Este blog é uma ferramenta usada para registro das atividades programadas para o desenvolvimento da disciplina "Conhecimento e Ética" do Curso de Bacharelado em Ciência e Humanidades - BC&H da UFABC, sob a responsabilidade do Prof. L. A. Peluso, no primeiro quadrimestre de 2011.
quarta-feira, 9 de março de 2011
10. TEMA 8 - UTILITARISMO
Caros alunos,
Após ler o texto: “O que é Utilitarismo”, de J. S. Mill, disponível em :
O utilitarismo relaciona ações corretas com a obtenção de felicidade e prazer e ações incorretas com a obtenção de infelicidade e dor. O prazer e a imunidade à dor, são os únicos fins que interessam. Na filosofia epicurista os homens aproximam-se dos animais por possuírem o mesmo instinto de fugir da dor e de buscar o prazer. No entanto, não é assim que acontece exatamente, porque o que traz satisfação aos animais não é o mesmo que satisfaz os seres humanos. Por possuírmos faculdades mais "elevadas" que os animais, a nossa concepção de felicidade é também mais "elevada", para nos satisfazermos dependemos de mais. É compatível com o princípio da utilidade reconhecer que alguns tipos de prazer são mais desejosos que outros, quer seja pela sua raridade, sendo por isso valorizados, ou simplesmente pelo benefício intríseco que esses tipos de prazer proporcionam. É, por esse motivo, errado supor que a avaliação do prazer depende da quantidade. Um ser provido de faculdades superiores exige mais para ser feliz, mas dificilmente trocaria sua condição por uma condição inferior, mesmo que pudesse se persuadir de que a inferioridade lhe traria maiores condições de obter felicidade. Pois, é simples entender que um ser com faculdades menos elevadas se satisfaça mais facilmente que um ser superior nesse quesito, pois tem padrões diferentes. É melhor ser um humano insatisfeito, consciente de seus acertos e falhas, das suas conquistas e aspirações possíveis ou impossíveis que esteja sempre buscando algo além do que já alcançou mesmo que esse algo já seja bom, do que um porco satisfeito, sem aspirações, sem dúvidas, sem medos e sem questionamentos constantes que problematizam a vida do ser humano, apenas alimentando sua existência a cada dia. A dor e o prazer são sempre heterogêneos e a felicidade não significa uma vida em êxtase infinito, mas momentos arrebatadores que é o fim que todos buscam independentemente da maneira.
Bentham diz: "A natureza colocou o ser humano sobre o domínio de dois senhores soberanos, a dor e o prazer. Somente eles apontam o que devemos fazer, assim como determinam o que de fato faremos. Ao trono desses dois senhores estão ligados, de um lado o padrão daquilo que é certo ou errado, de outro a cadeia de causas e efeitos".(Introduction to the principles of Morals and Legilation", p.1) Na formulação do Princípio de Utilidade, Bentham afirma: "Por princípio de utilidade entende-se aquele princípio que aprova ou desaprova qualquer ação, segundo a tendência que tem de aumentar ou diminuir a felicidade da pessoa cujo intesse está em jogo, ou, o que é a mesma coisa em outros termos, segundo a tendência de promover ou comprometer a referida felicidade. Eu digo qualquer ação, com que tenciono dizer que isto vale não somente para qualquer ação de um indivíduo particular, mas também de qualquer ato ou medida de governo". (IPML, p.1) 0 Projeto Ético de J. Bentham pode ser expresso em seis princípios fundamentais: 1. Princípio de Utilidade: todo ser humano busca sempre o maior prazer possível; 2. Princípio da Identidade de Interesses: o fim da ação humana é a maior felicidade de todos aqueles cujos interesses estão em jogo; 3. Princípio da Economia dos Prazeres: a utilidade das coisas é mensurável e a descoberta da ação apropriada para cada situação é uma questão de aritmética moral; 4. Princípio das Variáveis Concorrentes: o cálculo moral depende da identificação do valor aritmético de sete variáveis: intensidade, duração, certeza, proximidade, fecundidade, pureza, extensão; 5. Princípio da Comiseração: O sofrimento, mesmo nos outros seres, é sempre um mal; 6. Princípio da Assimetria: o prazer e a dor possuem valores assimétricos, pois a eliminação da dor sempre agrega prazer.
A teoria básica do utilitarismo é a de que devemos agir de forma a maximizar o prazer e minimizar a dor. Os desdobramentos dessa teoria se desenvolvem na questão de analisar o que é dor e o que é prazer, quais prazeres são mais “valiosos” que outros e etc.
O utilitarismo está interessado em apresentar a racionalidade formal como uma forma de compreender o mundo, além disso, ele tem o foco de apresentar questões concretas e pontuais e não tão abrangentes como as outras correntes da Ética.
Afinal, então, o utilitarismo é apresentado como uma forma “mais pura” de se buscar a felicidade e evitar a infelicidade, agindo de acordo com os fins das ações, ou seja, a felicidade ou falta dela. Com isso, é apresentado o Princípio da Maior Felicidade, que, além do conceito apresentado acima, acrescenta que devemos buscar a atividade que nos proporciona maior felicidade e não apenas nos contentarmos com uma felicidade não tão completa e “forte”.
Como opinião pessoal sobre essa corrente, acredito que ela tem fundamentos muito interessantes e muito objetivos, o que pode lhe servir como objetivo de algumas críticas, porém, ao todo, essa teoria poderia funcionar e ser pensada não como apenas uma teoria muito individual e egoísta, mas como a procura da maior felicidade e maior bem para uma sociedade, por exemplo, pensando-se nas ações individuais e coletivas.
O utilitarismo é uma doutrina ética consequencialista, que advoga que a ação, ou a inação, deve se basear nas conseqüências que dela advém. Jeremy Bentham e John Stuart Mill são os teóricos que fundamentaram a doutrina utilitarista. A abordagem utilitarista de Jeremy Bentham pode ser definida como matemática, visto que suas considerações são objetivas e a escolha das ações leva sempre em consideração o cálculo de benefícios e malefícios advindos das ações possíveis, e então considerando o resultado de tal “cálculo comparativo” a escolha recairá sempre sobre a ação que de maior saldo em felicidade. Portanto, esta primeira abordagem é racionalista, cognitiva, e despreza variantes de cunho subjetivo. Já a abordagem de John Stuart Mill acrescenta ao utilitarismo diversas influências e resulta em uma doutrina que, conforme palavras do Professor Peluso, tem um “plus” em relação a Bentham, acrescentando ao cálculo a possibilidade de considerar variáveis de cunho subjetivo.
Como extensão de uma discussão começada em sala, onde o utilitarismo foi tomado como sinônimo de individualismo e egoísmo, e também para fins de comparação com os seis princípios fundamentais de Bentham (expostos acima pelo Prof.Peluso), gostaria de compartilhar os cinco princípios fundamentais comuns a todas as versões do utilitarismo, que ilustram o desenvolvimento desta doutrina pós-Bentham:
*Princípio do bem-estar (the greatest happiness principle em inglês) – O “bem” é definido como sendo o bem-estar. Diz-se que o objetivo pesquisado em toda ação moral se constitui pelo bem-estar (físico, moral, intelectual).
*Consequencialismo – As consequências de uma ação são a única base permanente para julgar a moralidade desta ação. O utilitarismo não se interessa desta forma pelos agentes morais, mas pelas ações – as qualidades morais do agente não interferem no “cálculo” da moralidade de uma ação, sendo então indiferente se o agente é generoso, interessado ou sádico, pois são as consequências do ato que são morais. Há uma dissociação entre a causa (o agente) e as consequências do ato. Assim, para o utilitarismo, dentro de circunstâncias diferentes um mesmo ato pode ser moral ou imoral, dependendo se suas conseqüências são boas ou más.
*Princípio da agregação – O que é levado em conta no cálculo é o saldo líquido (de bem-estar, numa ocorrência) de todos os indivíduos afetados pela ação, independentemente da distribuição deste saldo. O que conta é a quantidade global de bem-estar produzida, qualquer que seja a repartição desta quantidade. Sendo assim, é considerado válido sacrificar uma minoria, cujo bem-estar será diminuído, a fim de aumentar o bem-estar geral. Esta possibilidade de sacrifício se baseia na ideia de compensação: a desgraça de uns é compensada pelo bem-estar dos outros. Se o saldo de compensação for positivo, a ação é julgada moralmente boa. O aspecto dito sacrificial é um dos mais criticados pelos adversários do utilitarismo. *Princípio de otimização - O utilitarismo exige a maximização do bem-estar geral, o que não se apresenta como algo facultativo, mas sim como um dever.
*Imparcialidade e universalismo - Os prazeres e sofrimentos são considerados da mesma importância, quaisquer que sejam os indivíduos afetados. O bem-estar de cada um tem o mesmo peso dentro do cálculo do bem-estar geral.
A ética, através do prisma utilitarista, é uma ferramenta para a obtenção de prazer pelo Homem. Ou seja, nossas ações, como meios, podem nos levar a fins de prazer ou dor. No entanto, segundo J. Bentham, todo ser humano busca sempre o maior prazer possível. Além disso, defende uma identidade dos interesses humanos, ou seja, a ação humana buscaria o interesse de todos afetados por tal ação. O utilitarismo então, procura dar valor a cada prazer ou dor, para que se possa calcular o "valor final" de uma ação, podendo assim analisar se valerá a pena executá-la. Entretanto, apesar de, superficialmente, esta teoria, parecer individualista, J. Bentham, destaca o "Princípio da comiseração", que define o sofrimento como mal, mesmo que dos outros. Portanto, um verdadeiro utilitarista procura o não sofrimento geral, ou então, o prazer de todos, a medida em que não prejudique seu próprio prazer. Assim, analisando o utilitarismo, é possível identificá-lo com a conduta da personagem "Dr. House" da série televisiva americana intitulada "House", que não parece se importar com leis de condutas fixas, considerando válido mentir, ou trapacear, sempre que for necessário para seu bem e dos que o cercam.
Segundo J. S. Mill, o utilitarismo defende a busca do homem pela felicidade, sendo que: “Por felicidade se entende prazer e a ausência de dor; por infelicidade, dor e a privação do prazer”. Assim, todas as ações humanas têm como seu fim o prazer; se não tiverem o prazer como seu fim, terão o prazer como um meio. Mill usa concepção de que os prazeres dos animais não atendem ao ideal humano de felicidade para mostrar a diferença entre o utilitarismo e as teorias epicuristas. O prazer do ser humano seria então mais complexo do que o prazer dos animais.
Com base nisso, existe a divisão entre espécies de prazer, alguns prazeres são mais desejáveis do que outros devido à preferência geral que as pessoas teriam por ele ou pela maior qualidade desse prazer. Para mim, isso parece diferir da “matemática dos prazeres e dores” aplicada por Bentham, na qual os prazeres de certa ação seriam interpretados da seguinte maneira: dada ação trás 8 de prazer e 2 de dor, assim, ela seria preferível a uma ação que trás 1 de prazer e 4 de dor. Bentham é um tanto quanto rígido nesse aspecto.
Um ponto interessante que encontrei no texto, foi o seguinte: “... a moralidade utilitarista efetivamente reconhece nos seres humanos o poder de sacrificar seus maiores bens pessoais pelo bem de outros. Apenas se recusa a admitir que o sacrifício em si mesmo seja um bem. Um sacrifício que não aumenta nem tende a aumentar a soma total de felicidade é considerado um desperdício.”. Talvez isso esclareça a mente de muitos que consideram a teoria Humeana de ética um tanto quanto individualista se comparada a de Kant, pelo que me pareceu, o desdobramento do utilitarismo é capaz de mostrar que uma ação em benefício de todos também seria possível se considerarmos-a uma ação individualista desperdiçada.
O Utilitarismo é um tipo de ética normativa - com origem nas obras dos filósofos e economistas ingleses Jeremy Bentham e John Stuart Mill, - segundo a qual uma ação é moralmente correta se tende a promover a felicidade e condenável se tende a produzir a infelicidade, considerada não apenas a felicidade do agente da ação mas também a de todos afetados por ela. O Utilitarismo rejeita o egoísmo, opondo-se a que o indivíduo deva perseguir seus próprios interesses, mesmo às custas dos outros, e se opõe também a qualquer teoria ética que considere ações ou tipos de atos como certos ou errados independentemente das conseqüências que eles possam ter. O Utilitarismo assim difere radicalmente das teorias éticas que fazem o caráter de bom ou mal de uma ação depender do motivo do agente porque, de acordo com o Utilitarismo, é possível que uma coisa boa venha a resultar de uma motivação ruim no indivíduo. Mill distinguia as qualidades de prazer, demonstrando que a felicidade não é apenas uma questão da quantidade de prazer produzido. Assim a liberdade não poderia ser pensada como um dado absoluto. Se os atos de um indivíduo podem afetar outros indivíduos, a liberdade só poderia ser completa quando as ações de um indivíduo não tivessem relação com outras pessoas.
No utilitarismo de ato, o cálculo sobre o maior saldo de felicidade sobre a infelicidade é feito na base do que resultará da realização de um ato dado. No utilitarismo de regra, o cálculo é feito na base do que advirá da observância ou não de uma regra.
A doutrina utilitarista preconiza que antes de praticar uma ação, o indivíduo, em situação concreta e objetiva, deve levar em consideração qual é o efeito de seu ato, que deverá trazer o maior bem para o maior número de pessoas. Tanto Bentham como Mill defendem prazer como maior bem.
Segundo Mill, alguns homens são superiores a outros, pois são mais receptivos aos prazeres mais elevados. Por analogia, os homens – superiores aos animais – têm prazeres mais elevados que os animais.
Portanto, se cada homem buscar o seu prazer individual, não há sentido em se dizer que ele (o homem) deve fazer alguma coisa. Se o indivíduo procura sempre o seu próprio prazer, a ética fica reduzida à prudência, pois a defesa do interesse dos outros traz a esperança que os outros defendam os nossos.
Professor, encontrei um site muito bom que fala sobre a ética utilitarista de John Stuart Mill, disponível no endereço:
Caros Alunos, O nível das postagens até este ponto está muito bom. Algumas estão excelentes. Vc. que vai ser o próximo a fazer uma postagem sobre o Utilitarismo saiba disso e não deixe cair o nível. Parabéns aos que já postaram, até aqui. O material apresentado nas postagens já supera as minhas expectativas. Abraços.
Não deixe de ver o texto indicado pela Sara. Trata-se de artigo escrito em linguagem simples e que consegue dar uma versão bastante razoável dos intrincados problemas que Mill trata nos seus textos "On Liberty" e "Utilitarianism". Vale a pena gastar alguns minutos para olhar. http://www.revistafarn.inf.br/revistafarn/index.php/revistafarn/article/viewFile/109/121
A partir da realização da leitura atenta dos textos indicados: “O que é utilitarismo?” de John Stuart Mill e em seguida “O utilitarismo – o projeto de construir uma ética racional” de Luis Alberto Peluso fica evidente que o utilitarismo é tratado como uma síntese acerca do consequencialismo que tem como pretensão os princípios de utilidade e a busca concentrada de bem estar e contentamento, em que as atitudes que são consideradas moralmente corretas pela maioria dos membros da sociedade é que conseguem emitir igualmente a felicidade ao máximo número de pessoas, já que a prosperidade de um não pode ser maior do que a do outro. Essa perspectiva de apreciação efetuada pelo indivíduo do préstimo de um bem, com base na limitação da utilidade atende a esse sentimento de grande felicidade, estabelecendo assim a composição de uma ética que é capaz de distinguir a relação entre o pensamento liberal e o utilitário. Sendo assim, o primeiro a relatar a tese do utilitarismo foi Jeremy Bentham (1748 – 1832) para apontar o tema principal de sua instrução a respeito do conhecimento. O ponto inicial do debate ético presente nas suposições desse filósofo seria o questionamento da existência natural humana no sentido de que são os próprios homens que por meio de sua racionalidade cognitiva sabem o que é mais satisfatório para cada um, aprovando ou não as ações, dependendo da maneira em que provocam a propagação da felicidade. Desse modo as sensações de prazer e dor, alegria e tristeza poderiam ser dirigidas e regulamentadas pelo Estado, em que as normas estabelecidas por tal órgão deveriam ser obedecidas pela população somente quando tal obediência proporcionasse a maximização do bem estar; consequência de uma avaliação conjectural da soma de dor e prazer baseado na experiência dos atos, isto é, o cálculo hedonístico (Bem estar comum e as dores dos indivíduos). Um bom exemplo que demonstra o quanto o efeito de encontrar a utilidade nas coisas era importante para Bentham é o estudo que ele fez a respeito do embalsamento de corpos. A existência humana é algo que esse filósofo considera fundamental, tanto que, pensando nas teorias do utilitarismo, ao falecer cedeu seu corpo para que os alunos pudessem estudar anatomia e ainda mandou embalsamá-lo para que fizesse parte do patrimônio da universidade.
Seguidor de Bentham, John Stuart Mill (1806 – 1873) empregou o termo utilitarismo sugerindo a formação de uma sociedade que estivesse de acordo com as finalidades dessa doutrina. A partir disso, essa visão acerca da ética é entendida pelos tratamentos empíricos, como citado anteriormente, que permite ao indivíduo ter discernimento para agir de acordo com o que lhe traz prazer e o que evita a dor. O papel dos utilitaristas é expor alguma teoria para que haja a compreensão entre como a razão pode auxiliar na ligação entre os processos de ação e paixão. Em outras palavras, a felicidade da maioria é que prevalece com o auxílio do conhecimento adquirido devido às informações fornecidas pela própria vida. Diante de tais fatos, pode-se dizer que assim como Hume enxergava na paixão o fundamento para a moral, Mill tenta interligar as ações com os sentimentos usando a racionalidade como mediadora da felicidade. Acredito que isto pode ter servido de referência para alguns acontecimentos que possibilitaram a transformação do cenário social de determinadas épocas como o fim da escravidão, a igualdade no direito ao voto e também entre homens e mulheres. Stuart Mill procurou empregar a fonte primária da utilidade para extinguir o egoísmo, enfatizando o altruísmo. Apesar de Mill reportar-se a Bentham em muitas de suas constatações, há algumas divergências ideológicas importantes. O primeiro filósofo (Jeremy Bentham) defende que a emoção que resulta da satisfação deve atentar-se ao seu aspecto quantitativo, isto é, a proporção de prazer que supõe de forma determinante se algumas atitudes deverão ou não ser praticadas, em que as consequências das ações podem ser medidas por meio de cálculos matemáticos, ou seja, “o cálculo moral depende da identificação do valor aritmético de sete variáveis: intensidade, duração, certeza, proximidade, fecundidade, pureza, extensão”. Já Stuart Mill faz uma análise crítica dessa visão, por considerar que os prazeres não podem estar condicionados apenas a elementos quantitativos, mas também a qualitativos. Dessa maneira a racionalidade do utilitarismo provem tanto do resultado desses cálculos como da distinção que pode-se fazer entre os tipos de desejos (vinculados as emoções) que oferecem o prazer, o bem estar e a felicidade. Dentro do utilitarismo tanto Bentham quanto Mill tem em vista a maior felicidade possível para o maior número de pessoas e não para um único agente. Esse modo de comportamento moral exprime-se através dos hábitos e costumes, onde Bentham reconhece que as práticas individuais influenciam diretamente na felicidade de outra pessoa. Partindo disso, a ação correta a ser tomada seria aquela que fosse capaz de estabelecer um equilíbrio em um tipo de balança do conhecimento que pende entre prazer e dor e que assim não gera embates de opinião pessoal e facilita a tomada de decisões morais.
