quarta-feira, 9 de março de 2011

14. TEMA 12 - ÉTICA E PROGRESSO

Caros Alunos,
Após ler o texto: “Discurso sobre as Ciências e as Artes” de J. J. Rousseau, disponível em:
elabore uma postagem com seus comentários, até as 24hs. do dia 15 de abril.

43 comentários:

  1. Caros Alunos,
    Há um filme muito interessante que procura expôr uma interpretação ético-estética do Projeto do Nazismo. Seguem as indicações:

    ARQUITETURA DA DESTRUIÇÃO
    Filme de Peter Cohen
    1992
    http://youtu.be/vS9GA0kjBOo
    http://youtu.be/7h5NSJsuABk
    http://youtu.be/Q_GTE-uYnqo
    http://youtu.be/DGbtWWEsOnc
    http://youtu.be/BYAHBVK4Y5A
    http://youtu.be/h5fbBKg3EAA
    http://youtu.be/dWEliIeV6bo
    http://youtu.be/RW09DJH-7zQ
    http://youtu.be/eFRQCxDFjhw
    http://youtu.be/IIAxoN0Ni0E
    http://youtu.be/sBRLYvj_Tu0
    http://youtu.be/2MNS-b-hKQ0

    ResponderExcluir
  2. Jean Jacques Rosseau considera o progresso do homem algo espetacular, maravilhoso. Logo na primeira parte de seu texto: "Discurso sobre as Ciências e as Artes" ele reconhece que anteriormente o homem vivia abaixo da ignorância, mas que por seus próprios méritos, venceu o que ele classifica como "barbaria das primeiras idades", mas essa vitória, ou revolução, veio de forma inesperada, de um povo e de uma cultura inesperada. O que causou uma revolução na forma de agir e pensar dos europeus que desde os primeiros séculos depois de Cristo viviam em uma "subignorância". Foi o contato com os árabes que promoveu um enriquecimento cultural, social, científico, artístico e comercial para a Europa.
    Para Rosseau, tanto o Espírito como o Corpo possuem necessidades, que são sanadas pelo governo e pelas leis promovendo a segurança de que o homem nessessita, mas também pelas ciências e pelas artes, ambas se equilibrando para manter a sociedade "policiada".
    Muitas vezes não agimos de acordo com as nossas "máximas" e somos classificados mais pelos nossos adornos do que pelo que somos na realidade. Hoje, somos menos rústicos e menos naturais, mais polidos, e seguimos uma uniformidade que nos descaracteriza ou então que nos caracteriza como iguais a todos os outros. Isso acaba gerando incertezas, dúvidas, enfim, como saberemos da sinceridade de alguém que está ao nosso lado, mas que parece nunca demonstrar quem realmente é, e sim seguir um comportamento pré-estabelecido? A tendência desse comportamento é a depravação da alma, a partir de uma busca incessante pela perfeição.
    O progresso nem sempre é ético, embora pareça anti-ético o contrário, não progredir, ficar estagnado. No entanto, o que muitas vezes acaba ocorrendo, é a corrupção do homem pelos meios de que ele se utiliza para atingir esse "progresso".
    No filme sugerido pelo professor L. A. Peluso, isso fica bem claro. Hitler buscava incessantemente a perfeição, perfeição esta que ele via nas obras gregas, nas quais ele se inspirava para imaginar uma sociedade bem mais "desenvolvida", livre de doenças, deformações, distúrbios, enfim, uma sociedade de certa forma "limpa", que pudesse gerar a perfeição que ele tanto almejava.
    O "progresso" para Hitler só seria possível se tudo o que pudesse causar mazelas fosse eleiminado, como por exemplo a miscigenação. Hitler pregava que a única forma de se ter uma raça forte, livre de todas essas "chagas" seria a eugenia. Para alcançar esse objetivo, essa visão de "progresso", Hitler, como grande demagogo que era, utilizava-se perfeitamente dos recursos de mídia que possuía na época, pregando não só a eugenia, mas promovendo também assassinatos de todos que não se adequavam ao padrão que ele julgava como "perfeito".
    Desse modo, podemos ver, que muitas vezes uma visão deturpada da ciência e da arte, gera um "progresso" que utiliza-se de meios ilícitos para concretizar-se. Procurando embasamento na ciência que muitas vezes não é ciência e sim dogmatismo, os homens se perdem, se descaracterizam e o que resta é apenas a ambição cega de um progresso e de uma perfeição inexistentes.

    ResponderExcluir
  3. A Arte e, principalmente, a Ciência tem sido exaltadas como as principais fontes de conhecimento e de novas descobertas, como as fontes do progresso do mundo desde os tempos da Antiguidade. São muitos os que afirmam que sem estas a sociedade se estagnaria, não passaria por mudanças. No entanto, estaria a forma como a Arte e Ciência se desenvolveram em conjunto com as sociedades no decorrer do tempo realmente correta? Teriam elas realmente trazido todo este progresso? Ou teriam elas corrompido a humanidade? Esta é a questão central que Jean-Jaques Rosseau aborda em seu "Discurso Sobre as Ciências e as Artes".
    Segundo o autor, a evolução científico-artística (que havia sido retomada na Europa após um longo tempo de ignorância pelos árabes) criou, desde sociedades antigas como Atenas e Roma, formas polidas de como se comportar, como interagir com outros, criou um padrão de o que era belo e correto. No entanto, Rosseau afirma que estes mesmos costumes acabam criando um molde fixo para cada ser humano, que ao invés de se desenvolver livremente, acaba tornando-se iqual à todos os outros. Segundo ele, nos tempos anteriores ao avanço das Ciências e Artes, quando as pessoas eram mais simples, seus comportamentos eram naturais, e as virtudes muito mais valorizadas. Isto também é perceptível em diferentes sociedades que coexistiram, como Esparta, que valorizava a virtude física do homem e ignorava o desenvolvimento intelectual, e Atenas, considerada a capital grega das Artes e Ciência, segundo o autor, o povo espartano era muito mais virtuoso do que os atenienses, com costumes forjados e super-valorização de obras de arte e conhecimento. Roma é outro exemplo bem notável, um império que prosperou por longos anos, conquistando vários outras nações, mas que entrou em colapso assim que a Arte e a Ciência passaram a ser mais valorizados que as virtudes naturais do ser humano, sendo conquistada por uma sociedade bem menos "avançada" do que eles, os assim chamados bárbaros.
    Rosseau conclui que ele e seus contemporâneos também viviam em uma sociedade igualmente corrompida, com os mesmos falsos costumes que ofuscavam as verdadeiras virtudes do ser humano, uma sociedade totalmente distante da natureza, presa ao molde criado pela Arte e Ciência erroneamente postas acima das qualidades inatas do ser humano.

