-se; o ato mais extremo a qual se pode chegar.
Cada um desses exemplos dados pode ser considerado falta de respeito a si próprio, por diferentes tipos de pessoas, enquanto que para outras, pode significar justamente o contrário: livre arbítrio, demonstração de vontade própria, auto conhecimento etc.
Sinceramente não acho que eu, ou ninguém realmente possa determinar uma regra do que pode e o que não pode ser imoralidade contra si próprio, justamente por isso: se trata de algo tão pessoal que apenas cada um, individualmente, irá saber o que significa.
Sobre o tema "imoralidades contra si mesmo", podemos dizer que foram apresentados quatro assuntos bem diferentes que merecem análises individuais. Sobre o onanismo acredito que é uma prática já muito comum em nossa sociedade e que não é encarado como imoral pela maioria das pessoas, alguns psicólogos afirmam até que é uma prática saudável. Enquanto a pederastia pode ser encarada de duas formas diferentes. Se for encarada como pedofilia acredito que seja algo imoral pois envolver uma criança em um ato sexual não me parece correto. Mas se for encarado como um ato homossexual acredito que seria extremamente preconceituoso afirmar que seja uma conduta imoral. Já falando da mutilação, acredito que seja um dano que a pessoa está causando ao próprio corpo, mas alguns acreditam que isso seja prazeroso, por isso acho que também não é um ato imoral. Por fim, temos o suicídio (para mim o tema de definição mais difícil), que pode ser encarado como imoral se levarmos em conta as pessoas que sofrerão com o ato, mas não seria se considerarmos que a pessoa estaria dando fim apenas à própria vida.
ResponderExcluirMarcelo Kenji Shimabukuro
ResponderExcluirSobre a questão das imoralidades contra si mesmo: a pederastia, o onanismo, a mutilação e o suicídio, é complicado falar se, de fato, são ou não são imorais. A questão da imoralidade desses atos acaba por colidir com a questão da aceitabilidade desses atos, pois algo aceitável por uma sociedade não é necessariamente universalmente moral. A pederastia tem certa aceitabilidade pela sociedade ocidental, apesar da homofobia que se oculta na hipocrisia de que não somos uma sociedade discriminatória. O onanismo também é aceitável, mas ainda vista com maus olhares, acredito muitas vezes permeada por pensamentos religiosos. A mutilação passa pelo mesmo julgamento que o onanismo. A única vista como inaceitável é o suicídio, e mesmo assim não é vista como algo definitivamente inaceitável (lembremos que Sócrates se suicidou com cicuta, de acordo com o julgamento dos atenienses que acharam a punição de Sócrates era aceitável).
“O fato de uma idéia, teoria ou crença satisfazer os critérios de aceitabilidade não significa que essa teoria seja, definitivamente, aceitável. Entretanto, o que parece certo é que se os critérios de aceitabilidade não são satisfeitos, então temos o inaceitável. Portanto, o mundo dos conteúdos cognitivos, em sua própria natureza parece, em grande parte, indecidível.” Porém, acredito que independente dos critérios de aceitabilidade, não podemos definitivamente julgar um ato de moral ou imoral, para tais questões o silêncio é a melhor saída.
Opinar sobre onanismo, pederastia, mutilação e suicídio como morais/imorais é, particularmente, muitíssimo difícil após as aulas de filosofia. Aprendemos que muitas vezes classificamos ações como boas ou más, éticas ou antiéticas de maneira errônea, superficial e sem conhecer o significado real dessas palavras.
ResponderExcluirE, mesmo após estudar um pouco sobre as filosofias de Kant, Hume, Utilitarismo e de Wittigenstein tenho dificuldades em encontrar razões nessas visões que me façam afirmar firmemente sobre a moralidade nos assuntos deste tema. Isso porque me parece bem complicado julgar esse assunto sem recorrer a questões religiosas, sociais e culturais.
Apesar de estar fazendo um esforço enorme para não recorrer a essas questões, acabo encontrando razões que me façam acreditar tanto na imoralidade, quanto na moralidade das mesmas (exceto pelo suicídio, que acredito ser imoral independente da interpretação individual das teorias filosóficas).