Utilitarismo é da corrente ética normativa consequencialista. Procura entender a natureza do homem (que está sempre em busca do prazer). Baseia-se na compreensão de que os homens regulam suas ações de acordo com o prazer e a dor, perpetuamente tentando alcançar o primeiro e escapar à segunda. A utilidade - o primeiro princípio moral, seu valor supremo - é entendida como a capacidade de proporcionar prazer e evitar a dor. Jeremy Bentham foi o primeiro a utilizar essa denominação. Entretanto, foi John Stuart Mill que aperfeiçoou as ideias utilitaristas de Bentham. O utilitarismo foi uma tentativa de superação de uma ética deontológica e de um posicionamento egoísta. Ele diz que se levarmos em consideração única e exclusivamente o bem individual somos levados a uma posição egoísta. Porém, se praticarmos ações que levem sempre em consideração o bem dos outros, sem abrirmos mão do nosso próprio bem, estaremos agindo moralmente do ponto de vista do utilitarismo. O que é útil para um indivíduo mas não o é para a sociedade não é, realmente, bom e útil. Antes de praticar uma ação o indivíduo deve levar em consideração qual é o efeito do seu ato, que deverá trazer o maior bem para o maior número de pessoas. Tanto Bentham como Mill defendem prazer como maior bem. Em síntese: “a utilidade ou o princípio da maior felicidade como a fundação da moral sustenta que as ações são corretas na medida em que tendem a promover a felicidade e erradas conforme tendam a produzir o contrário da felicidade. Por felicidade se entende prazer e ausência de dor; por infelicidade, dor e privação de prazer.” (Mill - 2000, p. 187)
O texto “O que é Utilitarismo” de John Stuart Mill visa como o próprio título sugere tanto relatar o real significado do utilitarismo quanto fazer uma crítica a seus opositores, que por não conhecerem realmente essa teoria acabam deixando o conceito de certo e errado com ares de sentido meramente coloquial, “O equívoco [dos opositores] parece ainda mais extraordinário quando se considera que, entre as acusações correntes contra o utilitarismo, figura a acusação contrária de remeter tudo ao prazer, e mesmo ao prazer em sua forma mais grosseira”. O Utilitarismo consiste em uma teoria da moralidade que considera ser a noção de utilidade ou o principio da maior felicidade como a fundação da moral, nesse sentido as ações são corretas na proporção que conduzem a felicidade e erradas caso tendam a acarretar o contrário da felicidade, considere o conceito de felicidade como um sinônimo de prazer e ausência de dor e infelicidade por um sinônimo dor e a falta ou diminuição substancial do prazer. Nessas condições o prazer seria o “bem”, a dor o “mal”, e, portanto deveríamos escolher as ações que maximizassem o prazer e minimizassem a dor, as quais seriam as “únicas coisas desejáveis como fins” sendo todas essas escolhidas querem seja pelo prazer derivado ou como meios para evitarem a dor. Vale ressaltar que os utilitaristas reconhecem a superioridade dos prazeres mentais pelos considerados corpóreos, pois estes trazem consigo maior permanecia, segurança, pelo menor custo, por “suas vantagens circunstanciais”. “É perfeitamente compatível com o princípio da utilidade reconhecer o fato de que algumas espécies de prazer são mais desejáveis e mais valiosas do que outras.”, “(...) seria absurdo supor que a avaliação dos prazeres dependesse unicamente da quantidade”. Pode parecer que por se tratar de prazer e dor desses “sentimentos” ou sensações que essa teoria se aproxima da subjetividade, porém a determinação de quais prazeres são melhores e merecem empenho é feito através de uma analise racional levando-se em conta sete variáveis são elas: a duração, a intensidade, certeza, proximidade, fecundidade, pureza e extensão. Portanto o Utilitarismo é uma teoria de moralidade que visa a busca racional pelo prazer e a minimização da dor.
A ética utilitarista é consequêncialista, John Stuart Mill fundamenta a moral pela utilidade – princípio da máxima felicidade (do bom, do prazer), segundo ele as ações são corretas quando tendem a promover a felicidade, e incorretas à medida que geram o contrário. Então o fim último das ações seriam a busca do prazer máximo e a minimização da dor.
Mill destaca que a felicidade é o prazer sem dor, além disso, Mill distinguiu esse prazer – a prazeres mais intensos, duradouros – pela sua natureza – os prazeres oriundos das necessidades humanas seriam inferiores aos prazeres do pensamento.
Outra idéia interessante do pensamento de Mill é acerca da liberdade, segundo ele a liberdade não é absoluta e por isso deve ter limites. O ato de um individua pode afetar outros e esses são os seus limites (afetar ou não). A liberdade só seria completa se não existisse relação entre as ações humanas.
O utilitarismo tem como princípio a valoração da utilidade ou maior felicidade como fundamentação para a moral, idealizando que para determinada coisa ser dada certa ela deve proporcinar maior felicidade a todos e quando for errada dispõe algo que vai contra a felicidade. É necessário então, definir o que é felicidade para os utilitaristas, no qual é baseada através da quantidade e da qualidade do prazer produzido e da capacidade de imunidade à dor, não existindo assim, nada mais nobre e ideal. Uma vez estabelecido este conceito, poderíamos então, comparar os prazeres animais com os humanos e assim, por simplicidade de causa, determinar que os animais são mais felizes que os Humanos, porém, é a partir daí que é exposto que os conceitos de prazeres mentais são superiores aos prazeres corpóreos, já que os prazeres intelectuais são mais desejáveis e mais valiosos para todos ou quase todos seres pensantes. É evidente que o sentimento de viver em uma total ignorância, mesmo que esta nos leve a prazeres corpóreos totalmente satisfatórios é subjulgado pelos prazeres de entender o mundo a sua volta e deter o conhecimento sobre ele, mesmo que tal escolha nos proporcione dores mais agudas e prazeres mais momentâneos. Uma característica na qual se deve levar em consideração é a de que dores e prazeres não são homogêneos, são apresentados não puros, e decorrentes de diversas ações intrínsecas que podem gerar diversos sentimentos, sendo que prazeres superiores são mais difíceis de se manterem, daí vem a escolha pelos prazeres menos valiosos, uma vez que haja uma falta de oportunidade ou devido a capacidade de mantê-la por um tempo mais razoável. Essa escolha por prazeres menos elevados, não levar em consideração enunciados universais e a felicidade do conjunto, leva ao que podemos caracterizar como ausência de caráter. O utilitarismo, então, não usa de preceito de bem e mal ou de ações dependentes do agente, porque é possível que uma coisa boa venha a gerar resultados negativos em determinado indivíduo e portanto, a cada vez que o Homem procura o prazer em si mesmo, ou seja, no indivíduo ele está estimulando o egoísmo e a ausência de solidariedade e privando de que outros defendam também nossos interesses.
O utilitarismo foi sistematizado por Jeramy Bentham e John Stuart Mill e tem como principio o entendimento e a valorização da utilidade, ou seja, toda ação deva ser julgada pelo seu "poder" de produzir bem-estar. Sendo assim mais importante aquilo que causa mais prazer nas pessoas. Teriamos, entretanto, um problema a resolver, que seria como calcular a quantidade de bem-estar que algo produz. Outro problema apresentado no pensamento é quando nos deparamos com pensamentos sobre se realmente importa apenas o que resulta em bem estar. Já que isto também poderia ser maléfico para uma pessoa.
Caros Alunos, Cuide para que, na redação das postagens, as sentenças não sejam longas demais. Sentenças com 10 linhas, ou mais, dificultam o entendimento do leitor. Ainda, frases como: "Stuart Mill procurou empregar a fonte primária da utilidade para extinguir o egoísmo, enfatizando o altruísmo" não parecem fazer sentido. Principalmente, se elas vierem desacompanhadas de explicações sobre o significado de "fontes primárias". (Para um exemplo das imperfeições aqui descritas veja a postagem da Bianca).
Caros Alunos, Creio que a postagem da Cristiane Ganaka está superficial. Ademais, o último parágrafo sobre a liberdade em Mill está confuso e não é possível entender o que ela quer dizer.
O utilitarismo é uma teoria desenvolvida na filosofia liberal inglesa, especialmente em Bentham e Stuart Mill. Entre seus interlocutores encontram-se expoentes do liberalismo clássico como Adam Smith, David Ricardo e Malthus. Todos deixaram notável contribuição à filosofia política. A teoria utilitarista corresponde à cultura iluminista e emergiu da crise da perspectiva realista. Tem como característica o racionalismo empírico e como objetivo a realização da felicidade humana através da razão e da lei. Considera boa a ação humana que traz felicidade e bem-estar ao indivíduo e, em extensão, à coletividade. A finalidade é a maior soma de felicidade conjunta. Para o utilitarismo, as ações humanas são reguladas por dois critérios: o prazer e a dor, consignando que o indivíduo sempre maximiza o prazer e mitiga o sofrimento.
Para Stuart Mill, a qualidade do prazer é tão importante quanto à utilidade, e algumas espécies de prazer são mais desejáveis e valiosas do que outras. O filósofo diferencia, ainda, os homens comuns dos superiores, atribuindo a esses os prazeres mais elevados, decorrente de atributos intelectuais que lhes permitem a proximidade de uma vida satisfatória. Os críticos do utilitarismo defendem que as proposições são utópicas, mas os pressupostos desta teoria tiveram em seus célebres representantes os defensores de uma nova perspectiva racional que, quebrando paradigmas até então vigentes, inseriram no mundo contemporâneo o voto feminino, o primeiro projeto previdenciário e a inclusão do maior número possível de indivíduos na vida política da comunidade, já que são destinatários dos serviços públicos. Mill, ao rebater as críticas ao utilitarismo, argumenta que uma doutrina ética deve balisar a rigidez a fim de que o indivíduo possa, sob sua responsabilidade moral, acomodar as regras de conduta às peculiaridades das circunstâncias, por demais complexas, dada a natureza das relações humanas.
O texto de Mill é, claramente, um texto de defesa e esclarecimento do Utilitarismo e sua doutrina, perante as muitas críticas que a corrente parece enfrentar. O Utilitarismo caracteriza-se por pregar que a pessoa escolha as ações que irá pôr em prática levando em conta proporcionar o máximo de bem geral, i.e., quando uma pessoa estiver perante uma ação com conteúdo moral (pois é óbvio que há ações que não entram no terreno da ética, da moral, que não atingem outras pessoas etc), devem considerar fazer o máximo de bem para as pessoas que serão afetadas por essa ação. Não há sentido refletir sobre as consequências que advirão dessa ação para toda a sociedade, pois apenas figuras públicas influenciam grande número de pessoas. Mill argumenta que o fim último da humanidade é a felicidade, mesmo que algumas pessoas não acreditem que o ser humano PODE ser feliz ou MERECE ser feliz. O autor chega até a argumentar que quem possui umas das 2 opiniões acima tem maior probabilidade de ser feliz, pois adota uma posição perante à vida semelhante a dos estóicos, i.e., mais conformada perante às adversidades da vida, e às dificuldades que não podem ser evitadas, tornando a vida mais tranquila. Felicidade seria, para Mill, não um conceito utópico de sensação de contentamento duradouro por toda a vida, e sim uma vida com mais momentos prazerosos que dolorosos. Felicidade seria composta, portanto, de prazer e ausência de dor. Uma das críticas rebatidas por Mill é a de que há pessoas que julgam o Utilitarismo como sinônimo de Consequencialismo, o que é um erro, e algo muito comum em vários textos tratando do assunto. O Consequencialismo busca o conveniente, não o útil, i.e., o que traz mais benefícios ao agente, o que não é, de modo algum, o apelo do Utilitarismo, que busca a satisfação do agente, sim, mas considerando majoritariamente as consequências que suas ações trarão sobre os afetados de sua ação, que é a prioridade do Utilitarismo.
O utilitarismo pressupõe que antes de uma ação ser praticada o individuo deve levar em consideração qual é o efeito de seu ato, que devera trazer o maior para o maior numero de pessoas. Devemos levar em consideração as conseqüências que nossos atos terão sob outros indivíduos. Mill diz que: “...as ações são corretas na medida em que tendem a promover a felicidade e erradas conforme tendam a produzir o contrario da felicidade.” Alem disso Mill em resposta a Bentham acrescentou um caráter qualitativo na avaliação do prazer, ao invés de apenas pensarmos na quantidade, dificultando bastante a teoria utilitarista. O utilitarismo foi também uma maneira de tentar superar a ética kantiana do dever, visto que a doutrina utilitarista põe o certo como o estabelecimento do bem geral. Dentro da doutrina utilitarista uma ação executada com uma má intenção pode trazer resultados positivos, e esses resultados não serão diminuídos por causa dessa “má intenção”. Esta doutrina ética é consequencialista, você pensa a ação unicamente em função das conseqüências. O utilitarismo é regido pelo principio do bem estar máximo: “Agir sempre de forma a produzir a maior quantidade de bem-estar”, sendo, portanto, eudemonista (coloca a felicidade como objetivo da vida humana), mas não de uma maneira egoísta – onde eu ajudo crianças carentes não porque as tornam felizes, mas porque eu fico feliz com isso – e sim visando o bem estar de todos não apenas o de um indivíduo especifico.
Utilitarismo: Esta corrente filosófica de reflexão que está diretamente associada à maneira como nos relacionamos com os outros indivíduos e que muitas vezes passa despercebida pelos olhos mais desatentos. "Toda ação visa a algum fim, e as regras de ação, como parece natural supor, devem tomar todo o seu caráter e aspecto do fim a que são subservientes. " Através dessa citação de John Mill é que comecei a refletir sobre um dos pontos mais importantes do utilitarismo: A busca pela felicidade e o quanto essa busca está relacionada com os que estão à nossa volta, visto que toda ação visa algum fim, mesmo que tal ação seja executada sem premeditação de sua conseqüência. Banhado em racionalidade, clareza e coerência, o utilitarismo trás até nós a prática de mensurar, com objetividade, até onde a consequência de nossas ações beneficia ou prejudica os que estão à nossa volta. Essa prática torna-se fator fundamental na obtenção da nossa própria felicidade. Os utilitaristas defendem o prazer como maior bem, e, em minha opinião, o prazer pode ser também chamado neste caso de bem-estar coletivo, uma vez que não se pode estar completamente em estado de prazer se está dissociado dos demais. O utilitarismo, em meio aos problemas da revolução industrial, surgiu como ferramenta capaz de resolver os problemas relacionados à conduta humana e por meio da visão racionalista, e se propôs através de regras que regem o comportamento humano a alcançar a felicidade e o prazer do maior número de pessoas possível. Alguns princípios que norteiam o utilitarismo defendem que o sofrimento de um indivíduo gera sofrimento a outros e, que a eliminação da dor gera sempre a agregação de mais prazer a tal indivíduo. Através de determinados princípios aplicados às leis de comportamento, o utilitarismo utiliza da racionalidade para determinar quais condutas vão gerar situações onde o maior número de indivíduos possam se encontrar mais felizes. Tais características me faz também refletir sobre como temos levado nossa vida. Será que nossas atitudes visam sempre a busca pela eliminação da dor para agregar mais bem-estar e será que buscamos eliminar nossa dor porque esta dor gera dor nos que estão à nossa volta? Constantemente me deparo com a reflexão sobre ações que são tomadas visando apenas causar mal-estar nos demais e ações que, ao invés de agregar bem-estar ao indivíduo só agregam mais dor, não só para ele próprio, como também para os que diretamente estão ligados a ele. Neste contexto o útil não pode ser tomado no sentido egoísta, muito menos ser percebido como o que seja benéfico e útil apenas para atender seus próprios interesses. Em minha opinião, se passa por essa linha de pensamento, não pode ser mais visto como utilitarismo. Nisto consiste o ponto mais difícil de aplicar o utilitarismo na prática: a constante dificuldade de romper com o egoísmo que tem o indivíduo na sociedade atual.
O utilitarismo chamou muito a minha atenção da primeira vez que o professor nos deu uma pequena explicação sobre sua visão, e agora após ter estudado um pouco mais a fundo suas teorias posso dizer que, a meu ver, é a que tem mais chances de estar certa. O principio que ele colocou como base para as ações humanas, eu acredito ser quase impossível de refutar, o que toda ação humana visa à felicidade. Não há ação de uma pessoa sã que não traga qualquer felicidade para ela ou para alguma pessoa a sua volta (assim trazendo felicidade para si mesma também), mesmo nos casos extremos, como por exemplo, de uma pessoa que infligi dor no próprio corpo, esta ainda retira uma felicidade maior do que a dor que ela sente no momento. Outro ponto que eu achei importante foi o de que as motivações de uma pessoa não influenciam no valor moral da ação, mesmo muitas pessoas acreditando o contrario. Um caso atual que reflete bem essa situação é o da intervenção militar na Líbia, onde os Estados Unidos e a OTAN estão supostamente ajudando as forças rebeldes somente para conquistar as reservas de petróleo do país. Mesmo que essas segundas intenções sejam verdadeiras a ação de intervir no conflito no país para impedir um massacre da população civil ainda é moralmente correta. Porém, o utilitarismo ainda levanta alguns problemas com suas teorias, como por exemplo, a de como seria possui quantificar o prazer e a dor de determinadas ações. Isto ocorre, pois há diversos fatores que afetam o nível de prazer de certa ação, como a carga genética, passado do individuo e a cultura aonde ele vive, mesmo tentando se argumentar que seria possível encontrar uma média de “valor de prazer” para certa ação, ainda existe ações que está média na representaria a maioria. Também existe o problema de que muitas vezes é difícil prever com certeza quais são as conseqüências de certa ação (levando em conta que são as conseqüências, e não as ações em si que possuem valor moral), assim ficaria difícil dizer se uma ação é moral se a pessoa que a fez não sabia das suas conseqüências.
O utilitarismo baseia-se no princípio da maior felicidade como fundação da moral, ou seja, as ações são consideradas corretas quando levam a felicidade, que para Mill entende-se como prazer, enquanto as ações consideradas erradas levariam a não-felicidade, ou seja, a dor. Esse pensamento está pautado no pressuposto de que todos os homens buscam felicidade (teoria da vida), a maneira de alcançar essa felicidade está na busca por tudo que é desejável, seja pelo prazer presente nelas ou como forma de alcançar o prazer e evitar a dor. Esse conceito trás inevitavelmente certa aversão dos que preferem pensar que há uma finalidade mais nobre e digna na vida humana, uma finalidade que nos diferencie do restante dos animais. O que John Stuart Mill rebate em seu texto, afirmando a diferenciação entre o que seria prazeroso para os humanos e para os suínos, o prazer não se dá somente nas sensações. Dentro desses prazeres que são desejáveis pelos homens há diferença quanto ao grau de importância que cada um tem, algumas espécies de prazer são mais desejáveis e mais valiosas que outras, sendo que é importante dizer que essa qualificação não está de forma nenhuma sempre ligada à quantidade. Podemos questionar ainda a individualidade como fator que alteraria esses padrões de felicidade, Mill concorda e afirma que o ser cujas capacidades de deleite sejam de grau inferior tenha maiores chances de vê-las completamente satisfeitas, enquanto um ser dotado de capacidades superiores sempre sentirá como imperfeita a felicidade que lhe é possível busca no mundo tal como o existente. E ainda conclui que é melhor ser uma criatura humana satisfeita do que um porco satisfeito, e aqueles que escolhem prazeres inferiores não estão agindo de acordo com a plena apreciação da intrínseca superioridade dos prazeres superiores da racionalidade humana. Como principais elementos de uma vida satisfeita, e muitas vezes suficientes para esta, são a tranqüilidade e a emoção. Porém, há também, a virtude, e essa Mill acredita ser superior a felicidade, quando a renuncia à porção particular de felicidade em nome de algo mais nobre, e esse o faz em nome de algum fruto para os seus semelhantes, ou seja, aumenta uma soma total de felicidade. Sendo que ainda assim, esse sistema ético não exija que todas as ações sejam pautadas no sentimento de dever.
O utilitarismo se resume no principio da felicidade, é uma doutrina da ética que analisa as ações, na forma de consequencialismo. Se suas ações ocasionaram alegria, prazer então se enquadra nas ações moralmente certas, logo ao produzir ações dolorosas, se encaixam nas ações erradas no quesito moral, para entender o que são os conceitos de dor e prazer, precisamos esclarecer a teoria da vida, na qual se une com a teoria da moralidade, o prazer e a felicidade são objetos de desejo, tanto pelo prazer que nos faz sentir, junto a sua estrutura, quanto ao caminho para se chegar até ele. Como a ideia visa a felicidade não só de si, mas de muitas pessoas, rejeita o egoísmo, assim dispersando a nobreza de caráter, a moralidade utilitarista se encaixa nesse conceito, pois adota ações que sacrificam seus bens pessoais em prol do bem dos outros, ou seja é certo sacrificar as vontades de uma minoria visnado o bem-estar da maioria.