    ResponderExcluir
  4. Discurso sobre a Ciência e as Artes de J. J. Rousseau
    “Contribuiu o restabelecimento das ciências e das artes para purificar os costumes?”
    Não me preocupo de agradar nem aos belos espíritos nem à gente da moda. Em todos os tempos, haverá homens feitos para serem subjugados pelas opiniões do seu século, do seu país e da sua sociedade...
    É preciso não escrever para tais leitores, quando se quer viver além de seu século...
    A riqueza do ornamento pode anunciar um homem opulento, e sua elegância um homem de gosto: o homem são e robusto é reconhecido por outros sinais; é sob a vestimenta rústica de um lavrador, e não sob os dourados do cortesão que se encontrarão a força e o vigor do corpo. O ornamento não é menos estranho à virtude, a qual é a força e o vigor da alma. O homem de bem é um atleta que tem prazer em combater nu; despreza todos esses vis ornamentos que dificultam o uso das suas forças e cuja maior parte só foi inventada para ocultar alguma deformidade...
    Antes da arte modelar as nossas maneiras e ensinar as nossas paixões a falar uma linguagem apurada, nossos costumes eram rústicos, porém naturais; e a diferença dos procedimentos anunciava, ao primeiro golpe de vista, a dos caracteres. A natureza humana, no fundo, não era melhor; mas, os homens encontravam sua segurança na facilidade de se penetrarem reciprocamente; e essa vantagem, cujo valor não sentimos, lhes evitava muitos vícios...
    Hoje, que pesquisas mais sutis e um gosto mais fino reduziram a arte de agraciar a princípios, reina nos costumes uma vil e enganadora uniformidade, parecendo que todos os espíritos foram atirados num mesmo molde: a polidez sempre exige, o decoro ordena; sem cessar, todos seguem os usos, jamais o seu próprio gênio. Ninguém mais ousa parecer aquilo que é; e, nesse constrangimento perpétuo, os homens que formam esse rebanho chamado sociedade colocados nas mesmas circunstâncias farão todos as mesmas coisas, se motivos mais poderosos não os desviarem. Jamais saberemos bem a quem nos dirigirmos: precisamos pois, para conhecer um amigo, esperar as grandes ocasiões, isto é esperar que não haja mais tempo, pois que é precisamente nesse tempo que seria essencial conhecê-lo...
    Que cortejo de vícios não acompanhará essa incerteza! Não há mais amizades sinceras não há mais estima real; não há mais confiança fundada. As suspeitas, as desconfianças, os temores, a frieza, a reserva, o ódio, a traição, hão de ocultar-se sempre sob o véu uniforme e pérfido da polidez sob essa urbanidade tão louvada, que devemos às luzes do nosso século...
    Eis, pois, o mais sábio dos homens, segundo o julgamento dos deuses, e o mais sábio dos atenienses, segundo o sentimento da Grécia inteira. Sócrates, a fazer o elogio da ignorância! Acredita-se que, se ele ressuscitasse entre nós, os nossos sábios e artistas o fariam mudar de opinião? Não, senhores: esse homem justo continuaria a desprezar as nossas vãs ciências; não ajudaria a aumentar esse montão de livros que nos inundam por toda parte, e deixaria, apenas, como fez, como único preceito aos seus discípulos e aos nossos netos, o exemplo e a memória de sua virtude. E assim que é belo instruir os homens...
    Eis como o luxo, a dissolução e a escravidão, em todos os tempos, foram o castigo dos esforços orgulhosos que fizemos para sair da ignorância em que a sabedoria eterna nos colocara. O espesso véu com que cobriu todas essas operações parecia nos advertir bastante de que não nos destinou a vãs pesquisas. Os homens são perversos; seriam ainda piores, se tivessem tido a desgraça de nascer sábios...

    ResponderExcluir
  5. continuação:

    A astronomia nasceu da superstição; a eloqüência, da ambição, do ódio, da adulação, da mentira; a geometria, da avareza; a física, de uma vã curiosidade; todas, e a própria moral, do orgulho humano. As ciências e as artes devem seu nascimento aos nossos vícios: duvidaríamos menos das suas vantagens, se o devessem às nossas virtudes...
    Sei que é preciso ocupar as crianças e que a ociosidade é para elas o perigo que mais se deve temer. Que é necessário, então, que aprendam? Eis aí uma bela questão. Que aprendam o que devem fazer sendo homens(12), e não o que devem esquecer... Temos físicos, geômetras, químicos, astrônomos poetas, músicos, pintores; não temos mais cidadãos, ou, se ainda nos restam alguns, dispersos nos campos abandonados, aí morrem indigentes e desprezados...
    Que é a filosofia? que contêm os escritos dos filósofos mais conhecidos? quais são as lições desses amigos da sabedoria? Quando os ouvimos, não os tomamos por uma tropa de charlatães, gritando cada um de seu lado em uma praça pública: Vinde a mim, sou o único que não engano ninguém? Um pretende que não há corpo e que tudo é representação; outro, que não há outra substância além da matéria, nem outro deus além do mundo. Este avança que não há virtudes nem vícios, e que o bem e o mal moral são quimeras; aquele, que os homens são lobos e se podem devorar em segurança de consciência. Oh grandes filósofos! que não reservais para os vossos amigos e para os vossos filhos com essas proveitosas lições! em breve, recebereis o prêmio disso, e não temeremos encontrar entre os nossos alguns dos vossos sequazes...
    Oh virtude, ciência sublime das almas simples, será preciso então tanto trabalho e tantos aparelhos para te conhecer? Teus princípios não estão gravados em todos os corações? e não bastaria, para ensinar tuas leis, penetrar em si mesmo e escutar a voz da consciência no silêncio das paixões! Eis a verdadeira filosofia, saibamos nos contentar com ela; e, sem invejar a glória desses homens célebres que se imortalizam na república das letras, tratemos de pôr entre eles e nós esta distinção gloriosa que se notava outrora entre dois grandes povos: um sabia dizer bem, o outro bem fazer.

    ResponderExcluir
  6. A grande questão do discurso de Rousseau é se a ciência e a arte contribuiu para purificar ou corromper os costumes? A resposta segundo a apresentação do texto cabe apenas ao leitor, é maiêutica. O que o autor deseja é nós fazer pensar se o homem ao deixar seu estado de natureza e se debruçar sobre questões da ciência e da arte perverteu-se. O autor apresenta a contrariedade entre as sociedades modernas e a natureza humana, para ele há uma influência negativa da civilização sobre os indivíduos, além disso a civilização substitui a cultura intelectual. Apesar da apresentação dizer que a resposta da principal indagação cabe a cada um que lê a obra, na minha interpretação, Rousseau define a ciência e a arte como corruptos da moralidade, e isso fica claro quando ele diz que “a natureza criou o ser puro e a civilização deturpou”. Para ele as artes além de serem propagandas causam desigualdades – faz com que os ricos gerem mais riquezas. As regras civis impostas aos indivíduos fazem com que eles se esqueçam de suas necessidades naturais e escondem as verdadeiras essências. O progresso me parece ser algo natural da natureza humana, que busca em último fim sua satisfação. Eu creio que o progresso não corrompe o homem, mas temos que admitir que sem ética não há como pensar em progresso. Temos pensar em progresso de forma humanizada e sustentável, enxergando que esse processo tem limites.

    “As ciências, as letras, e as artes […] atam flores ao redor das cadeias de ferro que o liga (o povo), sufoca nele o sentimento daquela liberdade original para a qual ele parece ter nascido, faz ele amar sua escravidão, e o transforma no que é chamado "povo civilizado".

    ResponderExcluir
  7. Para Jean-Jacques Rousseau as artes não contribuiram para a melhora humana, mas para a corrupção dela. Ele coloca a civilização como fator responsável pela degradação das exigências morais mais profundas da natureza humana e a mudança intelectual, ignorando as necessidade naturais. A ciências e a arte seriam meras "máscaras da vaidade e do orgulho" e a etiqueta esconde o egoísmo humano, mas não o exclui da sociedade.
    Assim, fala que o homem é bom por natureza, mas a sociedade o corrompeu. Coloco uma frase que achei interessante para descrever a posição do homem defronte as ciências e arte: "As ciências, as letras, e as artes...atam flores ao redor das cadeias de ferro que o liga (o povo), sufoca nele o sentimento daquela liberdade original para a qual ele parece ter nascido, faz ele amar sua escravidão, e o transforma no que é chamado "povo civilizado".

    ResponderExcluir
  8. A ciência e as artes são como a cegueira.
    No texto o autor bota em evidencia o fato das artes e a ciência contribuírem ou não para os bons valores. Lembrando a arte sempre alternou entre tendencias Dionísicas e Apolíneas, lembrando 2 deuses da Grécia antiga politeísta, a mesma de Sócrates estudado neste curso, onde a arte apolínea aponta para uma arte clássica relacionada muitas vezes à igreja católica e a Dionísica para uma arte alternativa, tendo características em comum com os respectivos Apolo e Dionísio. Este fato é apenas relevante, pois a arte dionísica é mais condizente com a ciência, a partir do renascimento cultural quando nossa cultura passa de um teocentrismo para um antropocentrismo, e assim a ciência e a razão se destacam. A ciência e as artes tem fatores determinantes no rumo da humanidade, e indiretamente impões valores para a sociedade de acordo com seu interesse, o progresso. Porém sera este o progresso da ciência e das artes ou da humanidade? A pergunta é retórica e colocada de forma irônica, uma vez que não podemos definir ética e progresso esta diretamente ligado a ela, porém o que é progresso? Será que não estamos cegos, e assim como não definimos ética em uma linguagem padrão, o progresso do nosso ponto de vista não esta corrompido por nossos valores ou linguagem que são diretamente influenciados pela sociedade atual e consequentemente indiretamente tem uma pincelada de arte ou ciência? Na minha mera opinião, sim, não podemos definir progresso pelos motivos citados, e isto leva até ao questionamento do simbolo de nossa nação, a errônea bandeira que diz “Ordem e Progresso”, o progresso não pode ser definido no presente, mas apenas olhando para trás e ainda assim estamos levando em conta qual julgamento? Já a ordem, acho que estou muito cego pelos valores citados acima que não consigo encontra-la.
    Obs.: A publicação acima não esta feito de acordo com as prazos requisitados por motivo de Doença.

