quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

6. TEMA 4 - ARGUMENTOS MORAIS

Caros Alunos,

Após ler o texto: “Haverá Provas em Ética?”, de James Rachel, disponível em:
e o texto: “Apologia de Sócrates” de Platão. Disponível em :
e examinar o material disponível em:
 elabore, até 24hs. do dia 21 de fevereiro, uma postagem com seus comentários sobre o tema.

44 comentários:

  1. Será que existem razões puramente morais? È difícil tentarmos provar que algo é ético. Parece que estamos sempre apoiando nossos argumentos em outros preceitos – religioso, leis, tradição. Conforme o texto muitas vezes as pessoas ignoram a razão. Ou então estão justificando seu juízo segundo um padrão.

    ResponderExcluir
  2. A dificuldade em definir ética devido ao seu subjetivismo é uma grande deficiência do tema, enquanto que a ciência parece bem objetiva e facilita a afirmação ou negação, julgam alguns, mas será mesmo tão difícl chegar num consenso sobre debates morais?
    A discussão sobre o que é certo e o que é errado pode ser resolvida quando apresentamos argumentos válidos de forma que fique evidente a defesa de um ponto de vista em detrimento ao outro.
    Quando analisamos um assunto complicado e controverso como o aborto, fica extremamente difícil encontrar provas éticas, ou argumentos tão bons que inviabilizem outros, mas em assuntos cotidianos isso se torna um pouco mais simples, desmistificando a impossibilidade da ética.
    Analisando os dois textos vemos a importância de se ter bons argumentos na defesa ou contra qualquer que seja o tema, desse modo, se não for possível convencer alguém para que haja adesão ao que se defende ou acusa, haverá pelo menos um enriquecimento do debate ético que não precisará ser visto mais como um caminho com muitas voltas e sem destino.

    ResponderExcluir
  3. O primeiro tema realmente me impressionou com uma ideia que não tinha passado pela minha cabeça, a de que não devemos rejeitar teorias éticas por não conseguirem explicar alguns casos extremos. Para mim, logo que uma teoria não conseguisse explicar um caso, ela deveria ser revisada, porém se pensarmos assim até teorias cientifica altamente difundidas possuem falhas (não conseguem explicar certos casos extremos), desta forma elas também não seriam validas.
    Outro ponto que eu gostaria de fazer é que não são sós os debates sobre ética que se baseiam em dados não empíricos, diversos campos da ciência moderna também são incapazes de demonstrar empiricamente suas teorias, como por exemplo, a física quântica ou a existência da força e matéria escura, mas isso não retira nenhum valor destas.

    ResponderExcluir
  4. Este comentário foi removido pelo autor.

    ResponderExcluir
  5. O Subjetivismo ético é ainda tão recorrente devido a nossa crença na inexistência de provas em ética. Isso acontece pois sempre que pensamos em ética pensamos, por exemplo, em grandes questões, nas mais difícies de solucionar, como o aborto. Podemos provar que o mesmo é certo ou errado?
    Estamos então sempre na tentativa de provar que o nosso ponto de vista é correto. Uma das maneiras de sermos bem sucedidos é apresentar boas razões para o nosso argumento moral. Por exemplo, mentir é mau. Por que mentir é mau? Boas razões: prejudica as pessoas, é uma violação de confiança, e há a regra “não mentir” necessária na sociedade, pois se não pudéssemos dizer que outras pessoas dirão a verdade, a comunicação ia ser impossível, assim como a sociedade. Devemos então apoiar nossos juízos em boas razões e oferecer explicações da importância delas.
    Assim atentamos na Apologia de Sócrates, que é um dircurso com o qual se defende das calúnias que o fizeram (não acreditar nos deuses, introduzir novos cultos e corromper a juventude). Começa se defendendo dizendo que dirá apenas a verdade, sendo essa uma preocupação sua como filósofo, e alegando que seus acusadores não teriam compromisso com ela, procuravam apenas persuadir. A construção de sua defesa está diretamente ligada a defesa dos nossos juízos morais proposta pelo autor James Rachels, em que Sócrates desenvolve um pensamento racional onde fornece razões, analisa argumentos, estabelece princípios.
    O motivo de tantas pessoas ainda acreditarem que não há provas em ética é devido a três motivos:
    - ao padrão inadequado que temos em mente que para provar algo devemos ter observações e experiências científicas. O fato do raciocínio ético ser diferente do científico não o torna deficiente;
    - ao fato de focarmos sempre nas questões mais complicadas. Esquecemos que até na física há certos pontos em que não há um acordo comum entre os que a estudam;
    - a nossa confusão em achar que provar que uma idéia é correta é igual a pesuadir alguém a aceita-la. Poderá sempre existir alguém que venha a discordar mesmo diante de um argumento exemplar. Em ética, principalmente pelo fato dela poder exigir que façamos coisas que não queremos, as vezes escolhemos não dar ouvidos à razão.