O texto de Mill é uma defesa ao utilitarismo, este sendo uma doutrina a qual prescreve a ação de forma a levar sempre a maior quantidade de bem-estar do ser. Avaliando uma ação em função das consequências, o utilitarismo seria então uma forma de consequencialismo. Visto como uma moral eudemonista, o utilitarismo – diferente do egoísmo – insiste no fato de que devemos levar em consideração o bem-estar geral, e não apenas de um único ser. Concebido como critério de moralidade, deve ser aplicado desde as ações individuais quanto às decisões políticas, na economia, na sociedade e na jurisdição. Sendo um tipo de ética normativa, nos princípios utilitaristas a ação é correta em relação à moral se tende a propiciar a felicidade e digno de condenação se produz a infelicidade. Em seus princípios, o utilitarismo rejeita a ideia de egoísmo opondo-se a que o ser deva correr atrás de deus próprios objetivos, mesmo as custas dos outros, e se opõe ainda a ideia de ações ou atos consideráveis válidos ou inválidos independetemente das conseqüências que eles podem ter. Por fim, o utilitarismo difere das teorias éticas que passam a imagem de bom ou mal de uma ação depender do ‘porque’, de acordo com os princípios utilitaristas, é possível que algo bom resulte de um motivo ruim.
Segundo Bentham a dor e o prazer nos regem e, apontando a direção de nossas ações, determinando o que de fato faremos dentro de um padrão de certo ou errado, sendo ligada a eles uma cadeia de causas e efeitos, portanto este princípio é entendido como o de aprovar ou desaprovar a ação ou ações capazes de aumentar ou diminuir a felicidade da pessoa. Esta ética normativa nos diz que devemos analisar o efeito do ato que estamos a praticar, que deverá trazer o bem para o maior número possível de pessoas, sendo o prazer o maior bem. Bentham defende que a emoção resultante, mensurada por meio de cálculos matemáticos, este cálculo moral depende da identificação de sete variáveis: intensidade, duração, certeza, proximidade, fecundidade, pureza e extensão. Já para Mill a busca da felicidade, isto é, o prazer e a ausência da dor. Portanto as ações humanas têm como fim, ou como meio, o prazer. Os prazeres dos animais não atendem aos ideais humanos, pois é melhor um ser humano insatisfeito, certo de seus erros e acertos, do que um porco satisfeito, sendo aí um diferencial às ideias epicuristas. O Utilitarismo, diferente do egoísmo, nos enfatiza que devemos levar em conta o bem estar geral, e não de apenas um individuo, se opondo à ideia de que atos podem ser considerados validos, independente das consequências destes, visando não só a felicidade de si, mas a de muitos. Mill acredita também que a virtude seja um valor superior à felicidade, pois esta nos faz renunciar à nossa parte de felicidade, em função do bem estar maior, ou seja, aumentando a soma total da felicidade.
Para os utilitaristas uma ação é moralmente correta se promover a felicidade e condenável se tende a produzir a infelicidade, sendo não apenas a felicidade do individuo que a praticou, mas também a de todos que foram afetados por ela. O Utilitarismo rejeita o egoísmo, contrariando a possibilidade do indivíduo em satisfazer seus próprios interesses as custas de outros indivíduos, assim como também nega a idéia de que qualquer teoria ética deva rotular um ato como certo ou errado, não considerando as consequências que esses atos podem vir a ter. Sendo ssim difere das teorias éticas, que o carater de bom ou mal venha depender do motivo do agente, até porque, para o utilitarismo, uma coisa boa pode vir a resultar de uma motivação ruim no indivíduo. Posso citar também que para Bentham, deveria ser fundamental a busca da maior felicidade possível para o maior número de pessoas, principalmente na esfera política, na qual um político eleito tem o poder e o "dever moral" de maximixar a felicidade de toda a comunidade em comunhão com os interesses da sociedade entre si, pois se for mal intecionado ele pode prejudicar um individuo resultante na ajuda apenas de seu vizinho e não da maior felicidade possível.
Achei muito interessante um texto sobre utilitarismo que li em um blog, na qual fala sobre o utilitarismo em uma ligaguem simples e da exemplos de nosso cotidiano. Para quem se interessar aqui está o endereço: http://moranapsicologia.blogspot.com/2007/11/tica-de-john-stuart-mill-utilitarismo.html
A biografia dos filósofos muitas vezes depõe sobre suas obras filosóficas. Jeremy Bentham foi um filósofo fascinado pelo tema “morte”, afinal, qual a dignidade natural, qual valor intrínseco humano existe se no fim acaba-se tudo em decomposição? O utilitarismo de Bentham delegava às experiências mundanas para realização,ou seja, só se age de forma que se maximize o prazer e minimize a dor. Só agimos de acordo com as satisfações desses nossos interesses, avaliando as conseqüências que nos são úteis. Bentham trouxe a utilidade ás ultimas conseqüências, depois de sua morte, a comunidade acadêmica foi convidada não ao seu enterro, mas a sua dissecação na Escola de Medicina, onde na seqüência seria rejuntado e empalhado para posterioridade.
Sobre o caráter de “prazer”, “dor” e “utilidade”, John Stuart Mill escreve o texto indicado “O que é utilitarismo?”. O utilitarismo não implica em apenas satisfação de prazeres vulgares, mas sim é o caso de uma escola normativa que apesar de partir do egoísmo, do individualismo natural, leva em conta os prazeres alheios, e é a maximização do bem-estar para o maior número um de seus princípios fundamentais, princípios que afugenta a alcunha de “ética da auto-destruição”. Para o utilitarismo foi levantado em conta, por exemplo, a defesa dos direitos animais com Bentham e do sufrágio feminino com Stuart Mill. O texto “The Subjection of Women” foi um escrito em parceria com Harriet Taylor advogando a igualdade dos sexos. Harriet Taylor nessa época era esposa de Mill, mas o próprio Mill, ironicamente, teve a “dor” de esperar 21 anos para se poder casar com ela.
Sobre a suposta necessidade do egoísmo como característica inicial parece que pelo menos a biologia atual o têm aceitado. O livro do também britânico Richard Dawkins, “O Gene Egoísta”, fala das premissas biológicas das condutas. Dentro da perspectiva de seleção natural, somos todos compelidos a agir de forma a aumentar a probabilidade dos genes e de suas cópias de sobreviverem e se reproduzirem, isto significa que também somos compelidos muitas vezes ao comportamento altruísta por essa máquina. A idéia de nos perpetuarmos de alguma forma, a idéia de prolongarmos a nossa existência, ou nosso bem-estar de alguma forma nos parece naturalizado, denotado só agora pela biologia, mas já expressas nas "excêntricidades" de Bentham.
PS: Peço desculpa pela demora do post. Espero que possa aceitar.
Os dois maiores pensadores utilitaristas, os pais dos utilitarismo são Jeremy Bentham e John Stuat Mill. O utilitarismo tem sua base no pensamento de Hume. Esse tipo de ética busca a ação útil, ou seja, a ação que maximiza o prazer e minimiza a dor. Sendo assim, qualquer ação para ser moral deve maximizar o prazer e minimizar a dor. Isso é uma maneira de “matematizar”, “equacionalizar” a ética, pois pode-se até criar um gráfico, uma tabela, uma pontuação para saber se uma ação tem mais prazer do que dor (algo, por exemplo, que o Professor Peluso diz estar trabalhando). Percebe-se desta forma que diferente de Kant, esta ética é fortemente individualista, o indivíduo é o centro desta ética. Ressalta-se que não é qualquer simples prazer que é moral, pois, o agente da ação deve se pautar por alguns princípios, tal como o da comiseração o qual prescreve que o sofrimento, mesmo em outros seres, é sempre um mal, isto é, não se deve usar de qualquer meio para atingir seu prazer, apesar desta busca parecer ser ética, ela deve valer-se dos princípios fundamentais para de fato ser ética.
J S. Mill dá uma explicação bastante completa sobre o Utilitarismo. Não só isso, o autor explica também como o Utilitarismo costuma soar para algumas pessoas, que o tacham de vil e abjeto. Não tem um certo sentido algumas pessoas possuírem tal opinião sobre esta doutrina? Em sua obra Mill discorre sobre o Utilitarismo, logo no começo é possível perceber a característica mais marcante deste pensamento, a busca do prazer. A atitude, a ação, que propicie mais prazer, ou evite a dor, é considerada moralmente e eticamente aceita. Ou seja, a ação que tende a gerar prazer ou evitar a dor é a mais moralmente indicada. Em uma análise superficial, fica claro que algumas pessoas sustentem opiniões de que tal doutrina é vil. Alguns ainda podem dizer que esse modelo, durante esta analise superficial é egoísta. Mill, também comenta que alguns podem dizer que sua teoria é epicurista, porém, explica a diferença de prazeres de outros animais dos do ser humano. Neste ponto gostaria de adicionar um comentário, ao ler esse texto, nessa passagem relacionada ao epicurismo e sua diferença do Utilitarismo me veio a cabeça o filme Pinóquio, me lembrou a Ilha dos Prazeres, onde os garotos tinham acesso a prazeres “estúpidos” como bebida, fumo e coisas do tipo, com o tempo eles se tornavam burros. Tal lembrança, acredito, colaborou no entendimento da diferença entre o prazer animalesco e o prazer de faculdades mentais mais elevadas. Depois de discorrer sobre o que diziam os outros, ou poderiam pensar os outros, de sua teoria, Mill começa a explicar que alguns prazeres, seja por sua raridade, ou pelo benefício causado, são mais ambicionados que outros mais simples. A busca Utilitarista, visa a felicidade, a felicidade é aqui definida como a existência de prazer e a ausência da dor, estes são os únicos fins que tem importância na prática Utilitarista definida por Mill. Se as pessoas entenderem como dor, ou algo contra o prazer, o sofrimento de outras pessoas, isso as levará a ajuda-las a minimizar suas dores e aumentarem seus prazeres, aumentando também o prazer do primeiro grupo, dessa forma, mesmo uma doutrina que a princípio possa parecer tão mesquinha e egoísta, tem seu modo de ajudar um coletivo de pessoas. Ajudar os outros a suprir suas necessidades pode ser um prazer para algumas pessoas. Então de diversas formas a Utilidade pode ser aplicada a um contexto mais coletivo e não ser assim tão egoísta e vil como parece em um primeiro ponto de vista. Porém, do que pude entender de tal doutrina, não acredito nela, as pessoas buscam mais que apenas prazer. E dizer que o que maximiza o prazer e minimiza a dor é moral e ético, pode ser rebatido com inúmeros contra-exemplos, tendo em vista que prazeres são coisas extremamente pessoais, é de conhecimento geral que existem pessoas com prazeres que são extremamente mal vistos e algumas vezes até absurdos e doentios. Pode-se dizer que é moralmente aceito um assassino em série esquartejar uma vítima depois de tortura-la e estabelecer relações sexuais forçadas com ela? Acredito que tal conduta seja criminosa, e nem um pouco moralmente aceita. Porém posso ter entendido errado o que Mill queria dizer. Mas enfim, essa foi minha reflexão sobre o assunto.
Para J. S. Mill, o utilitarismo, as ações são corretas na medida que promovem a felicidade (entendida como prazer e ausência da dor). O fim último é uma existência tanto quanto possível livre da dor e tão rica em satisfação quanto possível, tanto em quantidade quanto em qualidade. O indivíduo não deve, entretanto, dar preferência à sua felicidade ou bem-estar pessoal (ou de sua família ou amigos) mais do que a felicidade dos outros (da totalidade). Um ponto interessante e alvo de críticas ao utilitarismo de ato é que permite que sejam violadas algumas regras morais, como não mentir, quando houver ganho na utilidade.
O utilitarismo é uma teoria consequencialista e teleológica. Segundo essa teoria o fim de nossas ações é a felicidade e o que é correto é definido em função das melhores consequências, que são definidas em função da maximização imparcial felicidade dos afetados por nossas ações, ou seja, produzir a maior felicidade possível para todos aqueles que sofrem de alguma maneira com as consequências de nossos atos. A teoria utilitarista tem sua origem em Jeremy Bentham em sua obra Uma Introdução aos Princípios da Moral e da Legislação, John Stuart Mill publicou Utilitarismo, que se tornou um clássico e acabou por influenciar a corrente dos utilitaristas. A teoria de Bentham é baseada no hedonismo quantitativo: defendia-se que quanto maior a duração e intensidade dos prazeres gerados por uma ação, mais felicidade tendia a ser gerada por essa ação. Já a teoria de Mill é baseada no hedonismo qualitativo: para se avaliar uma ação, deve-se levarem consideração não somente a intensidade e duração dos prazeres deve-se levar em conta a qualidade dos prazeres gerados por ela, assim, há uma divisão qualitativa de prazeres, divididos em superiores e inferiores. Os prazeres superiores são do intelecto, das emoções e são inferiores os prazeres corporais. Segundo Mill: “É preciso admitir, entretanto, em geral os escritores utilitaristas reconheceram a superioridade dos prazeres mentais sobre os corpóreos, principalmente pela maior permanência, maior segurança, menor custo, etc., dos primeiros, ou seja, por suas vantagens circunstanciais, mais do que por sua natureza extrínseca.”. Mill atribui à sanção moral, a fonte de obrigação, ela é o que motiva ou obriga as pessoas agirem moralmente. Isso está relacionado devido à natureza social do homem. As pessoas naturalmente desejam unir-se aos seus semelhantes, para que ocorra essa união é necessária uma igualdade de interesses. Desta maneira, quando mais o homem ajustar seus interesses aos interesses coletivos, melhor será para ele mesmo. Assim a sanção moral é uma sanção interna, ou seja, ela gera um sentimento de desaprovação perante o descumprimento dos deveres e nos impede de violá-los. Segundo o autor o utilitarismo por vezes é mal interpretado sendo acusado de ser muito exigente e além de os indivíduos terem de fixar seu espírito em algo muito amplo como o mundo todo. Para ele a não ser que alguém seja um benfeitor público, não é necessário levar em consideração a felicidade de todas as pessoas da sociedade, apenas aquelas envolvidas na ação. Outro argumento é que não praticar ações que prejudiquem que sociedade é uma exigência de todo sistema moral.
O Utilitarismo parte do princípio básico de que todos os seres humanos sempre buscam aquilo que lhes fornece prazer e fogem daquilo que lhes proporciona a dor. No entanto, existem diferentes prazeres com diferentes características (alguns mais intensos do que outros, por exemplo), uns "melhores", outros "piores". Para John Stuart Mill, prazeres mentais são superiores e preferíveis em relação a prazeres meramente físicos, e seres com uma superior capacidade mental são mais aptos a perceber isto, não contentando-se apenas com os prazeres inferiores. Na mesma intensidade, eles também percebem um maior número de coisas que os fazem sofrer. A moralidade está presente no Utilitarismo, pois Mill afirma que a felicidade, que é o objetivo de um ser individual, não diz respeito apenas a este ser, e sim a todos aos quais as ações deste ser poderão ter consequências, ou seja, para que este ser seja plenamente feliz, suas ações devem também trazer felicidade àqueles relacionados a essas ações. Sabendo disto, pode-se concluir que uma ação praticada por um indivíduo que traga prazer para ele, mas dor para os outros, é uma ação não só imoral como também insuficiente para fornecer a completa felicidade a este indivíduo, pois a infelicidade, mesmo que em outros seres, sempre será um mal.
Como dito pelo próprio Benthan: “A natureza colocou o homem sobre domínio de dois senhores soberanos: o prazer e a dor...”. E baseados nessa premissa que toda a ética utilitarista está construída.
Para os utilitaristas todas as ações para serem consideradas éticas têm que seguir a seguinte regra: minimizar o sofrimento e maximizar a prazer. Essa regra é tão forte que seria possível fazer até um calculo matemático para afirmarmos se aplicabilidade em nossas condutas.
Dentre todas as teorias apresentadas, acredito que os utilitaristas são os que mais se aproximam da realidade, tornando a abstração ética algo mais palpável e por isso mais fácil de se lidar.
Os Utilitaristas defendem que as ações são sustentadas pela moral assim como elas nos proporcionam felicidade e por essa felicidade que se atribui o prazer , enquanto para sua falta se atribui a privação do prazer. Apenas o prazer e a ausência de dor podem ser considerados como fins , produtos finais , todas as outras coisas desejáveis , são desejáveis pelo prazer intrínseco a elas mesmas. A teoria epsicurista atribui aos prazeres algo mais profundo , mais elevado , do que apenas sensações além de considerar que há uma supremacia dos prazeres mentais, pois a esses pode ser atribuída maior durabilidade .Assim como humanos tem faculdades mais elevadas e graças a isso não tem a mesma concepção de felicidade do que os animais, sendo mais exigentes . A partir disso o objetivo principal do utilitarismo defende o Príncipio da Maior Felicidade, onde as ações tem que buscar a máxima felicidade para o maior numero de indivíduos , tirando um pouco da imagem egoísta que a corrente passava para vários estudiosos da epoca. Ou seja o utilitarismo acaba buscando a felicidade por um desígnio racional , fazendo com que as pessoas busquem uma vida com tranquilidade e emoção, com poucas dores transitórias , nunca esperando da vida mais do que ela pode oferecer .
O utilitarismo foi defendido por Jeremy Bentham e John Stuart Mill. Os utilistarisas defendem que a felicidade humana pode ser avaliada em termos de prazer ou de dor. Dessa forma, a felicidade ou " Bem Supremo" é alcançada quando a dor é minimizada e o prazer é maximizado. E, para isso, nós devemos praticar ações úteis, ou seja, ações que maximizam o bem-estar do concernido. Para que o indivíduo saiba discernir as boas das más ações, isto é, para que possa justificar devidamente as suas escolhas, é preciso encontrar um critério geral de moralidade, o chamado "Princípio da Maior Felicidade", que defende que as ações estão certas na medida em que tendem a promover a felicidade (prazer), e erradas na medida em que tendem a produzir o contrário à felicidade (dor). É segundo este critério que toda a acção útil se torna legítima.
O utilitarismo, teoria que tem origens nos filósofos John Stuart Mills e Jeremy Bentham, é uma ética normativa na qual a ação pode ser moralmente correta à medida que tende a promover a felicidade, considerando não apenas a promoção da felicidade do agente, mas também a felicidade de todos afetados àquela ação. Assim as ações têm um caráter qualitativo, quanto mais prazer produzir e menor for a dor produzida, maior a felicidade promovida pela ação. Essa teoria se opõe a ideia de que o individuo deva seguir apenas seus próprios interesses e também se opõe as teorias éticas que categorizem algum tipo de ação ou ato como certo ou errado independente das conseqüências que possam ter. Portanto diferente de como muitos críticos pensavam em relação ao utilitarismo, essa teoria não promovia o egoísmo, pelo contrário, a partir do “principio da felicidade maior”, as ações deveriam proporcionar o máximo de felicidade para o maior numero de indivíduos.