    ResponderExcluir
  9. Nesta obra, Rousseau busca esclarecer “uma dessas verdades que se relacionam com a felicidade do gênero humano”. O autor, de plano, avisa-nos que está ciente da censura universal que sofrerá, já que está indo de encontro a tudo aquilo que desperta a admiração dos homens: a ciência, a erudição, as letras, as artes. O posicionamento de Rousseau acerca do tema central do discurso (“Se o restabelecimento das ciências e das artes contribuiu para purificar os costumes”) é patente desde as primeiras linhas e expressa a censura às ciências, o desprezo pelo estudo e a reverência à ignorância, mas ele não se importa, o que o impulsiona é a defesa da virtude.
    Para Rousseau as ciências e as artes nasceram de nossos vícios (superstição, ambição, ódio, adulação, mentira, avareza e orgulho humano) e a conseqüência óbvia desta origem é a dissolução dos costumes. Para ele enquanto as comodidades da vida se multiplicam, as artes se aperfeiçoam e o luxo se propaga, a coragem se debilita e as virtudes desaparecem. Tanto é assim que luxo e arte, jurisprudência e injustiças, histórias e guerras não teriam sentido se considerados isoladamente.
    Ao criticar a valorização que o ornamento alcançou na sociedade (“o vil ornamento que foi inventado para ocultar alguma deformidade”), Rousseau expõe, mais uma vez, sua crítica mordaz em relação à frivolidade dos homens fúteis que privilegiam a retórica, a eloqüência e o luxo, tudo o que simboliza a degradação das virtudes e a degeneração da felicidade humana.

    ResponderExcluir
  10. A aparente virtude e caráter, a urbanidade de costumes, a necessidade de aprovação mútua, estão dissociadas das disposições do coração: todos seguem os usos, nunca o seu próprio gênio.
    A corrupção de nossas almas é proporcional à valorização das letras, ciências e artes; quanto mais lhes damos valor, menos reconhecemos nossas virtudes.
    A felicidade para Rousseau é o estado primitivo do homem, é a simplicidade, a inocência, a “feliz ignorância”, e a virtude é representação desta vida simples, que tem origem no coração dos homens, qualidades estas que as ciências e as artes vieram corromper.
    Os exemplos históricos corroboram a argumentação rousseauniana, foi pequeno o número de povos que, preservados dos vão conhecimentos, alcançaram a virtude e felicidade. A vitória sobre impérios deveu-se, tão-somente, a bravura e pobreza destes povos “libertos” da cultura da ciência.
    Para Rousseau o homem virtuoso é aquele que valoriza a natureza e os sentimentos, aquele que pretere o artificialismo da vida civilizada à austeridade moral, nos moldes do modelo espartano.

    ResponderExcluir
  11. No texto indicado: “Discurso sobre as Ciências e as Artes” de Jean-Jacques Rousseau (1712-1778), observa-se que o autor em questão faz uma crítica aberta sobre o modelo civilizatório sofrido pela sociedade. A principal indagação feita na obra é: (...) “O homem, ao deixar seu estado de natureza, com toda sua proibidade, honradez, força e energia para se dedicar às ciências e às artes não teria se corrompido no que possuía de mais puro?”. A partir dessa pergunta já é possível identificar a discussão ética nas suas eventuais reflexões. Desse modo o conhecimento sistematizado pelas constantes observações e pela razão, assim como a arte, representam, para Rousseau, um dano no progresso do espírito humano. Os hábitos e costumes são corrompidos pelo avanço das práticas científicas.

    Segundo Rousseau “rapidamente, as ciências seguiram as artes, à arte de escrever juntou-se a arte de pensar – gradação que pode parecer estranha e talvez não seja senão demasiado natural e se começou então a sentir a principal vantagem do comércio das musas, que é o de tornar os homens mais sociáveis, inspirando-lhes o desejo de deleitarem uns aos outros por meios das obras da sua aprovação recíproca”. A civilização transforma o homem naquilo que não é de fato, isto significa que o ser humano já nasce com determinadas características e o processo civilizatório coloca um tipo de máscara nas pessoas, impedindo mostrar quem realmente elas são, além de dificultar a percepção natural das coisas. Tomando como exemplo de contestação dessa teoria, tem-se Thomas Hobbes em sua obra “O Leviatã” que a propósito foi criticada por Rousseau. Segundo Hobbes: “é o mesmo que um actor, tanto no palco como na conversação corrente. E personificar é representar, seja a si mesmo ou a outro”. Isto é nenhum elemento poderá influenciar na perca da pureza de uma pessoa, porque sua natureza já está corrompida.

    A oposição de ideais entre a sociedade moderna e a natureza humana revela que o egoísmo substituiu as virtudes. Repara-se que o objetivo do autor não é tanto criticar a ciência em si, mas verificar como o conhecimento científico deteriora a pureza do pensamento humano. Há, portanto um receio com relação ao comportamento moral dos indivíduos com a propagação das sínteses sobre artes, ciência e letras.

    ResponderExcluir
  12. (Continuação)

    O fato é que tanto a arte, quanto a ciência proporcionam uma sensação agradável, de comodidade e conforto. Entretanto, Rousseau afirma que a partir do momento em que um indivíduo é alcançado por esta percepção desses sentidos, passa a exaltar esses sentimentos agradáveis e viciosos, tornando-se assim escravo deles, já que está dominado e motivado por uma paixão ou força moral. Diante disso as vantagens designadas pelas artes e ciência representam na verdade prejuízos para o homem na medida em que passa a ser escravo de uma civilização. Toda essa discussão remete-me a situação de Sócrates que assim como Rousseau tenta obter um diálogo direto com a sociedade na obra “Apologia de Sócrates” de Platão.

    Nesse sentido o conhecimento científico mostra-se como um grande problema para Jean-Jacques Rousseau porque ele afasta o indivíduo de seu estado natural. Por isso define que quanto maior for o avanço da ciência, mais distante então uma pessoa ficará de seu caráter genuíno, original. Partindo do princípio ético, pode-se citar o filme recomendado pelo professor Luis A. Peluso: “Arquitetura da Destruição” de Peter Cohen que mostra a busca pela perfeição de Hitler que enxergava o progresso da sociedade pela eliminação de tudo que fosse contra o que observava nas artes gregas. Na época em que Hitler exercia o poder, a arte ganhou destaque por exaltar os princípios nazistas de purificação racial e tudo o que era belo, perfeito e saudável, aproximando assim a arte da vida, servindo como protótipo para a civilização.

    A partir de todas as concepções apresentadas, conclui-se que para Rousseau o ser humano nasce livre e com as influências das proposições artísticas e científicas sofre certo aprisionamento. A moral se baseia nos sentimentos naturais e o vício ocasionado pelo homem escravizado é visto como uma ferramenta que o distancia de sua natureza. Apesar de toda essa apreensão de Rousseau com as artes e a ciência, acredito que ambas auxiliam no processo de desenvolvimento da humanidade. Seja uma contribuição no ambiente da literatura, astronomia, arte em geral, dentre outras áreas. Desse modo, se com a ciência e dons artísticos o homem consegue se sentir realizado e obter certo progresso, então será realmente correto afirmar que o conhecimento científico e a arte influenciam na desnaturação da identidade pura de alguém?

    ResponderExcluir
  13. No "Discurso sobre as ciencias e as artes", Rousseau articulou o tema fundamental que corre através da sua filosofia social: o conflito entre as sociedades modernas e a natureza humana e ressalta o paradoxo da superioridade do estado selvagem, proclamando a "volta à natureza". Ao mesmo tempo denuncia as artes e as ciências como corruptoras do homem.

    Rousseau argumenta que a restauração das artes e ciências não contribuíram para a purificação do gênero humano mas para sua corrupção. Ele ataca as ciências e especialmente as artes e literatura como escravisadoras e corruptoras e como instrumento de propaganda e fonte de mais riqueza nas mãos dos ricos.