    ResponderExcluir
  6. Nota-se que provar algo em ética exige, em alguns casos, um esforço além do que é exigido em uma prova científica, porém isso não torna um argumento ético impossível de ser provado. Necessita-se argumentar de forma exemplar, e, mesmo assim, o outro pode não aderir ao raciocínio por seu próprio orgulho, uma dada convicção ou até mesmo teimosia. Os temas da abordagem ética podem ser desde simples até extremamente complexos, os temas simples conseguem obter uma maior probabilidade de coesão entre um grupo de indivíduos, enquanto um tema mais complexo transforma-se em uma batalha argumentativa que parece não ter fim. A ética pode tentar fazer com que realizemos coisas as quais não gostaríamos, por isso ainda há uma barreira nesse tipo de estudo. Creio que devemos estabelecer a diferença entre uma prova científica e uma prova ética, pois a ética não se enquadra nos moldes do método científico.

    Após a leitura do segundo texto, notei que Sócrates agia sempre de uma maneira a obter como conseqüência o “bem” grego, me pareceu que esse conceito de bem é muito próximo do conceito de ética trabalhado na primeira aula quanto à forma de agir excelentemente, da maneira mais correta possível. Assim, Sócrates acreditava que sua morte (e as dos seres que viveram virtuosamente) ocorreria no melhor momento possível. Portanto, não haveria razão pela qual agir de forma incorreta, mesmo que para evitar a própria morte, fosse justificado.

    ResponderExcluir
  7. A idéia de que devem ser analisados sempre os casos mais complexos do ponto de vista ético, faz com que se tenha uma impressão de impossibilidade de debate. Ou seja, ao tentar se ter uma visão racional das questões éticas, acabamos por fazer exatamente o contrário, nos afastando da ciência. Isso, porque as ciências naturais normalmente se baseiam em paradigmas apoiados por experimentos relativamente simples, para então se aprofundar em questões mais complexas, que até hoje são debatidas, sendo que, muitas ainda não são provadas.
    Então, parece evidente que qualquer que seja a teoria ética, desta não se pode exigir mais do que exigimos das de outras áreas da ciência. Isto, principalmente, em vista da complexidade do tema.