O utilitarismo se constitui em uma teoria moral consequencialista, ou seja, que avalia situações , atitudes e regras apenas com base em suas consequências. Um dos mais importantes pensamentos do utilitarismo é o dado por Jeremy Bentham : “A natureza colocou o homem sobre domínio de dois senhores soberanos: o prazer e a dor...” , essa sentença fundamenta o pensamento utilitarista de que a moral consiste na realização de ações que levem o homem ao prazer maior e à fuga ao máximo possível da dor, sendo assim as ações éticas consistem naquelas que têm utilidade nesse processo. Em minha opinião , a teoria utilitarista tem peculiaridades em relação a outras teorias éticas, que devem ser ressaltadas. Uma delas é o fato de esta ter sido elaborada ( na configuração que conhecemos hoje , já que existem registros que pregam que o utilitarismo já havia sido pensado de maneira semelhante na Grécia Antiga e na Inglaterra do século XVII) por dois economistas: Jeremy Bentham , que já havia sido citado, e John Stuart Mill; e algo que chama a atenção em relação a isso é a tentativa por parte dos utilitaristas de fazer uma escala que medisse o a taxa de qualidade do prazer , talvez relacionada à formação de seus idealizadores. Essa observação nos remete a outro ponto importantíssimo , que difere o utilitarismo da maioria das outras teorias éticas, o de que ele não determina um bem ou um mal universais, a individualidade dos seres assumida nessa tese se sobrepõe na decisão da daquilo que lhes trará ou não prazer, direcionando suas ações para que cheguem o mais perto possível de atingir a saciedade de seus desejos, assim admite -se também que indivíduos que almejam coisas mais simples e acessíveis tendem a ser mais felizes . Uma crítica forte que se faz ao utilitarismo , que inclusive é rebatida no texto de Stuart Mill, é a de que ele defenderia um egoísmo absurdo, a medida que prega que os indivíduos devem apenas buscar suas realizações pessoais para se tornarem seres éticos , porém a resposta a essa oposição é a de que para um homem ser plenamente feliz ele necessita também da felicidade do outro , ou seja , a infelicidade dos semelhantes causariam dor ao indivíduo , que então faria tudo que lhe coubesse para sanar essa infelicidade, mesmo que tivesse de abrir mão de alguns de seus objetivos, já que a alegria do semelhante lhe causaria um prazer maior que estes na escala previamente citada.
O Utilitarismo (corrente filosófica que trata da Ética Normativa) tem como principais representantes os autores Jeremy Bentham e John Stuart Mill. O texto sugerido para a aula foi uma breve síntese introdutória, feita por Mill e denominada “O Que é Utilitarismo”. Percebemos através do explicitado que o autor preocupa-se em deixar clara a posição dos Utilitaristas diante ao debate ético.
Os dois principais conceitos do Utilitarismo se traduzem nos termos prazer e dor, Bentham em sua obra (Introduction to the Principles of Morals Legilation p.1) relata: “A natureza colocou o ser humano sob o domínio de dois senhores soberanos a dor e o prazer”. Desta forma temos que é natural e intrínseco ao ser humano a busca pelo maior e melhor prazer que reflete-se, por sua vez, na maior soma de momentos felizes.
É de suma importância nos atermos ao fato de que não apenas a quantidade do prazer (expressa por forma de uma “aritmética moral”) é o “summum bonum” da Ética. Como também é importante a qualidade desse prazer que é medida mediante variáveis já pré estabelecidas pelo indivíduo (intensidade; duração; certeza; proximidade; fecundidade; pureza e extensão). Onde o “Princípio da Maior Felicidade” impõe que levemos em consideração não apenas nosso prazer individual como também àquele que diz respeito à sociedade a qual fazemos parte. A prática do bem gera o prazer sendo algo objetivo e desvinculado do indivíduo. É inquestionável para os Utilitaristas que o ser humano sempre busque o maior prazer e fuja da dor e que essa dicotomia prazer / dor é formada assim por polos totalmente assimétricos.
Desta forma podemos então concluir que para os Utilitaristas o bem é causado independente da conduta de quem o pratica. Sendo então aquilo que mais causa prazer não apenas ao indivíduo como aqueles que são afetados por suas ações. As ações tomadas como objetivas e os índices de prazer e dor são racionalizados de forma que para os Utilitaristas “Nenhum sistema de Ética exige, porém que o único motivo de todas as ações seja o dever” (J. S. Mill). Onde tem-se então, finalmente, que as ações são motivadas, pura e simplesmente, pela busca da Felicidade.
O Utilitarismo se trata de uma teoria ética difundida pelos filósofos ingleses Jeremy Bentham e John Stuart Mill. O pensamento utilitarista é baseado no princípio da utilidade, ou princípio da maior felicidade como base de toda moralidade. Este princípio considera que as ações que promovem a felicidade são as consideradas moralmente corretas, e as que, pelo contrário, promovem a infelicidade são moralmente erradas. Nas palavras de Mill: "O credo que aceita a utilidade ou o princípio da maior felicidade como a fundação da moral sustenta que as ações são corretas na medida em que tendem a promover a felicidade e erradas conforme tendam a produzir o contrário da felicidade. Por felicidade se entende prazer e a ausência de dor; por infelicidade, dor e a privação do prazer".
O utilitarismo é mais uma teoria ética que destaca o prazer como fonte da moralidade, e a felicidade como finalidade das ações morais. Porém, este prazer é classificado pelos utilitaristas como possuidor de diversos níveis, ou seja, existem prazeres mais nobres e mais desejáveis do que outros. A simples busca do prazer não constitui uma ação moral, porque os prazeres que possuímos e que também fazem parte dos prazeres dos animais não são suficientes e não satisfazem as concepções humanas de felicidade. Para os utilitaristas, nossas faculdades mais elevadas exigem muito mais para sermos felizes. Os prazeres intelectuais, da sensibilidade e da imaginação são, portanto os maiores prazeres dos seres humanos.
Um princípio fundamental do utilitarismo é o de que as ações resultem na maior soma de felicidade conjunta, ou seja, não se trata de agir por prazeres egoístas, mas sim o contrário.
Um caráter nobre, de uma pessoa que toma consciência de si e pratica o ato da introspecção é, para os utilitaristas, a forma de se encontrar os melhores meios de comparação. Desta forma, a nobreza de caráter torna as pessoas mais felizes, sendo esta a finalidade da ação humana.
Para Mill, os maiores obstáculos encontrados para a realização dos homens são a “educação deplorável” e os “arranjos sociais deploráveis” encontrados na sociedade. O autor considera que as leis e os dispositivos sociais deveriam colocar os interesses dos indivíduos em harmonia com os interesses do todo e, que a educação e a opinião deveriam se utilizar do poder que têm “para estabelecer no espírito de cada indivíduo uma associação indissolúvel entre sua própria felicidade e o bem do todo”.
Portanto, para os utilitaristas, a devoção a si mesmo e à felicidade dos outros é a base fundamental onde reside a moralidade.
O Utilitarismo é uma corrente que acredita que a moral é sustentada pelas ações que tendem a produzir a maior felicidade, assim certas seriam as ações que promovessem prazer e ausências de dor enquanto as erradas gerariam dor e privação de prazer. O fim a ser atingido pelas ações é a felicidade.
Stuart Mill refuta em seu texto uma série de objeções à corrente, uma de suas respostas é ao conceito de prazer. Ele afirma a superioridade dos prazeres mentais sobre os corpóreos comparando o homem a um porco, o homem como ser superior saberia valorizar mais os prazeres intelectuais aos alcançados pela sensação. A satisfação do homem, como ser racional, seria muito mais complexa que a do porco que pode alcançar o prazer animalesco.
Outra objeção é a idéia de que a felicidade seria inalcançável, ao que ele contrapõe ao afirmar que a doutrina não é apenas a busca da felicidade, mas à mitigação da dor. A supressão das fontes de sofrimento físico e mental que ele afirma ser totalmente possível, se não ser totalmente extinta, bastante diminuída, exemplifica com o progresso da ciência trazendo novas curas.
E ainda complementa mostrando que “a felicidade de que falavam não significa uma vida de arroubo, mas momentos de êxtase numa existência constituída de poucas dores transitórias, muitos e variados prazeres...”. Ou seja, a felicidade é algo pontual e não constante.
Em respostas às críticas sobre o egoísmo inerente a questão a felicidade Mill diz que “não é a maior felicidade do próprio agente, mas a maior soma da felicidade conjunta”. Ele prova esse ponto com a citação aos “Heróis” que abdicam da felicidade particular e se sacrificam pela felicidade geral. A motivação da ação perde um pouco a importância. No Utilitarismo, então, a moral seria a busca pela felicidade comum, produzindo o maior bem-estar.
O objetivo da ética utilitarista é basicamente apresentar questões concretas e pontuais e não tão abrangentes como outras correntes predecessoras. É considerada uma ética individualista e egoísta, tendo como base seis princípios (apresentados pelo professor Peluso em uma das primeiras postagens). Mas apesar de ser julgada como egoísta, a ética utilitarista defende o prazer e bem da sociedade como um todo. Segundo o princípio utilitarista, a corretude das ações se relaciona à busca pelo prazer e felicidade e a incorretude das ações se relaciona com a infelicidade e dor, sendo a ausência de dor e o prazer fins da existência humana, aproximando os homens dos animais por conta dessa busca. Ou seja, buscamos maximizar nossos prazeres e minimizar nossas dores. O utilitarismo então, procura dar valor a cada ação que causa prazer ou dor, visando calcular o "valor final" de uma ação. Apesar de parecer haver pontos de intersecção nesta busca pelo prazer e ausência de dor, os anseios humanos podem ser percebidos como “mais complexos”, uma vez que o conceito de felicidade e prazer é muito mais complexo para os seres humanos do que para os animais. É válido afirmar que alguns prazeres são mais desejosos que outros, derrubando o conceito quantitativo de acúmulo de prazeres e fazendo com que haja a impossibilidade da avaliação do conceito prazer. No entanto, é razoável reconhecer que o ser humano busca o maior prazer possível, segundo J. Bentham. Para este mesmo autor, a proporção de prazer é que direciona se as atitudes deverão ou não ser praticadas, em que as consequências das ações podem ser medidas por meio de cálculos matemáticos, ou seja, “o cálculo moral depende da identificação do valor aritmético de sete variáveis: intensidade, duração, certeza, proximidade, fecundidade, pureza, extensão”. No entanto, em resposta à essa forulação Miil afirma que os prazeres não podem estar condicionados apenas a elementos quantitativos, mas também a qualitativos. Para um indivíduo ser feliz, não é necessário que este viva em estado constante de felicidade (o que é muito improvável), mas é necessário que haja momentos de felicidade extrema (é o fim de todos os indivíduos), ou seja, a maior felicidade possível de uma grande número de pessoas.
O utilitarismo, de algum modo, tem um pé na tradição pós-socratica do epicurismo. Há uma inscrição nas paredes da cidade onde Epicuro vivia, por detrás da zona de comércio, que falava para o povo não se iludir com o consumo, com o prazer imediato que eles trazem. Acredita-se que eram escritos da escola Epicurista. Nesse aspecto esta corrente filosófica esta preocupada com a conseqüência dos atos prazerosos e com a maximização dos mesmos.
De maneira análoga pode-se destacar no utilitarismo o uso do prazer maior como princípio. No caso, se um cidadão da cidade de Epicuro comprasse aquilo que ele não necessitava de fato pra lhe fazer bem , ele estaria sendo enganado com um prazer imediato, menor. O mesmo ocorre hoje em shopping centers. O mais lógico, no ponto de vista utilitarista, seria agir de modo que seu prazer seja estendido para que o mesmo sempre possa existir em sua vida. Ademais, o utilitarismo busca a ampliação de prazer para o maior numero de pessoas possíveis em detrimento a diminuição da dor.
O fato que me chamou atenção na corrente utilitarista foi a união do que se pode ser pensado e do que se pode sentir, da razão e da emoção. Temos em mente que o prazer é um sentimento bom, porém ,na medida em que pensamos em como maximizar o prazer, estamos racionalizando o que se pode sentir e , como ocorre no utilitarismo, estabelecer níveis de prazer. Assim o bem, gerado pelo prazer mútuo, pode ser ordenado por uma moralidade utilitarista.
A meu ver, a teoria utilitarista é a primeira que encontro que, até onde pude analisar, não há brechas nem exceções. Caso uma pessoa esteja numa situação que lhe seja conveniente, ela estará sentindo prazer, mas caso afirme que não é mais conveniente, se caracteriza dor. E isso vale a qualquer situação que se imagine, não como haver um meio termo a regra. Se alguém estiver numa situação neutra, sem dor nem prazer,por exemplo, sentado num sofá sem fazer nada, apenas parado, ainda assim a situação gera prazer ou dor à pessoa, pois se ela imaginar que deveria praticar alguma atividade naquele momento, e o não exercício dessa atividade lhe prejudicar, irá gerar dor; mas se ela estiver cansada e precisar relaxar então irá gerar prazer. Não há como montar um caso que uma pessoa afirme que não sente nem dor nem prazer, pois este caso neutro vai, consequentemente, gerar prazer ou dor. Tudo se resume a essas duas ordens naturais. Nesse aspecto concordo completamente com o utilitarismo, mas no texto de Jonh Stuart Mill são colocados mais alguns critérios sobre o tema que aparentam estar um pouco indefinidos. Ele diz:"De dois prazeres, se houver um que seja claramente preferido por todos ou quase todos os que experimentaram um e outro, independentemente de qualquer sentimento ou obrigação moral a preferi-lo, este será o prazer mais desejável." Aparentemente, o prazer não seria racional, mas em muitos casos a razão pode mudar o que uma pessoa julgava mais prazeroso. Uma pessoa racista pode ter este comportamento por imaginar que é mais prazeroso repudiar um grupo de pessoas do que aceitá-los; mas normalmente é a razão que faz essa pessoa visualizar que não há prazer em julgar alguém inferior. Ou melhor, a razão pode mudar a noção do que é prazeroso do que não é. Imediatamente depois ele conclui que nenhuma pessoa em são consciência gostaria de se "transformar em um animal inferior sob a promessa de gozar os prazeres animalescos"; mas não é possível concluir se isso seria de fato errado, pois é o ponto de vista da nossa sociedade. Isso na verdade reflete apenas a quantidade de prazer e não os outros critérios, como a intensidade. Mill julga que quanto mais "superior" for um ser, mais ele necessitará para alcançar a felicidade, como se fosse um gráfico em escala aritmética. Mas não funciona desta maneira, as necessidades de um ser dependeram da sua visão do ambiente em que ele está, não apenas de suas faculdades. Dois seres humanos precisamente iguais terão necessidades diferentes se estiverem em ambientes diferentes, o que, consequentemente, faz o prazer de cada um ser diferente. Entretanto, considero que é necessário apenas rever alguns detalhes na teoria utilitarista, pois a sua idéia central me parece muito próxima da verdade.
Vejo o Utilitarismo como algo muito inteligente. Pensar em uma teoria onde o valor ético e moral de cada ação é medido de acordo com o grau em que ela produz maior benefício para o maior número de indivíduos me parece extremamente lógico. Afinal, ela visa o bem estar da sociedade, mas deixa espaço para que cada um possa atender aos seus interesses pessoais, desde que esses não prejudiquem aos indivíduos envolvidos, obviamente, tratando tudo como um jogo de trocas. Mill nos dá um conceito de liberdade que continua sendo muito utilizado atualmente, ele diz que somos todos livres para fazermos o que bem entendermos, porém essa liberdade tem um limite, que é o meu próximo. Ou seja, a minha liberdade vai até aonde não prejudica o meu próximo. O que está extremamente ligado a ótica utilitarista, pois sou livre para não prejudicar, e sim melhorar o bem estar dos indivíduos ao meu redor. Apesar disso, não me tornei um adepto ao utilitarismo pois prefiro a visão Kantiana sobre a ética, onde ela está acima das ações e situações dos indivíduos, e o imperativo categórico é presente dentro de cada cidadão indicando o “certo” e o “errado”. Um problema que ouso citar é que Mill acaba por tentar, desculpe a expressão, abraçar o mundo com sua teoria, mas não consegue êxito, afinal isso é algo impossível. O Utilitarismo abrange uma série infindável de situações e práticas a serem julgadas cada uma a sua maneira, e isso acaba por tornar-lo muito amplo, e consequentemente, muito sujeito a brechas e falhas. O que, de certa maneira, acaba por dar razão a Wittgenstein, quando o mesmo nos diz que nossa linguagem é incapaz de resolver a questão ética.
A ética utilitarista é aquela na qual pressupõem que as ações dos indivíduos os levam a sentir prazer ou dor. Jeremy Bentham foi o principal pensador do utilitarismo seguido por John Stuart Mill. Nesta visão os seres humanos vivem em busca do prazer, que é o bem maior. Uma ação é correta por proporcionar prazer, e quanto mais correta mais prazer ela proporcionará e mais dor ela irá amenizar. Entende-se então que total prazer é igual à ausência de dor e a privação do prazer é alto teor de dor. “O prazer e a imunidade à dor são as únicas coisas desejáveis como fins, e que todas as coisas desejáveis [...] são desejáveis quer pelo prazer inerente a elas mesmas, quer como meios para alcançar o prazer e evitar a dor.”
Posso estar equivocada, mas o utilitarismo é um dos expoentes máximos da racionalidade humana, pois determina a moral com as teorias de Kant (desejo) e Hume (razão), com algumas variáveis incluídas, como a qualidade do prazer proporcionado. Os prazeres mais intensos são os de menor duração, entretanto os prazeres mais duradouros podem ser os com maior qualidade. Mesmo que por vezes parece ser deixado de lado o outro, o utilitarismo leva em conta, também a quantidade de prazer ou o quanto de dor atenua gerada no outro.
O utilitarismo na visão da ética dita as seguintes regras: uma ação é moralmente aceita, se irá causar felicidade, e não aceita caso contrário, sem esquecer que essa felicidade não está apenas relacionada com uma pessoa, no caso, aquela que executa a ação, mas também, de todas aquelas ao redor que possam ser afetadas.
O utilitarismo visa o bem estar comum; do conjunto como um todo. Ou seja, ele rejeita veementemente o egoísmo; vai contra a toda e qualquer ação e ao indivíduo, que vai ao encalço de apenas seus próprios interesses.
Ele também defende que as ações são medidas pelas consequências, e não apenas pelas intenções, uma vez que, segundo o utilitarismo, é possível resultar algo bom de uma motivação não tão boa.
O utilitarismo ordena imperiosamente que o bem-estar geral seja o máximo possivel de ser alcançado, não deixando isso como uma opção, mas sim com um dever.
O utilitarismo trabalha com a teoria básica de que o homem está submetido a dor e ao prazer,eles determinam seu comportamento estipulando o que é certo ou errado e suas conseqüências. Os homens estão sempre em busca de maximizar esse prazer,inclusive para os outros homens . As ações boas maximizam a felicidade e geram prazer. Esse prazer é racionalizado pelo utilitarismo que estabelece diferentes intensidades de acordo com sete variáveis: intensidade, duração, certeza, proximidade, fecundidade, pureza e extensão.Todas as ações são direcionadas a busca do prazer e as atitudes são analisadas sob a ótica consequencialista.Uma ação é boa na medida que gera prazer.
10)Ao tentar racionalizar completamente as atitudes humanas, e dividindo-as basicamente entre prazer e dor, o utilitarismo já tem algo muito importante a ser relevado; prazer e dor não são sentimentos ou sensações palpáveis ou que possam ser colocadas no papel como um modelo matemático e estudados empiricamente. O Ser humano não é cem porcento racional, por isso bases emotivas e ações não podem ser analisadas e colocadas friamente em um banco de dados como se fossem fichas técnicas. È inegável que existe certas partes da teoria e atitudes utilitaristas tem alguma condizencia. Porém isso não justifica o fato de classificar ações ou condutas em sentimentos não contáveis, partindo do pressuposto de: Quem analisa ou define o certo do errado? Obs.: A publicação acima não esta feito de acordo com as prazos requisitados por motivo de Doença.
O utilitarismo relaciona ações corretas com a obtenção de felicidade e prazer e ações incorretas com a obtenção de infelicidade e dor. O prazer e a imunidade à dor, são os únicos fins que interessam.
ResponderExcluirNa filosofia epicurista os homens aproximam-se dos animais por possuírem o mesmo instinto de fugir da dor e de buscar o prazer. No entanto, não é assim que acontece exatamente, porque o que traz satisfação aos animais não é o mesmo que satisfaz os seres humanos. Por possuírmos faculdades mais "elevadas" que os animais, a nossa concepção de felicidade é também mais "elevada", para nos satisfazermos dependemos de mais.