    A civilização é vista por ele como responsável pela degeneração das exigências morais mais profundas da natureza humana e sua substituição pela cultura intelectual.

    Rousseau empresta um significado político ao patrocínio das artes. Ele escreveu: Príncipes sempre viram com prazer a difusão entre seus súditos do gosto pelas artes e por supérfluos que não resultem em dispêndio de dinheiro. Portanto, além de facilitar essa insignificância espiritual tão apropriada a escravidão, eles sabem bem que as necessidades que o povo cria para ele mesmo são como cadeias que o une... As ciências, as letras, e as artes...atam flores ao redor das cadeias de ferro que o liga (o povo), sufoca nele o sentimento daquela liberdade original para a qual ele parece ter nascido, faz ele amar sua escravidão, e o transforma no que é chamado "povo civilizado"

    ResponderExcluir
  14. O texto de Rousseau apresenta um ponto de vista interessantíssimo que vai contra todo o senso comum e ensinamentos que a sociedade obtém acerca das ciências e das artes.
    Seu pensamento tem uma construção lógica que leva o leito a crer que as ciências e as artes são venenos que destroem as virtudes reais dos seres humanos, inclusive citando diversas fontes históricas e mitológicas – sendo a mais interessante delas, a meu ver, a de que para os egípcios e gregos, foi deus inimigo do repouso humano que criou as ciências. Na visão do autor, as ciências só criam problemas para serem resolvidos por ela própria e as artes só servem como luxúria e distração.
    O autor relaciona de maneira muito forte o surgimento das artes e ciências com o “envenenamento” e falta de foco nas virtudes, o que tornaria um povo cheio de artes e ciências um povo “pobre de espírito e virtudes”.

    ResponderExcluir
  15. Em Discurso sobre a Ciência e as Artes, J. J. Rousseau faz uma crítica aos fatores que se inserem na sociedade na medida em que essa avança rumo ao progresso.
    Na cultura do ornamento a arte é capaz de identificar um homem e mostrar quem ele é, ou ao menos o que ele quer ser, subjulga-o dessa forma a uma categoria que esconde suas virtudes, a verdadeira força da sua alma, fazendo com que no fim se torne não só um produto mascarado e sem verdade, mas também carente de virtudes reais e no fim, do bem em si. Todos parecem iguais e são treinados para ser iguais quando na verdade sua virtude está no diferente, o ser humano não deve ser colocado em moldes.
    Os costumes quando muito ensaiados e moldados fazem com que o homem perca o essencial. O falar e o pensar dos filósofos são ditados e previsíveis, não porque a sabedoria alcança a todos, mas pelo contrário, porque ela acaba por não alcançar ninguém.
    O ensinar faz com que os homens julguem-se saber de muito, são matemáticos, astrônomos nos tempos de Rosseau, hoje são engenheiros, médicos que na ânsia de saber o muito deixam o essencial para depois, julgam-o como irrelevante ou óbvio e perdem-o de uma maneira que a sociedade pouco a pouco os perde também, e não percebe e acaba por não se incomodar em deixar ir embora o saber que torna o homem humano.
    A arte que Rosseau cita modela as maneiras de ensinar, de falar, de expressar. Desse modo, pelo que eu entendo, acaba fazendo com o que nada sintamos de verdade, porque o sentir é natural e não modelado. A linguagem, os costumes são todos ensaiados, e segundo Rosseau, o homem é o que se encontra por detrás desses sinais, quando se abstem deles.
    Como já dito e repetido, da mesma forma como Rosseau inúmeras vezes faz em seu texto, falta virtude ao homem “Oh virtude, ciência sublime das almas simples, será preciso então tanto trabalho e tantos aparelhos para te conhecer? Teus princípios não estão gravados em todos os corações? e não bastaria, para ensinar tuas leis, penetrar em si mesmo e escutar a voz da consciência no silêncio das paixões!”

    ResponderExcluir
  16. A questão principal para Rousseau é se a ciência e a arte contribuiriam para purificar ou corromper os costumes. Para ele, porém, a resposta deve vir através do uso de, além de outras ferramentas, uma espécie de intuição. Isso, no entanto, parece ser um tanto quanto perigoso, pois a imaginação humana se mostra algo ilimitado e ao mesmo tempo passível de incoerências. Além do mais, é da própria imaginação que se usa a humanidade para o trabalho de produção da arte. Rousseau, assim, faz um discurso que mais lembra um desabafo frente a frustração sobre as ciências e as artes, que segundo ele “devem seu nascimento aos nossos vícios”. Sendo assim, ele destaca Sócrates e seu elogio a “ignorância”, o que para ele é bom argumento no sentido de descaracterizar as ciências, que segundo ele são “vãs ciências”.
    No entanto, a leitura passa uma impressão, ao meu ver, de descontentamento e frustração por parte de Rousseau quanto a toda constituição da sociedade e os caminhos tomadas pela mesma, segundo ele "A maioria de nossos males é obra nossa e os evitaríamos, quase todos, conservando uma forma de viver simples, uniforme e solitária que nos era prescrita pela natureza".

    ResponderExcluir
  17. Jean Jacques Rousseau questiona o valor da ciência e da arte quanto à pureza do ser humano. Assim, a pergunta lançada é: será que a ciência e as artes acabam corrompendo o que há de mais natural no ser humano?

    Ele afirma que as vantagens possuídas pelas artes e pela ciência acabam “escravizando” os indivíduos e tirando deles o que há de mais natural.
    Dessa forma, a moral humana estaria cada vez mais longe do interior natural desse ser “escravizado pelo progresso”. O processo civilizatório, na visão de Rousseau, só contribuiria para mascarar os indivíduos..assim como a ciência e as artes.

    Em minha opinião, essa é uma posição muito extremista. A princípio, a ciência e a arte podem sim ter seus lados negativos, mas deve-se observar que elas surgiram de uma maneira muito natural na história. Então, talvez o ser humano esteja tão propenso a ser corrompido pela ciência e pelas artes como a ser corrompido pelos seus desejos próprios mais autênticos.

    ResponderExcluir
  18. Ao abster-se de seu estado de natureza tendo se dedicado ao aprimoramento das artes e da ciência, o homem teria perdido a essência do que ele teria de mais puro? Tendo ao optar por esta dedicação corrompida com a sua honradez, força e energia em seu estado mais puro? Ou tal influência contribuiu na purificação dos costumes? Esta é a questão central exposta no texto: “Discurso sobre as Ciências e as Artes” de Jean-Jacques Rousseau. Por perceber que seria difícil a tarefa de contestar “supremacia” da ciência, Rousseau expõe que não “maltrata” a ciência, mais sim defende a virtude “diante dos homens virtuosos”.
    Para Rousseau com a absorção das artes pelos indivíduos, houve uma modelação dos seus atos e costumes, uma modelagem das “nossas maneiras e [a arte passou a] ensinar as nossas paixões a falar uma linguagem apurada, nossos costumes eram rústicos, porém naturais (...)”. A sociedade passou a ser envolta em uma uniformidade “parecendo que todos os espíritos foram atirados num mesmo molde”, portanto, o que prevalece são as atitudes impostas transformando todos numa grande massa de indivíduos com costumes iguais, os mesmos pensamentos, a mesma escravidão aos limites e ornamentos usados para “ocultar alguma deformidade”. Nesse contexto torna-se uma tarefa difícil encontrar alguém que ouse contrariar tal molde e expor quem ele realmente é na sua essência, o que este realmente pensa. “(...) Nesse constrangimento perpétuo, os homens que formam esse rebanho chamado sociedade colocados nas mesmas circunstâncias farão todas as mesmas coisas, (...)”.
    Junto com esse “véu uniforme e perfilo da polidez” que envolveu a todos tomando o lugar do outrora Estado Natural – que muitos já subjugaram alegando que nesse estado o ser humano não é dotado de racionalidade, somente de instintos. Porém essa mesma “irracionalidade” garantiria por sua vez, que as relações interpessoais fossem o mais real e sincera possível, pois o individuo deixaria a mostra seu verdadeiro eu, tendo mantida na essência de suas relações a pureza que fora perdida nessa tentativa de uniformidade de costumes. “Não há mais amizades sinceras não há mais estima real; não há mais confiança fundada. As suspeitas, as desconfianças, os temores, a frieza, a reserva, o ódio, a traição, hão de ocultar-se sempre sob o véu uniforme e pérfido da polidez sob essa urbanidade tão louvada, que devemos às luzes do nosso século”.