Sob a ótica de Kant, por exemplo, é possível considerar que o onanismo e a pederastia pode ser considerada imoral pois, como foi dito numa postagem anterior, utiliza os órgãos com funções que eles não foram feitos para realizá-las. Porém, para os utilitarista, pode-se afirmar que as questões acima são legitimamente morais, dando a justificativa que os únicos envolvidos e/ou prejudicados são as pessoas que realizam a ação.
E, depois de levar todas essas possibilidades em conta, acabei recorrendo-me parcialmente a Wittigenstein. Acredito que todas as questões discutidas acima são imorais, mas me faltam palavras para dar razões a essa opinião, sem que eu tenha que recorrer a preconceitos, questões religiosas ou uma analise mais psicológica.
A partir do momento em que o indivíduo se insere num contexto em que contenham outros indivíduos, relações começam a se formar, fazendo com que, de uma forma ou de outra ele participe da vida de outrem, construa ligações afetivas com pessoas ou coisas. É impossível imaginarmos, então, uma ação ou reação que se encontre isolada de qualquer opinião, influência ou outra ação ou reação. Por isso, não se pode pensar em pederastia, onanismo, suicídio e mutilação como ações independentes de conduta moral, apenas porque não atingem diretamente a terceiros. Isso porque tais atitudes podem justificar, sem qualquer argumento, novas ações como essas, gerando um ciclo de ações, sem que haja motivo para elas.
ResponderExcluirDefendo sim, a liberdade de expressão, ação e fala, porém, ciente de que cada um desses aspectos gerará consequências em quem tem contato com esses tipos de práticas, boas ou ruins, que devem ser discutidas e refletidas com cada indivíduo, objetivando o respeito, mas também a reflexão e moderação.
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirPederastia,onanismo, auto-mutilação e suicídio,exceto pela pederastia, são
ResponderExcluirações que o individuo escolhe sofrer o resultado de suas ações.
A ética tenta estudar qual a melhor ação possível.Mas para essa investigação
vale a pena lembrar que a melhor ação possível a ser tomada não precisa
necessariamente afetar outro ser,estar sozinho não isenta um pesso de ser tomar decisões éticas.Pode-se tentar analisar por diversas perspectivas teóricas essas ações,ditas auto prejudicias,e chegar a diferentes resultados.
Creio que que tanto o suicídio,a auto-mutilação e o onanismo não são imorais,e por carregar uma forte carga de opiniões e pouca discussão acabam
sendo mal vistos sem uma análise adequada por parte dos individuos.Tanto o ato de auto-mutilar-se quanto o onanismo buscam obter prazer.
Por ir contra o senso estético vigente a auto mutilação é repudiada,causando mal estar,como uma obra de arte de goya que causa horror a primeira vista.Porém somente analisar o ato como espectador não é sufciciente,cabe pesquisar o que sente quem se mutila?Qual a finalidade?Somente o prazer ou o resultado estético?Quanto prazer sente?
A pederastiavista como a prática de relação sexual entre dois homens não me parece imoral.Porém é uma questão carreganda que preceitos religiosas.Ter relações com uma pessoa do mesmo sexo,contanto que os dois concordem coma prática não traz malefícios a nenhuma das partes.Pode-se questionar sobre a necessidade de reprodução,que hoje não é tão urgente pois mesmo os casais hetero sexuais,na sua maioria utilizam métodos para evitar filhos.
Quanto ao Suícidio,a ação mais particular de todas,não penso que seja um ato imoral,porém muito mais complexa que todas as outras.Existir não é uma opção.
"Podemos escolher por um fim em nossas vidas. Isto é certo. Entretanto, não estamos na posição de poder declarar que o fazemos motivados por conteúdos cognitivos que tornam a opção pela vida inaceitável. No que concerne às ações de viver e morrer não há razões inaceitáveis. Portanto, há uma conduta moralmente necessária. Ela consiste em evitar ações que possuam resultados esperados indesejáveis. O fato é que se estamos vivos, decerto não sabemos por que razões. Podemos mudar isso. Mas, não existem razões capazes de justificar as nossas ações de autodestruiçãO"
O ato de destruir a própria vida envolve não somente a pessoa mas todos a sua volta.Suícidio não é um ato isolado e possui ações indesejaveis na sociedade.Cito o caso do professor Sandro onde a comunidade da nossa universidade sofreu de diversas formas.Foi um ato com consequências indesejáveis para muitos,porém somos condenados a ser livres e julgar o que é melhor para si.