É compatível com o princípio da utilidade reconhecer que alguns tipos de prazer são mais desejosos que outros, quer seja pela sua raridade, sendo por isso valorizados, ou simplesmente pelo benefício intríseco que esses tipos de prazer proporcionam. É, por esse motivo, errado supor que a avaliação do prazer depende da quantidade.
Um ser provido de faculdades superiores exige mais para ser feliz, mas dificilmente trocaria sua condição por uma condição inferior, mesmo que pudesse se persuadir de que a inferioridade lhe traria maiores condições de obter felicidade. Pois, é simples entender que um ser com faculdades menos elevadas se satisfaça mais facilmente que um ser superior nesse quesito, pois tem padrões diferentes.
É melhor ser um humano insatisfeito, consciente de seus acertos e falhas, das suas conquistas e aspirações possíveis ou impossíveis que esteja sempre buscando algo além do que já alcançou mesmo que esse algo já seja bom, do que um porco satisfeito, sem aspirações, sem dúvidas, sem medos e sem questionamentos constantes que problematizam a vida do ser humano, apenas alimentando sua existência a cada dia.
A dor e o prazer são sempre heterogêneos e a felicidade não significa uma vida em êxtase infinito, mas momentos arrebatadores que é o fim que todos buscam independentemente da maneira.
Bentham diz: "A natureza colocou o ser humano sobre o domínio de dois senhores soberanos, a dor e o prazer. Somente eles apontam o que devemos fazer, assim como determinam o que de fato faremos. Ao trono desses dois senhores estão ligados, de um lado o padrão daquilo que é certo ou errado, de outro a cadeia de causas e efeitos".(Introduction to the principles of Morals and Legilation", p.1)
ResponderExcluirNa formulação do Princípio de Utilidade, Bentham afirma: "Por princípio de utilidade entende-se aquele princípio que aprova ou desaprova qualquer ação, segundo a tendência que tem de aumentar ou diminuir a felicidade da pessoa cujo intesse está em jogo, ou, o que é a mesma coisa em outros termos, segundo a tendência de promover ou comprometer a referida felicidade. Eu digo qualquer ação, com que tenciono dizer que isto vale não somente para qualquer ação de um indivíduo particular, mas também de qualquer ato ou medida de governo". (IPML, p.1)
0 Projeto Ético de J. Bentham pode ser expresso em seis princípios fundamentais:
1. Princípio de Utilidade: todo ser humano busca sempre o maior prazer possível;
2. Princípio da Identidade de Interesses: o fim da ação humana é a maior felicidade de todos aqueles cujos interesses estão em jogo;
3. Princípio da Economia dos Prazeres: a utilidade das coisas é mensurável e a descoberta da ação apropriada para cada situação é uma questão de aritmética moral;
4. Princípio das Variáveis Concorrentes: o cálculo moral depende da identificação do valor aritmético de sete variáveis: intensidade, duração, certeza, proximidade, fecundidade, pureza, extensão;
5. Princípio da Comiseração: O sofrimento, mesmo nos outros seres, é sempre um mal;
6. Princípio da Assimetria: o prazer e a dor possuem valores assimétricos, pois a eliminação da dor sempre agrega prazer.
A teoria básica do utilitarismo é a de que devemos agir de forma a maximizar o prazer e minimizar a dor. Os desdobramentos dessa teoria se desenvolvem na questão de analisar o que é dor e o que é prazer, quais prazeres são mais “valiosos” que outros e etc.
ResponderExcluirO utilitarismo está interessado em apresentar a racionalidade formal como uma forma de compreender o mundo, além disso, ele tem o foco de apresentar questões concretas e pontuais e não tão abrangentes como as outras correntes da Ética.
Afinal, então, o utilitarismo é apresentado como uma forma “mais pura” de se buscar a felicidade e evitar a infelicidade, agindo de acordo com os fins das ações, ou seja, a felicidade ou falta dela. Com isso, é apresentado o Princípio da Maior Felicidade, que, além do conceito apresentado acima, acrescenta que devemos buscar a atividade que nos proporciona maior felicidade e não apenas nos contentarmos com uma felicidade não tão completa e “forte”.
Como opinião pessoal sobre essa corrente, acredito que ela tem fundamentos muito interessantes e muito objetivos, o que pode lhe servir como objetivo de algumas críticas, porém, ao todo, essa teoria poderia funcionar e ser pensada não como apenas uma teoria muito individual e egoísta, mas como a procura da maior felicidade e maior bem para uma sociedade, por exemplo, pensando-se nas ações individuais e coletivas.
O utilitarismo é uma doutrina ética consequencialista, que advoga que a ação, ou a inação, deve se basear nas conseqüências que dela advém. Jeremy Bentham e John Stuart Mill são os teóricos que fundamentaram a doutrina utilitarista.
ResponderExcluirA abordagem utilitarista de Jeremy Bentham pode ser definida como matemática, visto que suas considerações são objetivas e a escolha das ações leva sempre em consideração o cálculo de benefícios e malefícios advindos das ações possíveis, e então considerando o resultado de tal “cálculo comparativo” a escolha recairá sempre sobre a ação que de maior saldo em felicidade. Portanto, esta primeira abordagem é racionalista, cognitiva, e despreza variantes de cunho subjetivo.
Já a abordagem de John Stuart Mill acrescenta ao utilitarismo diversas influências e resulta em uma doutrina que, conforme palavras do Professor Peluso, tem um “plus” em relação a Bentham, acrescentando ao cálculo a possibilidade de considerar variáveis de cunho subjetivo.
Como extensão de uma discussão começada em sala, onde o utilitarismo foi tomado como sinônimo de individualismo e egoísmo, e também para fins de comparação com os seis princípios fundamentais de Bentham (expostos acima pelo Prof.Peluso), gostaria de compartilhar os cinco princípios fundamentais comuns a todas as versões do utilitarismo, que ilustram o desenvolvimento desta doutrina pós-Bentham:
*Princípio do bem-estar (the greatest happiness principle em inglês) – O “bem” é definido como sendo o bem-estar. Diz-se que o objetivo pesquisado em toda ação moral se constitui pelo bem-estar (físico, moral, intelectual).
*Consequencialismo – As consequências de uma ação são a única base permanente para julgar a moralidade desta ação. O utilitarismo não se interessa desta forma pelos agentes morais, mas pelas ações – as qualidades morais do agente não interferem no “cálculo” da moralidade de uma ação, sendo então indiferente se o agente é generoso, interessado ou sádico, pois são as consequências do ato que são morais. Há uma dissociação entre a causa (o agente) e as consequências do ato. Assim, para o utilitarismo, dentro de circunstâncias diferentes um mesmo ato pode ser moral ou imoral, dependendo se suas conseqüências são boas ou más.
*Princípio da agregação – O que é levado em conta no cálculo é o saldo líquido (de bem-estar, numa ocorrência) de todos os indivíduos afetados pela ação, independentemente da distribuição deste saldo. O que conta é a quantidade global de bem-estar produzida, qualquer que seja a repartição desta quantidade. Sendo assim, é considerado válido sacrificar uma minoria, cujo bem-estar será diminuído, a fim de aumentar o bem-estar geral. Esta possibilidade de sacrifício se baseia na ideia de compensação: a desgraça de uns é compensada pelo bem-estar dos outros. Se o saldo de compensação for positivo, a ação é julgada moralmente boa. O aspecto dito sacrificial é um dos mais criticados pelos adversários do utilitarismo.
*Princípio de otimização - O utilitarismo exige a maximização do bem-estar geral, o que não se apresenta como algo facultativo, mas sim como um dever.
*Imparcialidade e universalismo - Os prazeres e sofrimentos são considerados da mesma importância, quaisquer que sejam os indivíduos afetados. O bem-estar de cada um tem o mesmo peso dentro do cálculo do bem-estar geral.
(fonte: Wikipédia)
A ética, através do prisma utilitarista, é uma ferramenta para a obtenção de prazer pelo Homem. Ou seja, nossas ações, como meios, podem nos levar a fins de prazer ou dor. No entanto, segundo J. Bentham, todo ser humano busca sempre o maior prazer possível. Além disso, defende uma identidade dos interesses humanos, ou seja, a ação humana buscaria o interesse de todos afetados por tal ação.
ResponderExcluirO utilitarismo então, procura dar valor a cada prazer ou dor, para que se possa calcular o "valor final" de uma ação, podendo assim analisar se valerá a pena executá-la. Entretanto, apesar de, superficialmente, esta teoria, parecer individualista, J. Bentham, destaca o "Princípio da comiseração", que define o sofrimento como mal, mesmo que dos outros. Portanto, um verdadeiro utilitarista procura o não sofrimento geral, ou então, o prazer de todos, a medida em que não prejudique seu próprio prazer.
Assim, analisando o utilitarismo, é possível identificá-lo com a conduta da personagem "Dr. House" da série televisiva americana intitulada "House", que não parece se importar com leis de condutas fixas, considerando válido mentir, ou trapacear, sempre que for necessário para seu bem e dos que o cercam.
Segundo J. S. Mill, o utilitarismo defende a busca do homem pela felicidade, sendo que: “Por felicidade se entende prazer e a ausência de dor; por infelicidade, dor e a privação do prazer”. Assim, todas as ações humanas têm como seu fim o prazer; se não tiverem o prazer como seu fim, terão o prazer como um meio.
ResponderExcluirMill usa concepção de que os prazeres dos animais não atendem ao ideal humano de felicidade para mostrar a diferença entre o utilitarismo e as teorias epicuristas. O prazer do ser humano seria então mais complexo do que o prazer dos animais.
Com base nisso, existe a divisão entre espécies de prazer, alguns prazeres são mais desejáveis do que outros devido à preferência geral que as pessoas teriam por ele ou pela maior qualidade desse prazer. Para mim, isso parece diferir da “matemática dos prazeres e dores” aplicada por Bentham, na qual os prazeres de certa ação seriam interpretados da seguinte maneira: dada ação trás 8 de prazer e 2 de dor, assim, ela seria preferível a uma ação que trás 1 de prazer e 4 de dor. Bentham é um tanto quanto rígido nesse aspecto.
Um ponto interessante que encontrei no texto, foi o seguinte: “... a moralidade utilitarista efetivamente reconhece nos seres humanos o poder de sacrificar seus maiores bens pessoais pelo bem de outros. Apenas se recusa a admitir que o sacrifício em si mesmo seja um bem. Um sacrifício que não aumenta nem tende a aumentar a soma total de felicidade é considerado um desperdício.”. Talvez isso esclareça a mente de muitos que consideram a teoria Humeana de ética um tanto quanto individualista se comparada a de Kant, pelo que me pareceu, o desdobramento do utilitarismo é capaz de mostrar que uma ação em benefício de todos também seria possível se considerarmos-a uma ação individualista desperdiçada.
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ResponderExcluirO Utilitarismo é um tipo de ética normativa - com origem nas obras dos filósofos e economistas ingleses Jeremy Bentham e John Stuart Mill, - segundo a qual uma ação é moralmente correta se tende a promover a felicidade e condenável se tende a produzir a infelicidade, considerada não apenas a felicidade do agente da ação mas também a de todos afetados por ela.
ResponderExcluirO Utilitarismo rejeita o egoísmo, opondo-se a que o indivíduo deva perseguir seus próprios interesses, mesmo às custas dos outros, e se opõe também a qualquer teoria ética que considere ações ou tipos de atos como certos ou errados independentemente das conseqüências que eles possam ter.
O Utilitarismo assim difere radicalmente das teorias éticas que fazem o caráter de bom ou mal de uma ação depender do motivo do agente porque, de acordo com o Utilitarismo, é possível que uma coisa boa venha a resultar de uma motivação ruim no indivíduo.
Mill distinguia as qualidades de prazer, demonstrando que a felicidade não é apenas uma questão da quantidade de prazer produzido. Assim a liberdade não poderia ser pensada como um dado absoluto. Se os atos de um indivíduo podem afetar outros indivíduos, a liberdade só poderia ser completa quando as ações de um indivíduo não tivessem relação com outras pessoas.
continuação...
ResponderExcluirNo utilitarismo de ato, o cálculo sobre o maior saldo de felicidade sobre a infelicidade é feito na base do que resultará da realização de um ato dado. No utilitarismo de regra, o cálculo é feito na base do que advirá da observância ou não de uma regra.
A doutrina utilitarista preconiza que antes de praticar uma ação, o indivíduo, em situação concreta e objetiva, deve levar em consideração qual é o efeito de seu ato, que deverá trazer o maior bem para o maior número de pessoas. Tanto Bentham como Mill defendem prazer como maior bem.
Segundo Mill, alguns homens são superiores a outros, pois são mais receptivos aos prazeres mais elevados. Por analogia, os homens – superiores aos animais – têm prazeres mais elevados que os animais.
Portanto, se cada homem buscar o seu prazer individual, não há sentido em se dizer que ele (o homem) deve fazer alguma coisa. Se o indivíduo procura sempre o seu próprio prazer, a ética fica reduzida à prudência, pois a defesa do interesse dos outros traz a esperança que os outros defendam os nossos.
Professor, encontrei um site muito bom que fala sobre a ética utilitarista de John Stuart Mill, disponível no endereço:
http://www.revistafarn.inf.br/revistafarn/index.php/revistafarn/article/viewFile/109/121
Caros Alunos,
ResponderExcluirO nível das postagens até este ponto está muito bom. Algumas estão excelentes. Vc. que vai ser o próximo a fazer uma postagem sobre o Utilitarismo saiba disso e não deixe cair o nível. Parabéns aos que já postaram, até aqui. O material apresentado nas postagens já supera as minhas expectativas. Abraços.
Caros alunos,
ResponderExcluirNão deixe de ver o texto indicado pela Sara. Trata-se de artigo escrito em linguagem simples e que consegue dar uma versão bastante razoável dos intrincados problemas que Mill trata nos seus textos "On Liberty" e "Utilitarianism". Vale a pena gastar alguns minutos para olhar.
http://www.revistafarn.inf.br/revistafarn/index.php/revistafarn/article/viewFile/109/121
A partir da realização da leitura atenta dos textos indicados: “O que é utilitarismo?” de John Stuart Mill e em seguida “O utilitarismo – o projeto de construir uma ética racional” de Luis Alberto Peluso fica evidente que o utilitarismo é tratado como uma síntese acerca do consequencialismo que tem como pretensão os princípios de utilidade e a busca concentrada de bem estar e contentamento, em que as atitudes que são consideradas moralmente corretas pela maioria dos membros da sociedade é que conseguem emitir igualmente a felicidade ao máximo número de pessoas, já que a prosperidade de um não pode ser maior do que a do outro. Essa perspectiva de apreciação efetuada pelo indivíduo do préstimo de um bem, com base na limitação da utilidade atende a esse sentimento de grande felicidade, estabelecendo assim a composição de uma ética que é capaz de distinguir a relação entre o pensamento liberal e o utilitário.
ResponderExcluirSendo assim, o primeiro a relatar a tese do utilitarismo foi Jeremy Bentham (1748 – 1832) para apontar o tema principal de sua instrução a respeito do conhecimento. O ponto inicial do debate ético presente nas suposições desse filósofo seria o questionamento da existência natural humana no sentido de que são os próprios homens que por meio de sua racionalidade cognitiva sabem o que é mais satisfatório para cada um, aprovando ou não as ações, dependendo da maneira em que provocam a propagação da felicidade. Desse modo as sensações de prazer e dor, alegria e tristeza poderiam ser dirigidas e regulamentadas pelo Estado, em que as normas estabelecidas por tal órgão deveriam ser obedecidas pela população somente quando tal obediência proporcionasse a maximização do bem estar; consequência de uma avaliação conjectural da soma de dor e prazer baseado na experiência dos atos, isto é, o cálculo hedonístico (Bem estar comum e as dores dos indivíduos). Um bom exemplo que demonstra o quanto o efeito de encontrar a utilidade nas coisas era importante para Bentham é o estudo que ele fez a respeito do embalsamento de corpos. A existência humana é algo que esse filósofo considera fundamental, tanto que, pensando nas teorias do utilitarismo, ao falecer cedeu seu corpo para que os alunos pudessem estudar anatomia e ainda mandou embalsamá-lo para que fizesse parte do patrimônio da universidade.
(Continuação)
ResponderExcluirSeguidor de Bentham, John Stuart Mill (1806 – 1873) empregou o termo utilitarismo sugerindo a formação de uma sociedade que estivesse de acordo com as finalidades dessa doutrina. A partir disso, essa visão acerca da ética é entendida pelos tratamentos empíricos, como citado anteriormente, que permite ao indivíduo ter discernimento para agir de acordo com o que lhe traz prazer e o que evita a dor. O papel dos utilitaristas é expor alguma teoria para que haja a compreensão entre como a razão pode auxiliar na ligação entre os processos de ação e paixão. Em outras palavras, a felicidade da maioria é que prevalece com o auxílio do conhecimento adquirido devido às informações fornecidas pela própria vida. Diante de tais fatos, pode-se dizer que assim como Hume enxergava na paixão o fundamento para a moral, Mill tenta interligar as ações com os sentimentos usando a racionalidade como mediadora da felicidade. Acredito que isto pode ter servido de referência para alguns acontecimentos que possibilitaram a transformação do cenário social de determinadas épocas como o fim da escravidão, a igualdade no direito ao voto e também entre homens e mulheres. Stuart Mill procurou empregar a fonte primária da utilidade para extinguir o egoísmo, enfatizando o altruísmo.
Apesar de Mill reportar-se a Bentham em muitas de suas constatações, há algumas divergências ideológicas importantes. O primeiro filósofo (Jeremy Bentham) defende que a emoção que resulta da satisfação deve atentar-se ao seu aspecto quantitativo, isto é, a proporção de prazer que supõe de forma determinante se algumas atitudes deverão ou não ser praticadas, em que as consequências das ações podem ser medidas por meio de cálculos matemáticos, ou seja, “o cálculo moral depende da identificação do valor aritmético de sete variáveis: intensidade, duração, certeza, proximidade, fecundidade, pureza, extensão”. Já Stuart Mill faz uma análise crítica dessa visão, por considerar que os prazeres não podem estar condicionados apenas a elementos quantitativos, mas também a qualitativos. Dessa maneira a racionalidade do utilitarismo provem tanto do resultado desses cálculos como da distinção que pode-se fazer entre os tipos de desejos (vinculados as emoções) que oferecem o prazer, o bem estar e a felicidade.
Dentro do utilitarismo tanto Bentham quanto Mill tem em vista a maior felicidade possível para o maior número de pessoas e não para um único agente. Esse modo de comportamento moral exprime-se através dos hábitos e costumes, onde Bentham reconhece que as práticas individuais influenciam diretamente na felicidade de outra pessoa. Partindo disso, a ação correta a ser tomada seria aquela que fosse capaz de estabelecer um equilíbrio em um tipo de balança do conhecimento que pende entre prazer e dor e que assim não gera embates de opinião pessoal e facilita a tomada de decisões morais.
Utilitarismo é da corrente ética normativa consequencialista. Procura entender a natureza do homem (que está sempre em busca do prazer). Baseia-se na compreensão de que os homens regulam suas ações de acordo com o prazer e a dor, perpetuamente tentando alcançar o primeiro e escapar à segunda.
ResponderExcluirA utilidade - o primeiro princípio moral, seu valor supremo - é entendida como a capacidade de proporcionar prazer e evitar a dor.
Jeremy Bentham foi o primeiro a utilizar essa denominação. Entretanto, foi John Stuart Mill que aperfeiçoou as ideias utilitaristas de Bentham.
O utilitarismo foi uma tentativa de superação de uma ética deontológica e de um posicionamento egoísta. Ele diz que se levarmos em consideração única e exclusivamente o bem individual somos levados a uma posição egoísta. Porém, se praticarmos ações que levem sempre em consideração o bem dos outros, sem abrirmos mão do nosso próprio bem, estaremos agindo moralmente do ponto de vista do utilitarismo. O que é útil para um indivíduo mas não o é para a sociedade não é, realmente, bom e útil.