    ResponderExcluir
  19. Continuação.

    O autor afirma que esses aspectos negativos citados, estão na base do surgimento de diversas áreas de estudo, a exemplo: a superstição é a base da astronomia, a avareza da geometria, até mesmo a moral consideradas por alguns como o bem final ou uma imposição do dever ao individuo, Rousseau defende que seu nascimento derivou do orgulho humano. “As ciências e as artes devem seu nascimento aos nossos vícios: duvidaríamos menos das suas vantagens, se o devessem às nossas virtudes”.
    Mas como responder as perguntas que foram feitas no início do texto acerca da perda da pureza humana ao nos deixarmos a mercê das artes e ciências, cabe ao leitor decidir – maiêutica.
    Pois bem, acredito que caso exista esse perda, esta deriva-se não apenas da aceitação e introdução à sociedade dos moldes estabelecidos pela ciência e as artes, mas sim pela escolha de somente uma vertente como guia, ou seja, haveriam perdas também caso escolhêssemos só o Estado Natural. Assim se é necessária a interdependências das diversas áreas e campos caso queiramos realmente conhecer e revelar o verdadeiro rumo – direcionado ou não, da sociedade em qual estamos inseridos. Têm-se que considerar que as ações humanas contem em sua formação aspectos objetivos e subjetivos, sendo, portanto impossível obter sucesso quando há o esforço para delimitá-la e retratá-la como pertencente a um único elemento como base, seja o Estado Natural, as Artes ou a Ciência. A exemplo, o próprio Nazismo em que houve a tentativa de se guiar por um único elemento, o estético – uma ligação com a Arte, realizando a “higienização da raça”, que resultou na morte e perseguição de milhares de inocentes.
    Entretanto, não foram a Ciência e as Artes campos criados através desenvolvimento do próprio Estado Natural do ser humano, na tentativa de descobrir e se aproximar do mundo que o cercava (ciência) , e da tentativa de expressar as sensações que tal descoberta o causara (artes) ?
    “Oh virtude, ciência sublime das almas simples, será preciso então tanto trabalho e tantos aparelhos para te conhecer? Teus princípios não estão gravados em todos os corações? e não bastaria, para ensinar tuas leis, penetrar em si mesmo e escutar a voz da consciência no silêncio das paixões!”

    ResponderExcluir
  20. Em seu “Discurso sobre as Ciências e as Artes” ,J.J. Rosseu diz que é um “espetáculo” observar os grandes passos dados pelo homem rumo ao progresso de suas ações, a superação dos obstáculos da natureza, a conquista do mundo e a elevação do espírito humano, provindos do uso da razão; porém graças a todos esses avanços, também torna-se grandiosamente desafiadora a tentativa de o homem interiorizar-se e descobrir sua própria natureza. Ele afirma que foi a associação da arte de pensar com a arte de escrever o primórdio da sociabilidade entre os homens e, portanto, a responsável pela tentativa de saciar uns aos outros com aquilo que era considerado bom. Assim com a sensação de ter suas necessidades atendidas física e espiritualmente, pela arte e pela ciência, é criada uma máscara nas “cadeias de ferro que carregam”, suprimindo o desejo natural da essência humana de liberdade, fazendo com que os homens primem por essa “escravidão” e se tornem componentes de uma sociedade “policiada”. Rosseu também afirma que ao destacar as virtudes de alguém para a arte, apresenta-se apenas aparências, que não compõe as virtudes naturais do homem. No restante do texto o pensador iluminista afirma ainda que os títulos raramente refletem as reais qualidades de quem os recebe, além de que “o ornamento não é menos estranho à virtude, a qual é a força e vigor da alma”; e continua frisando que a arte distancia o homem de sua natureza própria. Acredito que apesar da riqueza das afirmações e questionamentos apresentados por Rosseu ao longo do texto em questão, seja essa primeira parte que mereça uma análise mais atenciosa, por conter vários elementos que podem facilmente ser associados ao que vemos hoje. Penso que o papel de disfarce da prisão em que nos encontramos, a que Rosseu se refere como pertencente a arte, atualmente possa ser atribuído às entidades midiáticas, que além de apresentarem as informações convenientes aos setores mais influentes da sociedade, disfarçam a situação de miséria em que muitos se encontram ao retratar em novelas , seriados e etc , personagens de baixa renda que usufruem de um modo de vida não condizente com a realidade de uma pessoa com as mesmas condições financeiras, além de impor padrões nos mais diversos campos tornando nossas expressões e pensamentos menos individuais e mais uniformizados; a partir disso podemos observar a criação da sociedade policiada citada pelo filósofo.

    ResponderExcluir
  21. Continuação...


    Outro ponto importante é o fato de que se na época de Rosseu havia argumentos para colocar a arte como fuga à essência humana, hoje não há como negar que as manifestações artísticas têm como objetivo levar os homens a interiorização, e muitas vezes servem como meio para criticar os sistema consumista, desumano, fútil e uniformista que caracteriza cada vez mais nossa sociedade. Creio que a arte e a ciência não sejam fatores desumanizantes pois ambas buscam entender a essência do homem; mas que o progresso material, quando conseguido pelas práticas ou motivos errados sim afasta o homem de sua natureza, deslocando suas prioridades e fazendo com que ele deseje coisas materiais, alheias àquelas que realmente elevam seu espírito e lhe despertando sentimentos ruins como a ganancia e a inveja. Também vale ressaltar que muitas vezes para alcançar o progresso individual, o homem é capaz de se valer de trapaças e outros métodos imorais, ilustrando o que é citado no texto de que os títulos nem sempre são conseguidos por mérito para retratar capacidades.
    Quanto ao filme “Arquitetura da Destruição”, de Peter Cohen, onde é mostrada a fascinação de Hilter pela arte, e sua busca pela perfeição estética, pode-se deduzir que estes tenham sido os motivos/justificativas para o massacre judeu realizado pelos nazistas (tido por estes como a busca pela perfeição , e um estágio progressista); porém acredito que não tenha sido a arte responsável pela barbárie, mas sim uma má interpretação/distorção da variedade que representa a mesma e daquilo que ela prega.
    Assim, ao analisar o material apresentado, posso concluir que o tema “Ética e progresso” é muito complexo de ser definido do ponto vista moral, uma vez que o progresso, como próprio termo já diz, não deveria ser algo negativo ao homem , mas a forma com que ele se dá em nossa sociedade deturpe os valores naturais humanos, tornando-se imoral. Nesse contexto , ao contrário do prega Rosseu e o vídeo apresentado , a arte teria se transformado em um meio de o ser humano expor suas reais virtudes e se reaproximar de sua essência,sendo portanto ética.

    ResponderExcluir
  22. Jean-Jacques Rousseau em sua obra "Discurso sobre as Ciências e as Artes" ele procura responder a questão "se o restabelecimento das ciências e das artes contribuiu para purificar ou corromper os costumes?”.
    O espírito dominante na Europa em sua época era o de valorização da jornada empreitada pelo homem que se libertou da ignorância e pela sua razão, produziu ciência e arte, que foram determinantes para gerar um estado de civilização avançada, superior ao estado de natureza em que antes vivia.
    Para o autor a arte que produziu frutos luxuosos para o homem, acabou por modelar suas maneiras e ensinou suas paixões. Gerando um gosto mais sutil e uma agraciação a determinados costumes. Com o avanço das artes e das ciências pelas sociedades, os homens vão se tornando cada vez mais semelhantes, escondendo seus defeitos por trás dos ornamentos produzidos pela arte.
    Desta maneira segundo Rousseau, "ninguém mais ousa parecer aquilo que é; e, nesse constrangimento perpétuo, os homens que formam esse rebanho chamado sociedade colocados nas mesmas circunstâncias farão todos as mesmas coisas, se motivos mais poderosos não os desviarem".
    O progresso das artes e da ciência acaba por gerar uma diminuição das verdadeiras virtudes do homem que já estariam presentes nele em seu estado natural. "Como seria agradável viver entre nós se a aparência sempre fosse a imagem das disposições do coração, se a decadência fosse a virtude, se as nossas máximas nos servissem de regras."
    Rossueau destaca durante o texto destaca que o homem é reconhecido pela força e o vigor do corpo, aquele que segue o modelo natural, não o criado e propagado pela sociedade frutos da ciência e da arte.
    O gosto sutil e a agraciação a determinados costumes, que são frutos do modelo artístico-cientifíco, moldou em nossa sociedade o principio que o progresso, assim, como ser ético está correlacionado em fazer o bem. O projeto nazista vai ao contrário, ocorre uma desvalorização do bem, e uma super valorização do belo, que motivaria o homem a agir de maneira heróica.