“Ao tomar uma decisão, percebo com angústia que nada me impede de voltar atrás. Minha liberdade é o único fundamento dos valores.”
Jean-Paul Sartre
O próprio fato de a universidade existir, desde os tempos da academia de platão, como sendo a agência de inteligência da sociedade em que faz parte, uma agência de seres humanos que buscam sentido para o porque de suas ações e o porque de sua existência, como abordado no texto do professor Peluso, nos faz estar aqui agora debatendo esse assunto e tirando nossas próprias conclusões.
ResponderExcluirÉ imperativo imaginar, que nossas ações, por mais que afetem diretamente somente a nós mesmos, físicamente ou psicologicamente, terá um impacto direto ou indireto, grande ou pequeno, na sociedade em que vivemos.
Por exemplo o suicídio, ato que afeta fisicamente somente a quem o pratica, mas psicologicamente aos familiares e amigos.
E igualmente à universidade, as atitudes tomadas por nós mesmos, considerando o meio em que vivemos, afetará positiva ou negativamente a atitude de alguém, logo, a sociedade.
Quando Getúlio se matou em 1954 ou quando Nero mandou incendiar roma(?) Roma em 64 d.C.
Não considero o onanismo nem a pederastia como práticas imorais, a não ser quando ligadas à pedofilia, como o nosso colega Tarso comentou.
São práticas individuais, que têm impacto na sociedade, assim como o levantamento de corpos, que pode dar prazer à quem pratica, mas que jamais podem ser classificados como imorais ou pejorativos à sociedade.
Uma das questões que permanece é se podemos falar em individualismo exacerbado e em liberdade individual quando lidamos com um processo de constituição identitária que, como tal, se faz mediante a conjugação de um estilo
de vida ou de um modelo de sociabilidade e/ou comportamento que, no limite, é um constrangimento de ordem ‘social’.
Onanismo, pederastia e auto-mutilação, na minha concepção não podem ser caracterizadas como atitudes imorais. De fato, toda a minha subjetividade colocada nessa afirmação pode ser contestada, pois a sociedade contemporânea atual e seus avanços com relação à aceitação de costumes, ideologias, culturas e outras formas de representação subjetivas foram aceitas em diversas localidades do mundo. No entanto, ainda prevalecem em alguns territórios valores morais baseados em valores recorrentes na antiguidade, mais precisamente os valores judaico-cristãos que delimitavam e norteavam as ações das pessoas. No entanto, as bases que fundamenta tais valores são fracas e podem ser facilmente contestadas e derrubadas por pessoas que não aceitam tais doutrinas.
ResponderExcluirLogicamente, quando a prática do onanismo e a pederastia envolve seres que não possuem responsabilidade e consciência para tomar decisões individuais e assumir as conseqüências de tais decisões, ou seja, pessoas incapacitadas ou limitadas. Mais precisamente falando, o caso da pedofilia aparecendo como exceção, caracterizando tais atos como imorais.
No entanto, a auto-mutilação ou modificações do corpo, ao meu ver, não podem ser julgadas como atitudes imorais. É uma decisão pessoal, intransferível e não possui impactos diretos a terceiros, relevando o fato de tais atitudes poderem “chocar” algumas pessoas. Mas tais aspectos não devem tornar como imoral a ação do praticante, uma vez que somente ele sente a dor (ou prazer) ocasionado pelo ato.
Mas uma questão em especial, o suicídio, divide opiniões e causa muitas polêmicas. Condenado moralmente pelas autoridades religiosas, é uma prática que ocorre desde os primórdios da sociedade. O suicida, geralmente ao praticar tal ação, não possui domínio sobre as suas atitudes, uma vez que este está inserido em momento de completo desequilíbrio mental, a ponto de por cabo à própria vida. Essa falta de domínio sobre os seus atos acarretaria em um ato que não poderia ser julgado como moral ou imoral. No entanto, há também o sofrimento causado aos seus entes queridos e familiares após o ato final, caracterizando como imoral o ato por afetar outras pessoas. Na minha opinião, o suicídio pode ser considerado um ato imoral, pois por mais que a pessoa não esteja equilibrado emocionalmente, ela tem consciência de que as pessoas próximas a ela sofrerão com a sua perda e mesmo assim este comete o suicídio.