Antes de praticar uma ação o indivíduo deve levar em consideração qual é o efeito do seu ato, que deverá trazer o maior bem para o maior número de pessoas. Tanto Bentham como Mill defendem prazer como maior bem.
Em síntese: “a utilidade ou o princípio da maior felicidade como a fundação da moral sustenta que as ações são corretas na medida em que tendem a promover a felicidade e erradas conforme tendam a produzir o contrário da felicidade. Por felicidade se entende prazer e ausência de dor; por infelicidade, dor e privação de prazer.” (Mill - 2000, p. 187)
O texto “O que é Utilitarismo” de John Stuart Mill visa como o próprio título sugere tanto relatar o real significado do utilitarismo quanto fazer uma crítica a seus opositores, que por não conhecerem realmente essa teoria acabam deixando o conceito de certo e errado com ares de sentido meramente coloquial, “O equívoco [dos opositores] parece ainda mais extraordinário quando se considera que, entre as acusações correntes contra o utilitarismo, figura a acusação contrária de remeter tudo ao prazer, e mesmo ao prazer em sua forma mais grosseira”.
ResponderExcluirO Utilitarismo consiste em uma teoria da moralidade que considera ser a noção de utilidade ou o principio da maior felicidade como a fundação da moral, nesse sentido as ações são corretas na proporção que conduzem a felicidade e erradas caso tendam a acarretar o contrário da felicidade, considere o conceito de felicidade como um sinônimo de prazer e ausência de dor e infelicidade por um sinônimo dor e a falta ou diminuição substancial do prazer. Nessas condições o prazer seria o “bem”, a dor o “mal”, e, portanto deveríamos escolher as ações que maximizassem o prazer e minimizassem a dor, as quais seriam as “únicas coisas desejáveis como fins” sendo todas essas escolhidas querem seja pelo prazer derivado ou como meios para evitarem a dor. Vale ressaltar que os utilitaristas reconhecem a superioridade dos prazeres mentais pelos considerados corpóreos, pois estes trazem consigo maior permanecia, segurança, pelo menor custo, por “suas vantagens circunstanciais”.
“É perfeitamente compatível com o princípio da utilidade reconhecer o fato de que algumas espécies de prazer são mais desejáveis e mais valiosas do que outras.”, “(...) seria absurdo supor que a avaliação dos prazeres dependesse unicamente da quantidade”. Pode parecer que por se tratar de prazer e dor desses “sentimentos” ou sensações que essa teoria se aproxima da subjetividade, porém a determinação de quais prazeres são melhores e merecem empenho é feito através de uma analise racional levando-se em conta sete variáveis são elas: a duração, a intensidade, certeza, proximidade, fecundidade, pureza e extensão. Portanto o Utilitarismo é uma teoria de moralidade que visa a busca racional pelo prazer e a minimização da dor.
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ResponderExcluirA ética utilitarista é consequêncialista, John Stuart Mill fundamenta a moral pela utilidade – princípio da máxima felicidade (do bom, do prazer), segundo ele as ações são corretas quando tendem a promover a felicidade, e incorretas à medida que geram o contrário. Então o fim último das ações seriam a busca do prazer máximo e a minimização da dor.
ResponderExcluirMill destaca que a felicidade é o prazer sem dor, além disso, Mill distinguiu esse prazer – a prazeres mais intensos, duradouros – pela sua natureza – os prazeres oriundos das necessidades humanas seriam inferiores aos prazeres do pensamento.
Outra idéia interessante do pensamento de Mill é acerca da liberdade, segundo ele a liberdade não é absoluta e por isso deve ter limites. O ato de um individua pode afetar outros e esses são os seus limites (afetar ou não). A liberdade só seria completa se não existisse relação entre as ações humanas.
O utilitarismo tem como princípio a valoração da utilidade ou maior felicidade como fundamentação para a moral, idealizando que para determinada coisa ser dada certa ela deve proporcinar maior felicidade a todos e quando for errada dispõe algo que vai contra a felicidade.
ResponderExcluirÉ necessário então, definir o que é felicidade para os utilitaristas, no qual é baseada através da quantidade e da qualidade do prazer produzido e da capacidade de imunidade à dor, não existindo assim, nada mais nobre e ideal. Uma vez estabelecido este conceito, poderíamos então, comparar os prazeres animais com os humanos e assim, por simplicidade de causa, determinar que os animais são mais felizes que os Humanos, porém, é a partir daí que é exposto que os conceitos de prazeres mentais são superiores aos prazeres corpóreos, já que os prazeres intelectuais são mais desejáveis e mais valiosos para todos ou quase todos seres pensantes. É evidente que o sentimento de viver em uma total ignorância, mesmo que esta nos leve a prazeres corpóreos totalmente satisfatórios é subjulgado pelos prazeres de entender o mundo a sua volta e deter o conhecimento sobre ele, mesmo que tal escolha nos proporcione dores mais agudas e prazeres mais momentâneos.
Uma característica na qual se deve levar em consideração é a de que dores e prazeres não são homogêneos, são apresentados não puros, e decorrentes de diversas ações intrínsecas que podem gerar diversos sentimentos, sendo que prazeres superiores são mais difíceis de se manterem, daí vem a escolha pelos prazeres menos valiosos, uma vez que haja uma falta de oportunidade ou devido a capacidade de mantê-la por um tempo mais razoável.
Essa escolha por prazeres menos elevados, não levar em consideração enunciados universais e a felicidade do conjunto, leva ao que podemos caracterizar como ausência de caráter.
O utilitarismo, então, não usa de preceito de bem e mal ou de ações dependentes do agente, porque é possível que uma coisa boa venha a gerar resultados negativos em determinado indivíduo e portanto, a cada vez que o Homem procura o prazer em si mesmo, ou seja, no indivíduo ele está estimulando o egoísmo e a ausência de solidariedade e privando de que outros defendam também nossos interesses.
O utilitarismo foi sistematizado por Jeramy Bentham e John Stuart Mill e tem como principio o entendimento e a valorização da utilidade, ou seja, toda ação deva ser julgada pelo seu "poder" de produzir bem-estar. Sendo assim mais importante aquilo que causa mais prazer nas pessoas.
ResponderExcluirTeriamos, entretanto, um problema a resolver, que seria como calcular a quantidade de bem-estar que algo produz.
Outro problema apresentado no pensamento é quando nos deparamos com pensamentos sobre se realmente importa apenas o que resulta em bem estar. Já que isto também poderia ser maléfico para uma pessoa.
Caros Alunos,
ResponderExcluirCuide para que, na redação das postagens, as sentenças não sejam longas demais. Sentenças com 10 linhas, ou mais, dificultam o entendimento do leitor. Ainda, frases como: "Stuart Mill procurou empregar a fonte primária da utilidade para extinguir o egoísmo, enfatizando o altruísmo" não parecem fazer sentido. Principalmente, se elas vierem desacompanhadas de explicações sobre o significado de "fontes primárias". (Para um exemplo das imperfeições aqui descritas veja a postagem da Bianca).
Caros Alunos,
ResponderExcluirCreio que a postagem da Cristiane Ganaka está superficial. Ademais, o último parágrafo sobre a liberdade em Mill está confuso e não é possível entender o que ela quer dizer.
Caros Alunos,
ResponderExcluirA postagem do Marcus Theodoro está escrita em uma linguagem descuidada e o texto é, muitas vezes, confuso.
O utilitarismo é uma teoria desenvolvida na filosofia liberal inglesa, especialmente em Bentham e Stuart Mill. Entre seus interlocutores encontram-se expoentes do liberalismo clássico como Adam Smith, David Ricardo e Malthus. Todos deixaram notável contribuição à filosofia política. A teoria utilitarista corresponde à cultura iluminista e emergiu da crise da perspectiva realista. Tem como característica o racionalismo empírico e como objetivo a realização da felicidade humana através da razão e da lei. Considera boa a ação humana que traz felicidade e bem-estar ao indivíduo e, em extensão, à coletividade. A finalidade é a maior soma de felicidade conjunta. Para o utilitarismo, as ações humanas são reguladas por dois critérios: o prazer e a dor, consignando que o indivíduo sempre maximiza o prazer e mitiga o sofrimento.
ResponderExcluirPara Stuart Mill, a qualidade do prazer é tão importante quanto à utilidade, e algumas espécies de prazer são mais desejáveis e valiosas do que outras. O filósofo diferencia, ainda, os homens comuns dos superiores, atribuindo a esses os prazeres mais elevados, decorrente de atributos intelectuais que lhes permitem a proximidade de uma vida satisfatória. Os críticos do utilitarismo defendem que as proposições são utópicas, mas os pressupostos desta teoria tiveram em seus célebres representantes os defensores de uma nova perspectiva racional que, quebrando paradigmas até então vigentes, inseriram no mundo contemporâneo o voto feminino, o primeiro projeto previdenciário e a inclusão do maior número possível de indivíduos na vida política da comunidade, já que são destinatários dos serviços públicos. Mill, ao rebater as críticas ao utilitarismo, argumenta que uma doutrina ética deve balisar a rigidez a fim de que o indivíduo possa, sob sua responsabilidade moral, acomodar as regras de conduta às peculiaridades das circunstâncias, por demais complexas, dada a natureza das relações humanas.
ResponderExcluirO texto de Mill é, claramente, um texto de defesa e esclarecimento do Utilitarismo e sua doutrina, perante as muitas críticas que a corrente parece enfrentar. O Utilitarismo caracteriza-se por pregar que a pessoa escolha as ações que irá pôr em prática levando em conta proporcionar o máximo de bem geral, i.e., quando uma pessoa estiver perante uma ação com conteúdo moral (pois é óbvio que há ações que não entram no terreno da ética, da moral, que não atingem outras pessoas etc), devem considerar fazer o máximo de bem para as pessoas que serão afetadas por essa ação. Não há sentido refletir sobre as consequências que advirão dessa ação para toda a sociedade, pois apenas figuras públicas influenciam grande número de pessoas.
ResponderExcluirMill argumenta que o fim último da humanidade é a felicidade, mesmo que algumas pessoas não acreditem que o ser humano PODE ser feliz ou MERECE ser feliz. O autor chega até a argumentar que quem possui umas das 2 opiniões acima tem maior probabilidade de ser feliz, pois adota uma posição perante à vida semelhante a dos estóicos, i.e., mais conformada perante às adversidades da vida, e às dificuldades que não podem ser evitadas, tornando a vida mais tranquila. Felicidade seria, para Mill, não um conceito utópico de sensação de contentamento duradouro por toda a vida, e sim uma vida com mais momentos prazerosos que dolorosos. Felicidade seria composta, portanto, de prazer e ausência de dor.
Uma das críticas rebatidas por Mill é a de que há pessoas que julgam o Utilitarismo como sinônimo de Consequencialismo, o que é um erro, e algo muito comum em vários textos tratando do assunto. O Consequencialismo busca o conveniente, não o útil, i.e., o que traz mais benefícios ao agente, o que não é, de modo algum, o apelo do Utilitarismo, que busca a satisfação do agente, sim, mas considerando majoritariamente as consequências que suas ações trarão sobre os afetados de sua ação, que é a prioridade do Utilitarismo.
O utilitarismo pressupõe que antes de uma ação ser praticada o individuo deve levar em consideração qual é o efeito de seu ato, que devera trazer o maior para o maior numero de pessoas. Devemos levar em consideração as conseqüências que nossos atos terão sob outros indivíduos.
ResponderExcluirMill diz que: “...as ações são corretas na medida em que tendem a promover a felicidade e erradas conforme tendam a produzir o contrario da felicidade.” Alem disso Mill em resposta a Bentham acrescentou um caráter qualitativo na avaliação do prazer, ao invés de apenas pensarmos na quantidade, dificultando bastante a teoria utilitarista.
O utilitarismo foi também uma maneira de tentar superar a ética kantiana do dever, visto que a doutrina utilitarista põe o certo como o estabelecimento do bem geral. Dentro da doutrina utilitarista uma ação executada com uma má intenção pode trazer resultados positivos, e esses resultados não serão diminuídos por causa dessa “má intenção”.
Esta doutrina ética é consequencialista, você pensa a ação unicamente em função das conseqüências. O utilitarismo é regido pelo principio do bem estar máximo: “Agir sempre de forma a produzir a maior quantidade de bem-estar”, sendo, portanto, eudemonista (coloca a felicidade como objetivo da vida humana), mas não de uma maneira egoísta – onde eu ajudo crianças carentes não porque as tornam felizes, mas porque eu fico feliz com isso – e sim visando o bem estar de todos não apenas o de um indivíduo especifico.
Utilitarismo: Esta corrente filosófica de reflexão que está diretamente associada à maneira como nos relacionamos com os outros indivíduos e que muitas vezes passa despercebida pelos olhos mais desatentos.
ResponderExcluir"Toda ação visa a algum fim, e as regras de ação, como parece natural supor, devem tomar todo o seu caráter e aspecto do fim a que são subservientes. "
Através dessa citação de John Mill é que comecei a refletir sobre um dos pontos mais importantes do utilitarismo: A busca pela felicidade e o quanto essa busca está relacionada com os que estão à nossa volta, visto que toda ação visa algum fim, mesmo que tal ação seja executada sem premeditação de sua conseqüência.
Banhado em racionalidade, clareza e coerência, o utilitarismo trás até nós a prática de mensurar, com objetividade, até onde a consequência de nossas ações beneficia ou prejudica os que estão à nossa volta. Essa prática torna-se fator fundamental na obtenção da nossa própria felicidade. Os utilitaristas defendem o prazer como maior bem, e, em minha opinião, o prazer pode ser também chamado neste caso de bem-estar coletivo, uma vez que não se pode estar completamente em estado de prazer se está dissociado dos demais.
O utilitarismo, em meio aos problemas da revolução industrial, surgiu como ferramenta capaz de resolver os problemas relacionados à conduta humana e por meio da visão racionalista, e se propôs através de regras que regem o comportamento humano a alcançar a felicidade e o prazer do maior número de pessoas possível.
Alguns princípios que norteiam o utilitarismo defendem que o sofrimento de um indivíduo gera sofrimento a outros e, que a eliminação da dor gera sempre a agregação de mais prazer a tal indivíduo. Através de determinados princípios aplicados às leis de comportamento, o utilitarismo utiliza da racionalidade para determinar quais condutas vão gerar situações onde o maior número de indivíduos possam se encontrar mais felizes.
Tais características me faz também refletir sobre como temos levado nossa vida. Será que nossas atitudes visam sempre a busca pela eliminação da dor para agregar mais bem-estar e será que buscamos eliminar nossa dor porque esta dor gera dor nos que estão à nossa volta? Constantemente me deparo com a reflexão sobre ações que são tomadas visando apenas causar mal-estar nos demais e ações que, ao invés de agregar bem-estar ao indivíduo só agregam mais dor, não só para ele próprio, como também para os que diretamente estão ligados a ele.
Neste contexto o útil não pode ser tomado no sentido egoísta, muito menos ser percebido como o que seja benéfico e útil apenas para atender seus próprios interesses. Em minha opinião, se passa por essa linha de pensamento, não pode ser mais visto como utilitarismo. Nisto consiste o ponto mais difícil de aplicar o utilitarismo na prática: a constante dificuldade de romper com o egoísmo que tem o indivíduo na sociedade atual.
O utilitarismo chamou muito a minha atenção da primeira vez que o professor nos deu uma pequena explicação sobre sua visão, e agora após ter estudado um pouco mais a fundo suas teorias posso dizer que, a meu ver, é a que tem mais chances de estar certa. O principio que ele colocou como base para as ações humanas, eu acredito ser quase impossível de refutar, o que toda ação humana visa à felicidade. Não há ação de uma pessoa sã que não traga qualquer felicidade para ela ou para alguma pessoa a sua volta (assim trazendo felicidade para si mesma também), mesmo nos casos extremos, como por exemplo, de uma pessoa que infligi dor no próprio corpo, esta ainda retira uma felicidade maior do que a dor que ela sente no momento.
ResponderExcluirOutro ponto que eu achei importante foi o de que as motivações de uma pessoa não influenciam no valor moral da ação, mesmo muitas pessoas acreditando o contrario. Um caso atual que reflete bem essa situação é o da intervenção militar na Líbia, onde os Estados Unidos e a OTAN estão supostamente ajudando as forças rebeldes somente para conquistar as reservas de petróleo do país. Mesmo que essas segundas intenções sejam verdadeiras a ação de intervir no conflito no país para impedir um massacre da população civil ainda é moralmente correta.
Porém, o utilitarismo ainda levanta alguns problemas com suas teorias, como por exemplo, a de como seria possui quantificar o prazer e a dor de determinadas ações. Isto ocorre, pois há diversos fatores que afetam o nível de prazer de certa ação, como a carga genética, passado do individuo e a cultura aonde ele vive, mesmo tentando se argumentar que seria possível encontrar uma média de “valor de prazer” para certa ação, ainda existe ações que está média na representaria a maioria.
Também existe o problema de que muitas vezes é difícil prever com certeza quais são as conseqüências de certa ação (levando em conta que são as conseqüências, e não as ações em si que possuem valor moral), assim ficaria difícil dizer se uma ação é moral se a pessoa que a fez não sabia das suas conseqüências.
O utilitarismo baseia-se no princípio da maior felicidade como fundação da moral, ou seja, as ações são consideradas corretas quando levam a felicidade, que para Mill entende-se como prazer, enquanto as ações consideradas erradas levariam a não-felicidade, ou seja, a dor.
ResponderExcluirEsse pensamento está pautado no pressuposto de que todos os homens buscam felicidade (teoria da vida), a maneira de alcançar essa felicidade está na busca por tudo que é desejável, seja pelo prazer presente nelas ou como forma de alcançar o prazer e evitar a dor. Esse conceito trás inevitavelmente certa aversão dos que preferem pensar que há uma finalidade mais nobre e digna na vida humana, uma finalidade que nos diferencie do restante dos animais. O que John Stuart Mill rebate em seu texto, afirmando a diferenciação entre o que seria prazeroso para os humanos e para os suínos, o prazer não se dá somente nas sensações.
Dentro desses prazeres que são desejáveis pelos homens há diferença quanto ao grau de importância que cada um tem, algumas espécies de prazer são mais desejáveis e mais valiosas que outras, sendo que é importante dizer que essa qualificação não está de forma nenhuma sempre ligada à quantidade.
Podemos questionar ainda a individualidade como fator que alteraria esses padrões de felicidade, Mill concorda e afirma que o ser cujas capacidades de deleite sejam de grau inferior tenha maiores chances de vê-las completamente satisfeitas, enquanto um ser dotado de capacidades superiores sempre sentirá como imperfeita a felicidade que lhe é possível busca no mundo tal como o existente. E ainda conclui que é melhor ser uma criatura humana satisfeita do que um porco satisfeito, e aqueles que escolhem prazeres inferiores não estão agindo de acordo com a plena apreciação da intrínseca superioridade dos prazeres superiores da racionalidade humana.
Como principais elementos de uma vida satisfeita, e muitas vezes suficientes para esta, são a tranqüilidade e a emoção. Porém, há também, a virtude, e essa Mill acredita ser superior a felicidade, quando a renuncia à porção particular de felicidade em nome de algo mais nobre, e esse o faz em nome de algum fruto para os seus semelhantes, ou seja, aumenta uma soma total de felicidade. Sendo que ainda assim, esse sistema ético não exija que todas as ações sejam pautadas no sentimento de dever.
O utilitarismo se resume no principio da felicidade, é uma doutrina da ética que analisa as ações, na forma de consequencialismo. Se suas ações ocasionaram alegria, prazer então se enquadra nas ações moralmente certas, logo ao produzir ações dolorosas, se encaixam nas ações erradas no quesito moral, para entender o que são os conceitos de dor e prazer, precisamos esclarecer a teoria da vida, na qual se une com a teoria da moralidade, o prazer e a felicidade são objetos de desejo, tanto pelo prazer que nos faz sentir, junto a sua estrutura, quanto ao caminho para se chegar até ele.