    ResponderExcluir
  23. O debate levantando por Rousseau no século XVIII ainda tem elementos muitos atuais, principalmente na relação virtude e ciência. Rousseau fala de uma “artificialização” do homem causada pela arte e pela ciência, que deixou de priorizar as virtudes e foi corrompido, principalmente pelo luxo. Ele diz “o que será a virtude quando se precisar enriquecer a qualquer preço?”

    A ciência permitiu o aprimoramento das técnicas, a aceleração das produções, o aumento do lucro, ao mesmo tempo, serviu a interesses e como ferramenta de dominação, à subjugação e ao aumento das desigualdades entre povos. É nesse sentido que a virtude ficou em segundo plano diante do enriquecimento das nações e as guerras passaram a ser justificativa para reerguer economias e reafirmar o poder. Isso fica bem claro com a corrida armamentista pela produção da bomba atômica e a corrida espacial, durante a Guerra Fria.

    O filme a “Arquitetura da destruição” apresenta algumas bases da ideologia nazista e entre elas está a arte, como espelho da saúde racial. O belo seria a retomada da antiguidade, ou seja, sem miscigenação, a mistura de “raças” serviria apenas para enfraquecer o povo germânico, e assim foram proibidos os casamentos entre alemães e judeus. Para Hitler a limpeza deveria ser feita em prol do ideal de embelezamento . A arte ainda foi usada como propaganda e Hitler era muito apegado às obras de Wagner e às arquiteturas de Paris e Roma. Enquanto isso as experiências realizadas pelos médicos nazistas e a busca por novas tecnologias contribuiu para um questionado progresso científico.

    O filme acaba por endossar a visão de Rousseau de que o desenvolvimento tanto da área das artes como das ciências estavam sendo sobrepostos às virtudes.

    ResponderExcluir
  24. Jean Jacques Rosseau tem um discurso interessante sobre artes e ciências. O homem no estado de natureza era honarado, probo e individual. Tinha características próprias, porém, ele deixa este estado de bondade para formar a sociedade e desenvolver-se com a arte e a ciência. Esse desenvolvimento conhecido como progresso é típico em nosso dias, mas será que isso que desenvolvemos é, de fato, progresso? Para o autor o homem não progride dessa forma,. O sistematizado da empiria e da racionalidade gera um regresso, o homem se torna escravo de sua sociedade, esta inserido em um sistema que por meio das ciências e da arte, aparentemente, lhe dá conforto, lhe proporciona uma sensação agradável e esse mesmo sentimento que o escraviza que o faz seguir costumes, regras e decoros divergentes de seus princípios. Que o faz agir de modo comum a qualquer homem social.
    Logo, se o homem é escravo da ciência e da arte social, a ética, se entendida como discussão e desenvolvimento de questões sociais, não estará atrelada ao progresso, pois o que é progresso é uma ética individual, interna, que guia o homem e o leva a tornar-se honrado por ser natural e não escravo social.

    ResponderExcluir
  25. Jean-Jacques Rousseau, em seu “Discurso sobre as Ciências e as Artes”, critica nosso formalismo racional, critica o quanto este processo crescente nos mantém longe de nossa vontade natural, de uma essência do viver correto. Critica o quanto nossa crescente busca por progresso artificial e admiração estética virtual nos põe longe da virtude, do modo que realmente queremos viver como na tese de Max Weber, o crescente desencantamento do mundo que se torna a gaiola de ferro das razões.

    A tese de Rousseau repousa na crença de que o homem que não sabe é abençoado. O intocado pela domesticação do processo civilizatório é mais puro, exercendo sua vontade, sua coragem, não se alienando no vão conforto, na frivolidade das aparências, na banalidade do luxo. Em sua outra obra, “O Contrato Social”, também advoga a mesma crença de que o homem natural, portanto íntegro, biologicamente saudável e austero moralmente é corrompido, desequilibrado pela ordem social. E há a mesma crítica ao processo moderno quando diz que tudo que a sociedade produz são máscaras, são mentiras, são falsos apelos que nos afastam do que somos. Mas Rousseau neste livro vai mais além. No “Contrato”, Rousseau estabelece que para que ele funcione, as vontades humanas têm que imperar, propõe que é preciso eliminar os interesses conflitantes entre os homens para surgir o interesse comum, algo que ele domina vontade geral. E daqui o nazismo entra.

    A Alemanha nazista, também descontente com a dura competição que se alastra na racionalidade capitalista, recortou as partes rousseaunianas que os interessavam. Excluíram, por exemplo, sua crítica à propriedade privada. Mas muito semelhante ao projeto de Rousseau, o nazismo também tinham suas próprias pretensões de renaturalizar a vida humana através de uma reconstrução da vida social de uma forma que favoreça o que consideravam como bem, como belo (estética ariana e costumes bárbaro-germânicos) e bloqueie o que consideravam como mal, como feio (a degeneração, o judeu). E seria este o caminho para a salvação, para estabelecimento de uma vontade geral e natural.

    Considero a crítica a estes dois tipos de determinismo, a crítica que faz o existencialismo de Jean-Paul Sartre muito válido. Não há nenhuma essência, nenhuma base fixa natural que contenha o espírito humano por que este é profundamente performático, tudo nele é dinâmico e mutável pela própria realidade, pelas circunstâncias que nós mesmos criamos. O homem não é "estado", é justamente “processo”. “Nada na realidade é dado, tudo está para ser construído” e é esta máxima que nos permite ser livres e responsáveis pelo que nos tornamos. Claro que estamos putos e ferrados com a realidade das prisões lógicas da quais estamos inseridos e compelidos por ela a agir, mas fomos nós mesmos que a criamos. Não se pode culpar só “os outros”, como o nazismo propunha. As responsabilidades são compartilhadas. O mundo das prisões racionais não é, simplesmente está sendo, está apto a mudança, é refém do que nós mesmos estamos prontos para fazer com ele. E é justamente o caráter instável da realidade, é por ela ser mutável que o agir tem esse peso na nossa consistência. E é justamente a própria razão que nos enjaula, a que pode confabular, que pode pensar maneiras, viveres, a que pode pensar alternativas à jaula, à realidade.

    ResponderExcluir
  26. Jean Jacques Rousseau inicia o texto proposto questionando o aval do progresso no que diz respeito ao desenvolvimento das ciências e das artes. O texto é bem intrigante não apenas para a sociedade da época como também para a sociedade contemporânea. Isto se dá pelo fato de que há uma crítica feita ao progresso que em grande parte das vezes é considerado pelos indivíduos como algo positivo. Rousseau ressalta ousadamente “... não me preocupo de agradar nem aos belos espíritos nem a gente da moda... ”. Percebe-se assim que o autor deseja falar de algo inovador que desafia não apenas o senso comum como também o pensamento que é produzido intelectuais.

    O autor, de certa forma, despe o homem de tudo aquilo que o torna “civilizado”. Desde coisas relacionadas ao aspecto físico quanto moral. O que pode ser observado na passagem: “O homem de bem é um atleta e tem prazer em combater nu; despreza todos esses vis ornamentos que dificultam o uso das suas forças e cuja maior parte só foi inventada para ocultar alguma deformidade.”

    O autor nos põe então que a Natureza Humana tornou-se artificial em decorrência do processo civilizatório. Dessa forma há a defesa da essência da Natureza Humana como algo que está além da Racionalidade (ou seja, não sendo racional). Onde o progresso e a civilização degeneram o indivíduo. Rousseau expressa tudo de uma maneira um tanto quanto literária, pois muitas vezes discursa sobre aquilo que sente a respeito do assunto.

    ResponderExcluir
  27. (Continuação ...)