    ResponderExcluir
  8. Diante das perspectivas abordadas pelos textos indicados, pode-se dizer que em “Haverá Provas em Ética?”, James Rachel busca evidenciar uma proporção entre o que entendemos por ética e as teorias científicas. Nos exemplos sugeridos pelo autor são tratadas questões da objetividade e subjetividade de um juízo de valor, em que fatos como a mentira no caso de Jones que a utiliza como uma forma de manipular as pessoas ou então a circunstância que leva uma determinada vendedora a ser desonesta com seus clientes, são atividades que de certa forma nos levam a acreditar que o conceito objetivo das coisas possui provas com valor verdade, entretanto, por muitas vezes foi defendida a idéia de que as aplicações éticas não poderiam proporcionar grandes indícios a respeito de diversos argumentos. Assim, o raciocínio do filósofo trata de descobrir as principais diferenças entre a ética e a ciência, afirmando que enquanto a ciência conquista a objetividade parcial dos fatos, a ética em si não consegue apresentar uma descrição dos acontecimentos independente dos sujeitos.
    Segundo Rachel “A questão do aborto, por exemplo, é muito complicada e difícil. Se pensarmos apenas em questões como esta torna-se fácil acreditar que as ‘provas’ em ética são impossíveis. Mas poderia dizer-se o mesmo das ciências. Há matérias complicadas sobre as quais os físicos não conseguem chegar a acordo; se nos concentrássemos apenas nelas poderíamos concluir que não há provas em física” . Isto é, alguns pontos éticos podem representar a objetividade, tal como, por exemplo, a ciência física, contudo, os juízos morais são provados e expressos com a argumentação sob um raciocínio conclusivo, o que se difere da ciência que apresenta provas por meio da investigação dos princípios com experimentações. A meu ver, esse debate deixa claro que muitos temas sobre ética ainda não podem ser totalmente decifrados, como também o ramo de conhecimento sistematizado não consegue contrapor todas as dúvidas pertinentes à existência humana.

    ResponderExcluir
  9. Continuação...

    Partindo dessa concepção, pode-se associar essa proposição aos dois outros textos indicados: “Apologia de Sócrates” e “Diálogos Platônicos – Apologia de Sócrates”, em que a posição ética de Sócrates é debatida de tal forma que ele é levado a um julgamento. Desse modo a sentença judicial submete os indivíduos a uma reflexão sobre a sistematização, a defesa de determinados conceitos e, sobretudo, a constituição natural da ética (a representação do bem e do mal). Acredito que na época dos gregos a perfeição e a identidade do bem comum eram questões tão firmadas que talvez não pudesse haver um debate eficiente para identificar outras linhas de raciocínio que garantissem uma dualidade de pensamento, o que levaria as pessoas a seguir os padrões determinados pela sociedade ao invés de despender forças para quebrar a barreira dos modelos sociais.
    O trecho “Quando os meus filhinhos ficarem adultos, puni-os, é cidadãos, atormentai-os do mesmo modo que eu os vos atormentei, quando vos parecer que eles cuidam mais das riquezas ou de outras coisas do que da virtude”; revela que a essência de viver virtuosamente era tão importante para Sócrates que ele preferia morrer a ser uma pessoa sem virtude. Diante disso, presumo que a idéia principal da ética socrática é que a influência do conhecimento genuíno pode ofertar ferramentas para que os indivíduos construam propostas sobre o que é agir corretamente, conforme o bem, já que a consciência da própria existência é capaz de mudar padrões morais de uma única pessoa, e também de sociedade em que vive.

    ResponderExcluir
  10. Neste tema percebemos que ainda mais complexo que provar uma teoria científica (objetiva), é a prova utilizando a ética, devido ao grande subjetivismo presente na mesma.
    Entretanto, sabemos que não é impossível. Necessita-se utilizar a argumentação de forma excelente, sem falhas, podendo ser simples (mais facilmente entendida) ou complexas (que podem levar a uma sequência de argumentações podendo ser entendidas ou não) e ainda assim, correndo o risco de o interlocutor não aceitar seu argumento por falta de cultura ou até mesmo pelo seu próprio orgulho.
    Uma argumentação complexa pode ser explicada quando analisamos a questão do abordo em que chegamos à uma série de questões e argumentos que se tornam cada vez mais difíceis de serem esclarecidos por teorias éticas, visto que, cada um possui sua opinião. Enquando que momentos do cotidiano podem sem facilmente exemplicados e sintetizados, por caracterizarem uma argumentação simples.