ResponderExcluirComo a ideia visa a felicidade não só de si, mas de muitas pessoas, rejeita o egoísmo, assim dispersando a nobreza de caráter, a moralidade utilitarista se encaixa nesse conceito, pois adota ações que sacrificam seus bens pessoais em prol do bem dos outros, ou seja é certo sacrificar as vontades de uma minoria visnado o bem-estar da maioria.
O texto de Mill é uma defesa ao utilitarismo, este sendo uma doutrina a qual prescreve a ação de forma a levar sempre a maior quantidade de bem-estar do ser. Avaliando uma ação em função das consequências, o utilitarismo seria então uma forma de consequencialismo.
ResponderExcluirVisto como uma moral eudemonista, o utilitarismo – diferente do egoísmo – insiste no fato de que devemos levar em consideração o bem-estar geral, e não apenas de um único ser. Concebido como critério de moralidade, deve ser aplicado desde as ações individuais quanto às decisões políticas, na economia, na sociedade e na jurisdição.
Sendo um tipo de ética normativa, nos princípios utilitaristas a ação é correta em relação à moral se tende a propiciar a felicidade e digno de condenação se produz a infelicidade. Em seus princípios, o utilitarismo rejeita a ideia de egoísmo opondo-se a que o ser deva correr atrás de deus próprios objetivos, mesmo as custas dos outros, e se opõe ainda a ideia de ações ou atos consideráveis válidos ou inválidos independetemente das conseqüências que eles podem ter.
Por fim, o utilitarismo difere das teorias éticas que passam a imagem de bom ou mal de uma ação depender do ‘porque’, de acordo com os princípios utilitaristas, é possível que algo bom resulte de um motivo ruim.
Segundo Bentham a dor e o prazer nos regem e, apontando a direção de nossas ações, determinando o que de fato faremos dentro de um padrão de certo ou errado, sendo ligada a eles uma cadeia de causas e efeitos, portanto este princípio é entendido como o de aprovar ou desaprovar a ação ou ações capazes de aumentar ou diminuir a felicidade da pessoa. Esta ética normativa nos diz que devemos analisar o efeito do ato que estamos a praticar, que deverá trazer o bem para o maior número possível de pessoas, sendo o prazer o maior bem.
ResponderExcluirBentham defende que a emoção resultante, mensurada por meio de cálculos matemáticos, este cálculo moral depende da identificação de sete variáveis: intensidade, duração, certeza, proximidade, fecundidade, pureza e extensão.
Já para Mill a busca da felicidade, isto é, o prazer e a ausência da dor. Portanto as ações humanas têm como fim, ou como meio, o prazer. Os prazeres dos animais não atendem aos ideais humanos, pois é melhor um ser humano insatisfeito, certo de seus erros e acertos, do que um porco satisfeito, sendo aí um diferencial às ideias epicuristas.
O Utilitarismo, diferente do egoísmo, nos enfatiza que devemos levar em conta o bem estar geral, e não de apenas um individuo, se opondo à ideia de que atos podem ser considerados validos, independente das consequências destes, visando não só a felicidade de si, mas a de muitos.
Mill acredita também que a virtude seja um valor superior à felicidade, pois esta nos faz renunciar à nossa parte de felicidade, em função do bem estar maior, ou seja, aumentando a soma total da felicidade.
Para os utilitaristas uma ação é moralmente correta se promover a felicidade e condenável se tende a produzir a infelicidade, sendo não apenas a felicidade do individuo que a praticou, mas também a de todos que foram afetados por ela.
ResponderExcluirO Utilitarismo rejeita o egoísmo, contrariando a possibilidade do indivíduo em satisfazer seus próprios interesses as custas de outros indivíduos, assim como também nega a idéia de que qualquer teoria ética deva rotular um ato como certo ou errado, não considerando as consequências que esses atos podem vir a ter.
Sendo ssim difere das teorias éticas, que o carater de bom ou mal venha depender do motivo do agente, até porque, para o utilitarismo, uma coisa boa pode vir a resultar de uma motivação ruim no indivíduo.
Posso citar também que para Bentham, deveria ser fundamental a busca da maior felicidade possível para o maior número de pessoas, principalmente na esfera política, na qual um político eleito tem o poder e o "dever moral" de maximixar a felicidade de toda a comunidade em comunhão com os interesses da sociedade entre si, pois se for mal intecionado ele pode prejudicar um individuo resultante na ajuda apenas de seu vizinho e não da maior felicidade possível.
Achei muito interessante um texto sobre utilitarismo que li em um blog, na qual fala sobre o utilitarismo em uma ligaguem simples e da exemplos de nosso cotidiano. Para quem se interessar aqui está o endereço:
http://moranapsicologia.blogspot.com/2007/11/tica-de-john-stuart-mill-utilitarismo.html
A biografia dos filósofos muitas vezes depõe sobre suas obras filosóficas. Jeremy Bentham foi um filósofo fascinado pelo tema “morte”, afinal, qual a dignidade natural, qual valor intrínseco humano existe se no fim acaba-se tudo em decomposição? O utilitarismo de Bentham delegava às experiências mundanas para realização,ou seja, só se age de forma que se maximize o prazer e minimize a dor. Só agimos de acordo com as satisfações desses nossos interesses, avaliando as conseqüências que nos são úteis. Bentham trouxe a utilidade ás ultimas conseqüências, depois de sua morte, a comunidade acadêmica foi convidada não ao seu enterro, mas a sua dissecação na Escola de Medicina, onde na seqüência seria rejuntado e empalhado para posterioridade.
ResponderExcluirSobre o caráter de “prazer”, “dor” e “utilidade”, John Stuart Mill escreve o texto indicado “O que é utilitarismo?”. O utilitarismo não implica em apenas satisfação de prazeres vulgares, mas sim é o caso de uma escola normativa que apesar de partir do egoísmo, do individualismo natural, leva em conta os prazeres alheios, e é a maximização do bem-estar para o maior número um de seus princípios fundamentais, princípios que afugenta a alcunha de “ética da auto-destruição”. Para o utilitarismo foi levantado em conta, por exemplo, a defesa dos direitos animais com Bentham e do sufrágio feminino com Stuart Mill. O texto “The Subjection of Women” foi um escrito em parceria com Harriet Taylor advogando a igualdade dos sexos. Harriet Taylor nessa época era esposa de Mill, mas o próprio Mill, ironicamente, teve a “dor” de esperar 21 anos para se poder casar com ela.
Sobre a suposta necessidade do egoísmo como característica inicial parece que pelo menos a biologia atual o têm aceitado. O livro do também britânico Richard Dawkins, “O Gene Egoísta”, fala das premissas biológicas das condutas. Dentro da perspectiva de seleção natural, somos todos compelidos a agir de forma a aumentar a probabilidade dos genes e de suas cópias de sobreviverem e se reproduzirem, isto significa que também somos compelidos muitas vezes ao comportamento altruísta por essa máquina. A idéia de nos perpetuarmos de alguma forma, a idéia de prolongarmos a nossa existência, ou nosso bem-estar de alguma forma nos parece naturalizado, denotado só agora pela biologia, mas já expressas nas "excêntricidades" de Bentham.
PS: Peço desculpa pela demora do post. Espero que possa aceitar.
Os dois maiores pensadores utilitaristas, os pais dos utilitarismo são Jeremy Bentham e John Stuat Mill.
ResponderExcluirO utilitarismo tem sua base no pensamento de Hume. Esse tipo de ética busca a ação útil, ou seja, a ação que maximiza o prazer e minimiza a dor. Sendo assim, qualquer ação para ser moral deve maximizar o prazer e minimizar a dor. Isso é uma maneira de “matematizar”, “equacionalizar” a ética, pois pode-se até criar um gráfico, uma tabela, uma pontuação para saber se uma ação tem mais prazer do que dor (algo, por exemplo, que o Professor Peluso diz estar trabalhando).
Percebe-se desta forma que diferente de Kant, esta ética é fortemente individualista, o indivíduo é o centro desta ética.
Ressalta-se que não é qualquer simples prazer que é moral, pois, o agente da ação deve se pautar por alguns princípios, tal como o da comiseração o qual prescreve que o sofrimento, mesmo em outros seres, é sempre um mal, isto é, não se deve usar de qualquer meio para atingir seu prazer, apesar desta busca parecer ser ética, ela deve valer-se dos princípios fundamentais para de fato ser ética.
J S. Mill dá uma explicação bastante completa sobre o Utilitarismo. Não só isso, o autor explica também como o Utilitarismo costuma soar para algumas pessoas, que o tacham de vil e abjeto. Não tem um certo sentido algumas pessoas possuírem tal opinião sobre esta doutrina? Em sua obra Mill discorre sobre o Utilitarismo, logo no começo é possível perceber a característica mais marcante deste pensamento, a busca do prazer. A atitude, a ação, que propicie mais prazer, ou evite a dor, é considerada moralmente e eticamente aceita. Ou seja, a ação que tende a gerar prazer ou evitar a dor é a mais moralmente indicada. Em uma análise superficial, fica claro que algumas pessoas sustentem opiniões de que tal doutrina é vil. Alguns ainda podem dizer que esse modelo, durante esta analise superficial é egoísta. Mill, também comenta que alguns podem dizer que sua teoria é epicurista, porém, explica a diferença de prazeres de outros animais dos do ser humano. Neste ponto gostaria de adicionar um comentário, ao ler esse texto, nessa passagem relacionada ao epicurismo e sua diferença do Utilitarismo me veio a cabeça o filme Pinóquio, me lembrou a Ilha dos Prazeres, onde os garotos tinham acesso a prazeres “estúpidos” como bebida, fumo e coisas do tipo, com o tempo eles se tornavam burros. Tal lembrança, acredito, colaborou no entendimento da diferença entre o prazer animalesco e o prazer de faculdades mentais mais elevadas. Depois de discorrer sobre o que diziam os outros, ou poderiam pensar os outros, de sua teoria, Mill começa a explicar que alguns prazeres, seja por sua raridade, ou pelo benefício causado, são mais ambicionados que outros mais simples. A busca Utilitarista, visa a felicidade, a felicidade é aqui definida como a existência de prazer e a ausência da dor, estes são os únicos fins que tem importância na prática Utilitarista definida por Mill. Se as pessoas entenderem como dor, ou algo contra o prazer, o sofrimento de outras pessoas, isso as levará a ajuda-las a minimizar suas dores e aumentarem seus prazeres, aumentando também o prazer do primeiro grupo, dessa forma, mesmo uma doutrina que a princípio possa parecer tão mesquinha e egoísta, tem seu modo de ajudar um coletivo de pessoas. Ajudar os outros a suprir suas necessidades pode ser um prazer para algumas pessoas. Então de diversas formas a Utilidade pode ser aplicada a um contexto mais coletivo e não ser assim tão egoísta e vil como parece em um primeiro ponto de vista. Porém, do que pude entender de tal doutrina, não acredito nela, as pessoas buscam mais que apenas prazer. E dizer que o que maximiza o prazer e minimiza a dor é moral e ético, pode ser rebatido com inúmeros contra-exemplos, tendo em vista que prazeres são coisas extremamente pessoais, é de conhecimento geral que existem pessoas com prazeres que são extremamente mal vistos e algumas vezes até absurdos e doentios. Pode-se dizer que é moralmente aceito um assassino em série esquartejar uma vítima depois de tortura-la e estabelecer relações sexuais forçadas com ela? Acredito que tal conduta seja criminosa, e nem um pouco moralmente aceita. Porém posso ter entendido errado o que Mill queria dizer. Mas enfim, essa foi minha reflexão sobre o assunto.
ResponderExcluirPara J. S. Mill, o utilitarismo, as ações são corretas na medida que promovem a felicidade (entendida como prazer e ausência da dor). O fim último é uma existência tanto quanto possível livre da dor e tão rica em satisfação quanto possível, tanto em quantidade quanto em qualidade.
ResponderExcluirO indivíduo não deve, entretanto, dar preferência à sua felicidade ou bem-estar pessoal (ou de sua família ou amigos) mais do que a felicidade dos outros (da totalidade).
Um ponto interessante e alvo de críticas ao utilitarismo de ato é que permite que sejam violadas algumas regras morais, como não mentir, quando houver ganho na utilidade.
O utilitarismo é uma teoria consequencialista e teleológica. Segundo essa teoria o fim de nossas ações é a felicidade e o que é correto é definido em função das melhores consequências, que são definidas em função da maximização imparcial felicidade dos afetados por nossas ações, ou seja, produzir a maior felicidade possível para todos aqueles que sofrem de alguma maneira com as consequências de nossos atos.
ResponderExcluirA teoria utilitarista tem sua origem em Jeremy Bentham em sua obra Uma Introdução aos Princípios da Moral e da Legislação, John Stuart Mill publicou Utilitarismo, que se tornou um clássico e acabou por influenciar a corrente dos utilitaristas. A teoria de Bentham é baseada no hedonismo quantitativo: defendia-se que quanto maior a duração e intensidade dos prazeres gerados por uma ação, mais felicidade tendia a ser gerada por essa ação. Já a teoria de Mill é baseada no hedonismo qualitativo: para se avaliar uma ação, deve-se levarem consideração não somente a intensidade e duração dos prazeres deve-se levar em conta a qualidade dos prazeres gerados por ela, assim, há uma divisão qualitativa de prazeres, divididos em superiores e inferiores. Os prazeres superiores são do intelecto, das emoções e são inferiores os prazeres corporais. Segundo Mill: “É preciso admitir, entretanto, em geral os escritores utilitaristas reconheceram a superioridade dos prazeres mentais sobre os corpóreos, principalmente pela maior permanência, maior segurança, menor custo, etc., dos primeiros, ou seja, por suas vantagens circunstanciais, mais do que por sua natureza extrínseca.”.
Mill atribui à sanção moral, a fonte de obrigação, ela é o que motiva ou obriga as pessoas agirem moralmente. Isso está relacionado devido à natureza social do homem. As pessoas naturalmente desejam unir-se aos seus semelhantes, para que ocorra essa união é necessária uma igualdade de interesses. Desta maneira, quando mais o homem ajustar seus interesses aos interesses coletivos, melhor será para ele mesmo. Assim a sanção moral é uma sanção interna, ou seja, ela gera um sentimento de desaprovação perante o descumprimento dos deveres e nos impede de violá-los.
Segundo o autor o utilitarismo por vezes é mal interpretado sendo acusado de ser muito exigente e além de os indivíduos terem de fixar seu espírito em algo muito amplo como o mundo todo. Para ele a não ser que alguém seja um benfeitor público, não é necessário levar em consideração a felicidade de todas as pessoas da sociedade, apenas aquelas envolvidas na ação. Outro argumento é que não praticar ações que prejudiquem que sociedade é uma exigência de todo sistema moral.
O Utilitarismo parte do princípio básico de que todos os seres humanos sempre buscam aquilo que lhes fornece prazer e fogem daquilo que lhes proporciona a dor. No entanto, existem diferentes prazeres com diferentes características (alguns mais intensos do que outros, por exemplo), uns "melhores", outros "piores". Para John Stuart Mill, prazeres mentais são superiores e preferíveis em relação a prazeres meramente físicos, e seres com uma superior capacidade mental são mais aptos a perceber isto, não contentando-se apenas com os prazeres inferiores. Na mesma intensidade, eles também percebem um maior número de coisas que os fazem sofrer.
ResponderExcluirA moralidade está presente no Utilitarismo, pois Mill afirma que a felicidade, que é o objetivo de um ser individual, não diz respeito apenas a este ser, e sim a todos aos quais as ações deste ser poderão ter consequências, ou seja, para que este ser seja plenamente feliz, suas ações devem também trazer felicidade àqueles relacionados a essas ações. Sabendo disto, pode-se concluir que uma ação praticada por um indivíduo que traga prazer para ele, mas dor para os outros, é uma ação não só imoral como também insuficiente para fornecer a completa felicidade a este indivíduo, pois a infelicidade, mesmo que em outros seres, sempre será um mal.
Como dito pelo próprio Benthan: “A natureza colocou o homem sobre domínio de dois senhores soberanos: o prazer e a dor...”. E baseados nessa premissa que toda a ética utilitarista está construída.
ResponderExcluirPara os utilitaristas todas as ações para serem consideradas éticas têm que seguir a seguinte regra: minimizar o sofrimento e maximizar a prazer. Essa regra é tão forte que seria possível fazer até um calculo matemático para afirmarmos se aplicabilidade em nossas condutas.
Dentre todas as teorias apresentadas, acredito que os utilitaristas são os que mais se aproximam da realidade, tornando a abstração ética algo mais palpável e por isso mais fácil de se lidar.
Os Utilitaristas defendem que as ações são sustentadas pela moral assim como elas nos proporcionam felicidade e por essa felicidade que se atribui o prazer , enquanto para sua falta se atribui a privação do prazer. Apenas o prazer e a ausência de dor podem ser considerados como fins , produtos finais , todas as outras coisas desejáveis , são desejáveis pelo prazer intrínseco a elas mesmas.
ResponderExcluirA teoria epsicurista atribui aos prazeres algo mais profundo , mais elevado , do que apenas sensações além de considerar que há uma supremacia dos prazeres mentais, pois a esses pode ser atribuída maior durabilidade .Assim como humanos tem faculdades mais elevadas e graças a isso não tem a mesma concepção de felicidade do que os animais, sendo mais exigentes .
A partir disso o objetivo principal do utilitarismo defende o Príncipio da Maior Felicidade, onde as ações tem que buscar a máxima felicidade para o maior numero de indivíduos , tirando um pouco da imagem egoísta que a corrente passava para vários estudiosos da epoca.
Ou seja o utilitarismo acaba buscando a felicidade por um desígnio racional , fazendo com que as pessoas busquem uma vida com tranquilidade e emoção, com poucas dores transitórias , nunca esperando da vida mais do que ela pode oferecer .
O utilitarismo foi defendido por Jeremy Bentham e John Stuart Mill. Os utilistarisas defendem que a felicidade humana pode ser avaliada em termos de prazer ou de dor. Dessa forma, a felicidade ou " Bem Supremo" é alcançada quando a dor é minimizada e o prazer é maximizado. E, para isso, nós devemos praticar ações úteis, ou seja, ações que maximizam o bem-estar do concernido.
ResponderExcluirPara que o indivíduo saiba discernir as boas das más ações, isto é, para que possa justificar devidamente as suas escolhas, é preciso encontrar um critério geral de moralidade, o chamado "Princípio da Maior Felicidade", que defende que as ações estão certas na medida em que tendem a promover a felicidade (prazer), e erradas na medida em que tendem a produzir o contrário à felicidade (dor). É segundo este critério que toda a acção útil se torna legítima.
Marcelo Kenji Shimabukuro
ResponderExcluirO utilitarismo, teoria que tem origens nos filósofos John Stuart Mills e Jeremy Bentham, é uma ética normativa na qual a ação pode ser moralmente correta à medida que tende a promover a felicidade, considerando não apenas a promoção da felicidade do agente, mas também a felicidade de todos afetados àquela ação.
Assim as ações têm um caráter qualitativo, quanto mais prazer produzir e menor for a dor produzida, maior a felicidade promovida pela ação.
Essa teoria se opõe a ideia de que o individuo deva seguir apenas seus próprios interesses e também se opõe as teorias éticas que categorizem algum tipo de ação ou ato como certo ou errado independente das conseqüências que possam ter.
Portanto diferente de como muitos críticos pensavam em relação ao utilitarismo, essa teoria não promovia o egoísmo, pelo contrário, a partir do “principio da felicidade maior”, as ações deveriam proporcionar o máximo de felicidade para o maior numero de indivíduos.