    Tudo aquilo que ajuda a promover a “domesticação das paixões” é criticado por J. J Rousseau. A discussão ética se dá quando o filósofo acusa o processo civilizatório de ter mascarado os seres humanos impedindo-nos de enxergar sua essência o que as pessoas realmente são (no caso, naturalmente são) . A bondade e a maldade seriam aspectos naturais inerentes a cada pessoa em particular. Desta forma tem-se por pressuposto que o homem é designado por sua natureza. A raça humana foi moldada de acordo com a polidez ditada pela sociedade o que por sua vez a descaracterizou. Podemos observar essa posição de Rousseau no passagem: “... uma vil e enganadora uniformidade, parecendo que todos os espíritos foram atirados num mesmo molde...”

    Desta forma temos então que para o autor analisado no tema: Ética & Progresso: “a civilização transforma o humano naquilo que não é humano. A civilização nos torna artificiais e na verdade o que queremos é a glória das pessoas célebres que emulamos deixando de sermos nós mesmos.” Dá-se assim que na visão irracionalista o homem natural não é intrinsecamente bom nem mau. Sendo apenas despido daqueles artífices que escondem a realidade. Onde para finalizar temos que para Rousseau: “... Os homens são perversos; seriam ainda piores, se tivessem nascido sábios.

    ResponderExcluir
  28. Depois de ler o texto de J.J. Rousseau se levanta em mim a seguinte questão: Vale, ou valeu a pena sacrificar a essência humana em prol do progresso, fruto das ciências e das artes? Pois o que vemos no “Discurso sobre as Ciências e as Artes” é, praticamente, esta alegação. Então faço a questão dita acima, onde colocamos um ponto de interrogação nessa máxima contemporânea do progresso como objetivo principal da nossa sociedade, sem se preocupar com os seres humanos em sua individualidade, mas tratando apenas no coletivo.
    A sociedade, com o passar do tempo, começa a criar para si padrões cada vez mais sofisticados, não designados para a natureza humana, mas sim para o progresso cientifico – artístico, tendo o homem o dever de adaptar-se a esses padrões, com riso de exclusão do meio social caso rejeite essa ação. Podemos ver ai o começo da eugenia, onde se cria uma superiorização daqueles que se adequam as tendências.
    Temos duas divindades, criadas e formadas pelo homem, que acabam se voltando contra ele próprio, dizendo o que fazer e como. Temos ai a Ética como responsável por limitar as ações das duas divindades, porém ela não é habilitada de uma força capaz para realizar tal tarefa, cabendo, então, somente aparar as arestas dos problemas.

    É triste vermos como o próprio ser humano é responsável por sua destruição. Usando mascaras para contornar a realidade que o sufoca, e matando os valores éticos, que são os únicos que podem trazer alguma solução para seus problemas.

    ResponderExcluir
  29. A ciência e arte contribuem para a purificação ou para o corrompimento dos costumes? Com essa questão exposta por Rousseau no século XVIII ele passa a bola para seus leitores tentando discutir a perversão humana. Para o autor a arte e a ciência contribuíram para a corrupção dos costumes já que essas colaboram para a concentração da riqueza nas mãos dos ricos, alem de escravizar as pessoas.
    Essa idéia da corrupção dos costumes exposta pelo Rousseau diverge do senso comum que exalta as obras artísticas e toda a produção cientifica. Mostrando um lado que poucos enxergam: onde as ciências servem apenas para criar problemas que mais tarde a ciência mesmo solucionará e as artes contribuem com o pecado da luxúria e para a distração humana.
    O filme a “Arquitetura da destruição” contribui com o que o autor em “Discurso sobre as Ciências e as Artes” coloca onde as artes e a ciência acabam por ter um papel que elas não “merecem”.

    ResponderExcluir
  30. Marcelo Kenji Shimabukuro


    A pergunta que Rousseau levanta é se de fato a ciência e a arte, que são representantes do progresso e de desenvolvimento das sociedades, são fontes da evolução do homem ou se representam a corrupção da humanidade.
    Segundo Rousseau a natureza humana na sua raiz mais primitiva era rústica e simples, porém o homem vivia numa condição natural, em que as virtudes eram valorizadas.
    Com a vida em sociedade, o homem criou uma espécie de padronização de conduta. Todos vivem da mesma forma com os mesmos costumes, e não há uma pessoa que siga seus próprios princípios.
    Portanto para Rousseau, “o homem é bom por natureza, é a sociedade que o corrompe”.
    As idéias de Rousseau são muito semelhantes as de Hume, pois assim como David Hume, Jean-Jacques Rousseau dizia que o que deveria conduzir o homem eram seus sentimentos e não a razão na qual a sociedade é baseada.

    ResponderExcluir
  31. Rousseau em seu discurso faz uma crítica acerca dos fatores inseridos na sociedade à medida que a mesma avança para o progresso. Na cultura do ornamento a arte tem a capacidade de identificar um ser humano e mostrar quem ele é o quer ser, forma então uma categoria a qual o homem esconde suas virtudes e sua força, fazendo com que no final ele se torne não apenas um produto sem verdade, mas também ausente de virtudes reais e no fim, sem o bem. Todos parecem iguais e são treinados para ser desta forme, quando, na verdade, a virtude humana está em ser diferenciado, o homem não deve ser moldado para satisfazer uma sociedade. Quando muito ensaiados e pré-estabelecidos, os costumes fazem com o que o homem perca o seu diferencial, o essencial. Na concepção de Rousseau quanto mais ensinamentos uma pessoa possui mais está perderá sua essência, deixando-a para depois, julgam-na como irrelevantes perdendo-a de modo que a sociedade vai perdendo conforme o tempo, e esse saber que torna o homem mais humano vai ficando no ar. Rousseau cita uma arte que visa modelar a fala, o ensinamento, a expressão; fazendo com que não sintamos nada sinceramente, pois o sentir não é moldado para uma sociedade, é apenas nosso. Segundo ele, os costumes, as linguagens são todos ensaiados, e dessa maneira o homem e seus sentimentos se encontram em segundo plano.
    Por fim, se o homem tornou-se escravo da ciência e da arte, a ética - discussão das questões sociais - não estará ligada ao progresso, pois o mesmo é uma ética individual, que guia o homem, levando-o a tornar-se virtuoso pela sua naturalidade.

    ResponderExcluir
  32. No "Discurso sobre as ciências e as artes", Jean-Jacques Rousseau questiona a relação das artes e das ciências, com o progresso do ser humano. Rousseau compara a natureza humana e as sociedades modernas, e encontra diversos motivos para afirmar que a civilização é responsável por influenciar negativamente os homens. O autor afirma em seu texto, também, que a arte e a ciência ao invés de aprimorarem as qualidades humanas, elas nos corrompem. Rousseau justifica-se dizendo que a ciência e as artes são decorrência a partir de atos viciosos, como a ambição, o ódio, o orgulho, e por isso elas não acabam fazendo outra coisa que deteriorando a natureza humana, que originalmente é boa. Ele acredita que o uso da ciência é proporcional à perda de cultura e de identidade, e que ciência e arte são usadas como meios políticos. Nosso autor explica que elas são usadas como método de concentrar ainda mais a riqueza nas mãos dos que já são ricos: “Príncipes sempre viram com prazer a difusão entre seus súditos do gosto pelas artes e por supérfluos que não resultem em dispêndio de dinheiro. Portanto, além de facilitar essa insignificância espiritual tão apropriada a escravidão, eles sabem bem que as necessidades que o povo cria para ele mesmo são como cadeias que o une...”

    ResponderExcluir
  33. Rousseau critica a influência d as ciências e das artes, afirmando que essas representam um dano ao progresso do espírito humano, que as mesmas corrompem nosso estado de natureza puro.
    Disserta que o homem já nasce com certas características, mas estas são transformadas pelo processo civilizatório, transformando-o em algo que não é, mascarando-o e impossibilitando-o de revelar seu verdadeiro ser, dificultando também a percepção natural das coisas.
    Quando o autor fala que o conhecimento científico deteriora a pureza do pensamento humano, ele não critica a ciência em si, mas sua relação – das artes e letras também – ao comportamento moral dos indivíduos.
    Rousseau afirma que o indivíduo se torna escravo dos sentimentos agradáveis e viciosos que a arte e a ciência proporcionam.
    Com o conhecimento científico afastando-nos do nosso estado natural puro, quanto mais a ciência avançar, mais e mais nos afastaremos do nosso caráter genuíno.