    No texto de Sócrates é facil perceber que o mesmo agia sempre de forma "correta", para alcançar o bem comum, a forma excelente, da maneira mais correta, acreditando que assim sua morte ocorreria espontaneamente, no momento perfeito..

    ResponderExcluir
  11. Após a leitura e reflexão sobre o material apresentado, pude concluir que a defesa de argumentos morais pode ser extremamente trabalhosa. Diferentemente dos argumentos das ciências naturais e exatas que se sustentam em bases experimentais e têm meios consolidados de serem provados ou desmentidos, os argumentos morais são passíveis de questionamentos e dependem da ética / conduta moral de quem os avalia. Desse modo, também se torna difícil definir ações como justas ou injustas, uma vez que o conceito de justiça depende dos preceitos morais. Porém, apesar de sua maior complexidade, a argumentação moral pode apresentar provas , quando bem justificada e baseada em fatos concretos, como acontece no exemplo do aluno em relação a prova que seu professor lhe aplicara , apresentado no texto “Haverá provas em ética?” de James Rachels. Apesar de não seguir uma linha lógica de argumentação, nem comprovar empiricamente sua reivindicação, o garoto a justificou fortemente e provou que estava correto. Acredito que as características desse tipo de argumentação estejam presentes em sua efetividade nos tribunais, onde apesar de ter o suporte da legislação, a decisão dos casos depende muito da concepção do juiz e da qualidade da justificativa em defesa, ou contra o acusado.

    ResponderExcluir
  12. No texto “Haverá provas em ética?”, o autor facilmente convenceria até o mais cético dos pensadores com seu argumento acerca da existência de provas em ética, e de que ela nem sempre é uma área extremamente subjetiva e variável de acordo com quem a está avaliando. É claro que o caráter fortemente subjetivo da ética é velho conhecido de todos, mas não é porque ele é predominante, que ele impede que em algumas situações possa se encontrar padrões objetivos éticos e morais, e que nós possamos decidir, sem muito debate, se determinada situação ou atitude é má ou não.
    Porém, não há como negar que a subjetividade da ética predomina quando estamos tratando de assuntos mais sérios, que por essa razão se tornam também mais polêmicos, como o aborto, que é exemplo sempre citado, pena de morte etc. A prova empírica, quando se envolve questões éticas complicadas, é praticamente impossível de existir. Por exemplo, não podemos saber se um aborto que uma adolescente fez trouxe mais malefícios ou benefícios, fazendo um apanhado geral.
    No texto de Sócrates, podemos conferir como argumentos acerca de atitudes que não se definiram ainda como éticas ou não podem ser relativos e desconsiderados. O filósofo foi acusado de fazer a cabeça dos jovens atenienses, pregar que existiriam mais deuses que os gregos acreditavam existir, e negar a existência das outras divindades já consagradas. Seus acusadores utilizaram-se de demagogias e influências para condená-lo, ainda que os argumentos de Sócrates fossem mais consistentes e apontassem falhas nas razões dos acusadores. Prova real (e bem antiga!) de que grandes questões éticas tendem a não conseguir chegar a um acordo geral de como serem resolvidas da melhor maneira (da maneira mais ética), ocorrendo, portanto, a injustiça às vezes.

    ResponderExcluir
  13. Retiram dos argumentos morais a objetividade científica porque acusam-nos de não estarem condicionados à razão pura, mas sim imbuídos de um subjetivismo ético que é exposto por meio de uma retórica que pode, por vezes, adequar-se aos interesses dos interlocutores e assim tornar deficientes os juízos morais. Ocorre que a retidão dos conceitos morais não pode ser relativizada. Os argumentos morais podem ser entendidos como os valores morais fundamentais aos homens, aqueles que por seu significado próprio representam verdades incontestáveis (pelo menos para as pessoas razoáveis, como disse James Rachels), mas também podem representar o artífico utilizado por oradores exímios, ou porque desfrutam de autoridade, ou porque através de sua eloquência podem habilmente persuadir o público com argumentos adequados e concatenados a fim de provar a sua verdade.