O utilitarismo se constitui em uma teoria moral consequencialista, ou seja, que avalia situações , atitudes e regras apenas com base em suas consequências. Um dos mais importantes pensamentos do utilitarismo é o dado por Jeremy Bentham : “A natureza colocou o homem sobre domínio de dois senhores soberanos: o prazer e a dor...” , essa sentença fundamenta o pensamento utilitarista de que a moral consiste na realização de ações que levem o homem ao prazer maior e à fuga ao máximo possível da dor, sendo assim as ações éticas consistem naquelas que têm utilidade nesse processo. Em minha opinião , a teoria utilitarista tem peculiaridades em relação a outras teorias éticas, que devem ser ressaltadas. Uma delas é o fato de esta ter sido elaborada ( na configuração que conhecemos hoje , já que existem registros que pregam que o utilitarismo já havia sido pensado de maneira semelhante na Grécia Antiga e na Inglaterra do século XVII) por dois economistas: Jeremy Bentham , que já havia sido citado, e John Stuart Mill; e algo que chama a atenção em relação a isso é a tentativa por parte dos utilitaristas de fazer uma escala que medisse o a taxa de qualidade do prazer , talvez relacionada à formação de seus idealizadores. Essa observação nos remete a outro ponto importantíssimo , que difere o utilitarismo da maioria das outras teorias éticas, o de que ele não determina um bem ou um mal universais, a individualidade dos seres assumida nessa tese se sobrepõe na decisão da daquilo que lhes trará ou não prazer, direcionando suas ações para que cheguem o mais perto possível de atingir a saciedade de seus desejos, assim admite -se também que indivíduos que almejam coisas mais simples e acessíveis tendem a ser mais felizes . Uma crítica forte que se faz ao utilitarismo , que inclusive é rebatida no texto de Stuart Mill, é a de que ele defenderia um egoísmo absurdo, a medida que prega que os indivíduos devem apenas buscar suas realizações pessoais para se tornarem seres éticos , porém a resposta a essa oposição é a de que para um homem ser plenamente feliz ele necessita também da felicidade do outro , ou seja , a infelicidade dos semelhantes causariam dor ao indivíduo , que então faria tudo que lhe coubesse para sanar essa infelicidade, mesmo que tivesse de abrir mão de alguns de seus objetivos, já que a alegria do semelhante lhe causaria um prazer maior que estes na escala previamente citada.
ResponderExcluirO Utilitarismo (corrente filosófica que trata da Ética Normativa) tem como principais representantes os autores Jeremy Bentham e John Stuart Mill. O texto sugerido para a aula foi uma breve síntese introdutória, feita por Mill e denominada “O Que é Utilitarismo”. Percebemos através do explicitado que o autor preocupa-se em deixar clara a posição dos Utilitaristas diante ao debate ético.
ResponderExcluirOs dois principais conceitos do Utilitarismo se traduzem nos termos prazer e dor, Bentham em sua obra (Introduction to the Principles of Morals Legilation p.1) relata: “A natureza colocou o ser humano sob o domínio de dois senhores soberanos a dor e o prazer”. Desta forma temos que é natural e intrínseco ao ser humano a busca pelo maior e melhor prazer que reflete-se, por sua vez, na maior soma de momentos felizes.
É de suma importância nos atermos ao fato de que não apenas a quantidade do prazer (expressa por forma de uma “aritmética moral”) é o “summum bonum” da Ética. Como também é importante a qualidade desse prazer que é medida mediante variáveis já pré estabelecidas pelo indivíduo (intensidade; duração; certeza; proximidade; fecundidade; pureza e extensão). Onde o “Princípio da Maior Felicidade” impõe que levemos em consideração não apenas nosso prazer individual como também àquele que diz respeito à sociedade a qual fazemos parte. A prática do bem gera o prazer sendo algo objetivo e desvinculado do indivíduo. É inquestionável para os Utilitaristas que o ser humano sempre busque o maior prazer e fuja da dor e que essa dicotomia prazer / dor é formada assim por polos totalmente assimétricos.
Desta forma podemos então concluir que para os Utilitaristas o bem é causado independente da conduta de quem o pratica. Sendo então aquilo que mais causa prazer não apenas ao indivíduo como aqueles que são afetados por suas ações. As ações tomadas como objetivas e os índices de prazer e dor são racionalizados de forma que para os Utilitaristas “Nenhum sistema de Ética exige, porém que o único motivo de todas as ações seja o dever” (J. S. Mill). Onde tem-se então, finalmente, que as ações são motivadas, pura e simplesmente, pela busca da Felicidade.
O Utilitarismo se trata de uma teoria ética difundida pelos filósofos ingleses Jeremy Bentham e John Stuart Mill. O pensamento utilitarista é baseado no princípio da utilidade, ou princípio da maior felicidade como base de toda moralidade. Este princípio considera que as ações que promovem a felicidade são as consideradas moralmente corretas, e as que, pelo contrário, promovem a infelicidade são moralmente erradas. Nas palavras de Mill:
ResponderExcluir"O credo que aceita a utilidade ou o princípio da maior felicidade como a fundação da moral sustenta que as ações são corretas na medida em que tendem a promover a felicidade e erradas conforme tendam a produzir o contrário da felicidade. Por felicidade se entende prazer e a ausência de dor; por infelicidade, dor e a privação do prazer".
O utilitarismo é mais uma teoria ética que destaca o prazer como fonte da moralidade, e a felicidade como finalidade das ações morais. Porém, este prazer é classificado pelos utilitaristas como possuidor de diversos níveis, ou seja, existem prazeres mais nobres e mais desejáveis do que outros. A simples busca do prazer não constitui uma ação moral, porque os prazeres que possuímos e que também fazem parte dos prazeres dos animais não são suficientes e não satisfazem as concepções humanas de felicidade. Para os utilitaristas, nossas faculdades mais elevadas exigem muito mais para sermos felizes. Os prazeres intelectuais, da sensibilidade e da imaginação são, portanto os maiores prazeres dos seres humanos.
Um princípio fundamental do utilitarismo é o de que as ações resultem na maior soma de felicidade conjunta, ou seja, não se trata de agir por prazeres egoístas, mas sim o contrário.
Um caráter nobre, de uma pessoa que toma consciência de si e pratica o ato da introspecção é, para os utilitaristas, a forma de se encontrar os melhores meios de comparação. Desta forma, a nobreza de caráter torna as pessoas mais felizes, sendo esta a finalidade da ação humana.
Para Mill, os maiores obstáculos encontrados para a realização dos homens são a “educação deplorável” e os “arranjos sociais deploráveis” encontrados na sociedade. O autor considera que as leis e os dispositivos sociais deveriam colocar os interesses dos indivíduos em harmonia com os interesses do todo e, que a educação e a opinião deveriam se utilizar do poder que têm “para estabelecer no espírito de cada indivíduo uma associação indissolúvel entre sua própria felicidade e o bem do todo”.
Portanto, para os utilitaristas, a devoção a si mesmo e à felicidade dos outros é a base fundamental onde reside a moralidade.
O Utilitarismo é uma corrente que acredita que a moral é sustentada pelas ações que tendem a produzir a maior felicidade, assim certas seriam as ações que promovessem prazer e ausências de dor enquanto as erradas gerariam dor e privação de prazer. O fim a ser atingido pelas ações é a felicidade.
ResponderExcluirStuart Mill refuta em seu texto uma série de objeções à corrente, uma de suas respostas é ao conceito de prazer. Ele afirma a superioridade dos prazeres mentais sobre os corpóreos comparando o homem a um porco, o homem como ser superior saberia valorizar mais os prazeres intelectuais aos alcançados pela sensação. A satisfação do homem, como ser racional, seria muito mais complexa que a do porco que pode alcançar o prazer animalesco.
Outra objeção é a idéia de que a felicidade seria inalcançável, ao que ele contrapõe ao afirmar que a doutrina não é apenas a busca da felicidade, mas à mitigação da dor. A supressão das fontes de sofrimento físico e mental que ele afirma ser totalmente possível, se não ser totalmente extinta, bastante diminuída, exemplifica com o progresso da ciência trazendo novas curas.
E ainda complementa mostrando que “a felicidade de que falavam não significa uma vida de arroubo, mas momentos de êxtase numa existência constituída de poucas dores transitórias, muitos e variados prazeres...”. Ou seja, a felicidade é algo pontual e não constante.
Em respostas às críticas sobre o egoísmo inerente a questão a felicidade Mill diz que “não é a maior felicidade do próprio agente, mas a maior soma da felicidade conjunta”. Ele prova esse ponto com a citação aos “Heróis” que abdicam da felicidade particular e se sacrificam pela felicidade geral. A motivação da ação perde um pouco a importância. No Utilitarismo, então, a moral seria a busca pela felicidade comum, produzindo o maior bem-estar.
O objetivo da ética utilitarista é basicamente apresentar questões concretas e pontuais e não tão abrangentes como outras correntes predecessoras. É considerada uma ética individualista e egoísta, tendo como base seis princípios (apresentados pelo professor Peluso em uma das primeiras postagens). Mas apesar de ser julgada como egoísta, a ética utilitarista defende o prazer e bem da sociedade como um todo.
ResponderExcluirSegundo o princípio utilitarista, a corretude das ações se relaciona à busca pelo prazer e felicidade e a incorretude das ações se relaciona com a infelicidade e dor, sendo a ausência de dor e o prazer fins da existência humana, aproximando os homens dos animais por conta dessa busca. Ou seja, buscamos maximizar nossos prazeres e minimizar nossas dores. O utilitarismo então, procura dar valor a cada ação que causa prazer ou dor, visando calcular o "valor final" de uma ação.
Apesar de parecer haver pontos de intersecção nesta busca pelo prazer e ausência de dor, os anseios humanos podem ser percebidos como “mais complexos”, uma vez que o conceito de felicidade e prazer é muito mais complexo para os seres humanos do que para os animais.
É válido afirmar que alguns prazeres são mais desejosos que outros, derrubando o conceito quantitativo de acúmulo de prazeres e fazendo com que haja a impossibilidade da avaliação do conceito prazer. No entanto, é razoável reconhecer que o ser humano busca o maior prazer possível, segundo J. Bentham.
Para este mesmo autor, a proporção de prazer é que direciona se as atitudes deverão ou não ser praticadas, em que as consequências das ações podem ser medidas por meio de cálculos matemáticos, ou seja, “o cálculo moral depende da identificação do valor aritmético de sete variáveis: intensidade, duração, certeza, proximidade, fecundidade, pureza, extensão”. No entanto, em resposta à essa forulação Miil afirma que os prazeres não podem estar condicionados apenas a elementos quantitativos, mas também a qualitativos.
Para um indivíduo ser feliz, não é necessário que este viva em estado constante de felicidade (o que é muito improvável), mas é necessário que haja momentos de felicidade extrema (é o fim de todos os indivíduos), ou seja, a maior felicidade possível de uma grande número de pessoas.
Gabriel Gomes Munhoz
ResponderExcluirO utilitarismo, de algum modo, tem um pé na tradição pós-socratica do epicurismo. Há uma inscrição nas paredes da cidade onde Epicuro vivia, por detrás da zona de comércio, que falava para o povo não se iludir com o consumo, com o prazer imediato que eles trazem. Acredita-se que eram escritos da escola Epicurista. Nesse aspecto esta corrente filosófica esta preocupada com a conseqüência dos atos prazerosos e com a maximização dos mesmos.
De maneira análoga pode-se destacar no utilitarismo o uso do prazer maior como princípio. No caso, se um cidadão da cidade de Epicuro comprasse aquilo que ele não necessitava de fato pra lhe fazer bem , ele estaria sendo enganado com um prazer imediato, menor. O mesmo ocorre hoje em shopping centers. O mais lógico, no ponto de vista utilitarista, seria agir de modo que seu prazer seja estendido para que o mesmo sempre possa existir em sua vida. Ademais, o utilitarismo busca a ampliação de prazer para o maior numero de pessoas possíveis em detrimento a diminuição da dor.
O fato que me chamou atenção na corrente utilitarista foi a união do que se pode ser pensado e do que se pode sentir, da razão e da emoção. Temos em mente que o prazer é um sentimento bom, porém ,na medida em que pensamos em como maximizar o prazer, estamos racionalizando o que se pode sentir e , como ocorre no utilitarismo, estabelecer níveis de prazer. Assim o bem, gerado pelo prazer mútuo, pode ser ordenado por uma moralidade utilitarista.
A meu ver, a teoria utilitarista é a primeira que encontro que, até onde pude analisar, não há brechas nem exceções. Caso uma pessoa esteja numa situação que lhe seja conveniente, ela estará sentindo prazer, mas caso afirme que não é mais conveniente, se caracteriza dor. E isso vale a qualquer situação que se imagine, não como haver um meio termo a regra.
ResponderExcluirSe alguém estiver numa situação neutra, sem dor nem prazer,por exemplo, sentado num sofá sem fazer nada, apenas parado, ainda assim a situação gera prazer ou dor à pessoa, pois se ela imaginar que deveria praticar alguma atividade naquele momento, e o não exercício dessa atividade lhe prejudicar, irá gerar dor; mas se ela estiver cansada e precisar relaxar então irá gerar prazer. Não há como montar um caso que uma pessoa afirme que não sente nem dor nem prazer, pois este caso neutro vai, consequentemente, gerar prazer ou dor. Tudo se resume a essas duas ordens naturais.
Nesse aspecto concordo completamente com o utilitarismo, mas no texto de Jonh Stuart Mill são colocados mais alguns critérios sobre o tema que aparentam estar um pouco indefinidos. Ele diz:"De dois prazeres, se houver um que seja claramente preferido por todos ou quase todos os que experimentaram um e outro, independentemente de qualquer sentimento ou obrigação moral a preferi-lo, este será o prazer mais desejável." Aparentemente, o prazer não seria racional, mas em muitos casos a razão pode mudar o que uma pessoa julgava mais prazeroso. Uma pessoa racista pode ter este comportamento por imaginar que é mais prazeroso repudiar um grupo de pessoas do que aceitá-los; mas normalmente é a razão que faz essa pessoa visualizar que não há prazer em julgar alguém inferior. Ou melhor, a razão pode mudar a noção do que é prazeroso do que não é.
Imediatamente depois ele conclui que nenhuma pessoa em são consciência gostaria de se "transformar em um animal inferior sob a promessa de gozar os prazeres animalescos"; mas não é possível concluir se isso seria de fato errado, pois é o ponto de vista da nossa sociedade. Isso na verdade reflete apenas a quantidade de prazer e não os outros critérios, como a intensidade. Mill julga que quanto mais "superior" for um ser, mais ele necessitará para alcançar a felicidade, como se fosse um gráfico em escala aritmética. Mas não funciona desta maneira, as necessidades de um ser dependeram da sua visão do ambiente em que ele está, não apenas de suas faculdades. Dois seres humanos precisamente iguais terão necessidades diferentes se estiverem em ambientes diferentes, o que, consequentemente, faz o prazer de cada um ser diferente.
Entretanto, considero que é necessário apenas rever alguns detalhes na teoria utilitarista, pois a sua idéia central me parece muito próxima da verdade.
Vejo o Utilitarismo como algo muito inteligente. Pensar em uma teoria onde o valor ético e moral de cada ação é medido de acordo com o grau em que ela produz maior benefício para o maior número de indivíduos me parece extremamente lógico. Afinal, ela visa o bem estar da sociedade, mas deixa espaço para que cada um possa atender aos seus interesses pessoais, desde que esses não prejudiquem aos indivíduos envolvidos, obviamente, tratando tudo como um jogo de trocas. Mill nos dá um conceito de liberdade que continua sendo muito utilizado atualmente, ele diz que somos todos livres para fazermos o que bem entendermos, porém essa liberdade tem um limite, que é o meu próximo. Ou seja, a minha liberdade vai até aonde não prejudica o meu próximo. O que está extremamente ligado a ótica utilitarista, pois sou livre para não prejudicar, e sim melhorar o bem estar dos indivíduos ao meu redor.
ResponderExcluirApesar disso, não me tornei um adepto ao utilitarismo pois prefiro a visão Kantiana sobre a ética, onde ela está acima das ações e situações dos indivíduos, e o imperativo categórico é presente dentro de cada cidadão indicando o “certo” e o “errado”. Um problema que ouso citar é que Mill acaba por tentar, desculpe a expressão, abraçar o mundo com sua teoria, mas não consegue êxito, afinal isso é algo impossível. O Utilitarismo abrange uma série infindável de situações e práticas a serem julgadas cada uma a sua maneira, e isso acaba por tornar-lo muito amplo, e consequentemente, muito sujeito a brechas e falhas. O que, de certa maneira, acaba por dar razão a Wittgenstein, quando o mesmo nos diz que nossa linguagem é incapaz de resolver a questão ética.
A ética utilitarista é aquela na qual pressupõem que as ações dos indivíduos os levam a sentir prazer ou dor. Jeremy Bentham foi o principal pensador do utilitarismo seguido por John Stuart Mill. Nesta visão os seres humanos vivem em busca do prazer, que é o bem maior. Uma ação é correta por proporcionar prazer, e quanto mais correta mais prazer ela proporcionará e mais dor ela irá amenizar. Entende-se então que total prazer é igual à ausência de dor e a privação do prazer é alto teor de dor. “O prazer e a imunidade à dor são as únicas coisas desejáveis como fins, e que todas as coisas desejáveis [...] são desejáveis quer pelo prazer inerente a elas mesmas, quer como meios para alcançar o prazer e evitar a dor.”
ResponderExcluirPosso estar equivocada, mas o utilitarismo é um dos expoentes máximos da racionalidade humana, pois determina a moral com as teorias de Kant (desejo) e Hume (razão), com algumas variáveis incluídas, como a qualidade do prazer proporcionado. Os prazeres mais intensos são os de menor duração, entretanto os prazeres mais duradouros podem ser os com maior qualidade. Mesmo que por vezes parece ser deixado de lado o outro, o utilitarismo leva em conta, também a quantidade de prazer ou o quanto de dor atenua gerada no outro.
O utilitarismo na visão da ética dita as seguintes regras: uma ação é moralmente aceita, se irá causar felicidade, e não aceita caso contrário, sem esquecer que essa felicidade não está apenas relacionada com uma pessoa, no caso, aquela que executa a ação, mas também, de todas aquelas ao redor que possam ser afetadas.
ResponderExcluirO utilitarismo visa o bem estar comum; do conjunto como um todo.
Ou seja, ele rejeita veementemente o egoísmo; vai contra a toda e qualquer ação e ao indivíduo, que vai ao encalço de apenas seus próprios interesses.
Ele também defende que as ações são medidas pelas consequências, e não apenas pelas intenções, uma vez que, segundo o utilitarismo, é possível resultar algo bom de uma motivação não tão boa.
O utilitarismo ordena imperiosamente que o bem-estar geral seja o máximo possivel de ser alcançado, não deixando isso como uma opção, mas sim com um dever.
O utilitarismo trabalha com a teoria básica de que o homem está submetido a dor e ao prazer,eles determinam seu comportamento estipulando o que é certo ou errado e suas conseqüências.
ResponderExcluirOs homens estão sempre em busca de maximizar esse prazer,inclusive para os outros homens .
As ações boas maximizam a felicidade e geram prazer. Esse prazer é racionalizado pelo utilitarismo que estabelece diferentes intensidades de acordo com sete variáveis: intensidade, duração, certeza, proximidade, fecundidade, pureza e extensão.Todas as ações são direcionadas a busca do prazer e as atitudes são analisadas sob a ótica consequencialista.Uma ação é boa na medida que gera prazer.
10)Ao tentar racionalizar completamente as atitudes humanas, e dividindo-as basicamente entre prazer e dor, o utilitarismo já tem algo muito importante a ser relevado; prazer e dor não são sentimentos ou sensações palpáveis ou que possam ser colocadas no papel como um modelo matemático e estudados empiricamente. O Ser humano não é cem porcento racional, por isso bases emotivas e ações não podem ser analisadas e colocadas friamente em um banco de dados como se fossem fichas técnicas. È inegável que existe certas partes da teoria e atitudes utilitaristas tem alguma condizencia. Porém isso não justifica o fato de classificar ações ou condutas em sentimentos não contáveis, partindo do pressuposto de: Quem analisa ou define o certo do errado?
ResponderExcluirObs.: A publicação acima não esta feito de acordo com as prazos requisitados por motivo de Doença.