    ResponderExcluir
  34. Rosseau deixa claro no texto que não esperava tamanha influência dos árabes no desenvolvimento das artes e ciências ocidentais. Pensamento típico eurocêntrico, por assim dizer.
    Sua posição no texto reflete o tão conhecido “mito do bom selvagem”, que lhe é creditado: as artes e as ciências corromperam o ser-humano, que nasceu com certas características (e não acho muito arriscado eu dizer “características mais nobres”) que foram transformadas pelo convívio em sociedade e pela sede de progresso e desenvolvimento que esta possui.
    Mais progresso, mais distância do estado natural do homem.
    É inevitável não reservar o mínimo tempo para reflexão após ler tal texto. O homem estaria se destruindo em busca de melhores condições de vida, desse conhecimento sem fim, desse hedonismo artístico? Os valores éticos sendo esquecidos, pessoas sendo segregadas porque não possuem conhecimento em determinada área ou determinado nível de vida. Não, não vale à pena.

    ResponderExcluir
  35. Jean-Jaques Rousseau em seu “Discurso sobre as ciências e as artes”, posiciona-se de forma provocadora à crença tão aceita de que estes conhecimentos só servem ao bem da humanidade.

    Para Rousseau, o modo de vida urbano é corruptor da natureza do homem. O autor considera a vida simples, no campo, em que somente os trabalhos manuais e úteis sejam realizados, como a melhor forma de vida para os seres humanos.

    Este tipo de vida, que não busca nada além do necessário, em que o homem não deseja ser melhor que os outros homens , é para Rousseau a fonte que nos mantém virtuosos e, a vida com virtudes é uma vida feliz.

    Rousseau considera tanto as artes quanto as ciências como formas de enganação do homem. Elas são aparências que eliminam as virtudes, fazem os homens se enganaram com o luxo, com as linguagens rebuscadas e os ornamentos que nada trazem a não ser o vício.

    A sociedade vista aos olhos de Rousseau, é cercada de ódio, de traições e temores por todos os lados, onde as pessoas não seguem a si próprios, mas às convenções impostas:
    “Os homens que formam este rebanho chamado sociedade, colocados nas mesmas circunstâncias, farão todos as mesmas coisas.”

    Portanto, com a elevação destes conhecimentos, que para Rousseau são supérfluos, ocorre o rebaixamento das virtudes. Ele cita diversos exemplos, dentre eles o do Império Romano onde, atrás das luzes das ciências e das artes, aconteciam inúmeros assassinatos, envenenamentos, e todos os tipos de crimes e, portanto não serviam para purificar os costumes, mas sim para alimentar os vícios.
    “Até então, os romanos se haviam contentado em praticar a virtude; tudo se perdeu quando começaram a estudá-la.”

    Para Rousseau, as artes e a ciência são ocupação de ociosos, e por se tratarem de perda de tempo porque nada de útil trazem aos homens, constituem um prejuízo à sociedade.

    Rousseau traz à tona uma nova forma de enxergar a formação ética do homem, onde o contato com o que não nos é intrinsecamente necessário é corruptor de nossas virtudes e, portanto, não nos traz a verdadeira felicidade.

    ResponderExcluir
  36. Em seu texto Rosseau faz uma crítica a ciência e a arte , colocando como que se elas fossem as culpadas pela “ homogeneização” dos homens na sociedade.
    Ao citar os costumes diz que eles acabaram moldando o homem como um só , todos passam a agir e pensar da mesma forma, a partir de conceitos pré -estabelecido, e ao invés de disseminar algum tipo de sabedoria acaba trazendo mais ignorância , pois verdadeira essência não é apresentada por ninguém, como demonstra em “reina nos costumes uma vil e enganadora uniformidade, parecendo que todos os espíritos foram atirados num mesmo molde: a polidez sempre exige, o decoro ordena; sem cessar, todos seguem os usos, jamais o seu próprio gênio”
    Ele atribui a arte como parte de um vicio e não como uma virtude do homem, diz que antes de começar a “inventar” ornamentos e etc. o homem vivia em seu estado natural , e por mais que não fosse melhor por isso , pelo menos não era uma copia de todos os outros e se sabia quem ele era verdadeiramente.
    Ou seja ele faz um questionamento de que até que ponto esse progresso é realmente bom para o homem . Acredito que o progresso de fato pode causar uma massificação, mas temos que saber como usa-lo para um desenvolvimento que preserve o homem individual e também possa contribuir para a sociedade como um todo.

    ResponderExcluir
  37. Este comentário foi removido pelo autor.

    ResponderExcluir
  38. No texto de Jean-Jacques Rousseau, há uma crítica às ciências e às artes, denunciando-as como corruptoras dos homens pois, ao invésnd e contribuírem para a purificação do gênero humano, contribuíram para a sua corrupção.

    O autor apresenta a contrariedade entre as sociedades modernas e a natureza humana, pois há uma influência negativa da civilização sobre os indivíduos, pois a civilização, de uma certa forma, substitui a cultura intelectual.

    O filme "Arquitetura da Destruição" tem alguma relação com a crítica de Rousseau. Hitler era um artista frustrado, portanto, usou o Nazismo para pregar o embelezamento do mundo, através de uma estética perfeita.

    ResponderExcluir
  39. Em seu texto "Discurso as ciências e as artes", Jean-Jacques Rousseau através de perguntas que tentam induzir o leitora uma conclusão, apresenta que o homem ao deixar de lado seu estado de natureza, toda sua probidade, honradez, força e energia para se dedicar às ciências e às artes teria se corrompido no que tinha de mais puro.
    O restabelecimento das ciências e das artes teria contribuido para o corrompimento dos costumes.

    ResponderExcluir
  40. Rousseau alerta o leitor que, apesar dos impressionantes feitos proporcionados pelas ciências e artes ao homem, as ciências e as artes não são qualidades virtudes verdadeiras, são, pelo contrario originadas de vícios e que confundir as ciências e artes com virtudes morais é uma das causas da uniformização comportamental que os indivíduos sofrem ao saírem do estado natural para se tornarem uma sociedade civil. Essa uniformização mascara a verdadeira personalidade das pessoas e distancia as pessoas umas das outras.
    Ocultando as verdadeiras caracteristicas das pessoas com a máscara da uniformidade, cada individuo se distancia dos demais, receia contato por medode sair ferido por seu semelhante, e daí as relações entre as pessoas se tornam frias, e ações como a traição e outros vícios se tornam corríqueiros, e todos decorrentes da máscara de uniformidade que a civilização coloca em cada indíviduo e que esconde do mundo seu verdadeiro ser.

    Diferenciar a ciẽncia e as artes da moral é necessessario para que o ser humano tenha acesso ao que realmente deveria importar, o conhecimento de si mesmo, caminho para a felicidade. Não conhecer a si mesmo, ou deixar-se ofuscar a mente pela beleza da ciência e artes leva aos vícios, e estes são o caminho oposto à felicidade.

    ResponderExcluir
  41. LAYS ARAUJO: O texto gira em torno da pergunta inicial na qual ele deixa para os leitores responderem, usando o mesmo método de socrates, a questao é: O restabelecimento das ciências e das artes contribuiu para purificar ou para corromper os costumes? Rousseau acredita que as ciências e as artes não refinaram o homem, ele até as critica, pois acredita que corrompeu o homem, e as classifica como máscaras porque escondem a vaidade e o orgulho. A sociedade, na concepção de Rousseau é a culpada pela decomposição da moral, na qual foi substituída pela cultura individual, ele aponta uma diferença entre ser e parecer. Em fim para Rousseau as ciências e as artes são atividades para desocupadas porque ocasiona uma perda de tempo e não traz nada de útil pra quem pratica.

    ResponderExcluir
  42. Em “Discurso sobre as CIÊNCIAS E AS ARTES” Jean-Jacques Rousseau interroga se ao abandonar o estado de natureza, o ser humano perverte-se se concentrando agora em ciências e artes. Pois antes o homem era ignorante, e aos poucos foi vencendo os tempos de barbárie, de forma inesperada e podemos dizer também meio que revolucionaria. Essa revolução atingiu em todos os parâmetros a sociedade: cultural, artístico, social, econômico, cientifico, etc.
    Com a revolução, vem o progresso, a evolução, e esta nem sempre acontece de uma forma muito ética.
    Como exemplo disso, temos as guerras mais famosas como a II Guerra Mundial, que se tornou importantíssima para a evolução cientifica da humanidade, mas que não podemos negar que também foi um dos eventos mais “desrespeitosos” aos direitos humanos.

    ResponderExcluir