    ResponderExcluir
  14. No assunto tratado podemos perceber a grande influência e profundidade da ciência na sociedade contemporânea, infiltrando-se em todos os setores da mesma e sendo a base da racionalidade humana. O método cientifico se mostra tão convincente que faz com os argumentos morais não tenham forças para persuadir a mais ninguém. Isso pode ocorrer devido ao fato de lidarmos com números exatos ou acontecimentos que podemos analisar com os olhos, caso da física. Mesmo sendo os números algo subjetivo que não podemos ver, não há ser humano que questione o valor do algarismo dois, por exemplo. Mas também poderia ser o fato de serem os argumentos morais altamente influenciados por valores e interesses particulares de cada um o real motivo dessa falha de persuasão.
    Não posso afirmar ao certo qual o verdadeiro motivo. Mas posso dizer que é notável a influência da ciência na validação desses argumentos, pois todos nós nos acostumamos com a metodologia prática e objetiva das ciências exatas, que, infelizmente, ou felizmente não pode ser aplicada em algo tão subjetivo como a ética, onde há uma enorme relatividade e diversidade de idéias e opiniões.
    Rachels em seu texto consegue quebrar esse paradigma. Não nos mostrando que os argumentos morais podem sim serem em sua totalidade comprovados. Mas sim dizendo que a metodologia cientifica também é falha em sua argumentação quando em níveis mais complexos.

    ResponderExcluir
  15. Acreditar que certos fenômenos, ações, reações, não possuem provas ou que seja impossível alcançar a mesma porque tais provas não obtêm embasamento científico, ocorre em muitos campos da sociedade, tanto nos individuais quanto e principalmente nos coletivos. Tal situação não seria diferente em relação à Ética, pois muitos que tentam escapar dos limites por vezes impostos quando se é necessária uma atitude ética, respondem a tal imposição alegando que não há provas embasadas cientificamente que comprovem se determinada ação é eticamente correta, seria então um “sinônimo da inexistência” da mesma ou da falta de autoridade no julgamento de determinada ação antiética, já que por falta de provas a ética não teria relevância.
    Porem, como o próprio texto “Haverá provas em ética?” de James Rachels relata o erro dos indivíduos que buscam a existência de provas na ética é que os mesmo a tendam encontram e discutir em questões delicadas e de difícil conclusão, um exemplo dado é o da questão do aborto, que por mais que discutamos esgotando todas as possibilidades de o porquê da permissão ou da proibição raramente chegaremos a uma conclusão exata - até mesmo porque creio que por nossas ações contemplarem um misto de objetividade e subjetividade, nem sempre podemos afirmar com exatidão uma única ou algumas razões que levaram um indivíduo a ser ético ou não. Até mesmo a Ciência que muitos julgam ser titular de uma “verdade absoluta” e inatingível, possui aspectos que não podem ser comprovados empiricamente, sendo assim algumas teorias são aceitas por convenção ou apoiando-se apenas na sua base teórica.
    Portanto, se nos apoiarmos em questões mais “simples”, se usarmos o exemplo da necessidade de se dizer a verdade, porque está pode ser provada, pois se todos mentissem não haveria o porquê da comunicação que tornaria-se impossível, e caso isso acontecesse a própria sociedade perderia seu sentido, sendo também impossível. Deve-se tratar a questão da ética, como tratamos a Ciência, ou seja, ela não perde sua importância devido a algumas questões presentes em seu campo que não podem ser completamente comprovadas em seus próprios moldes, assim deve ocorrer na mesma proporção com a ética.

    ResponderExcluir
  16. Subjetivismo da ética é um tema recorrente devido à sua complexibilidade e problemáticas envolvidas.
    Entender que para provar algo eticamente é muito diferente do que provar cientificamente parece ser simples. Porém, saber se a comprovação ética é realmente válida é que é o problema. Enquanto a comprovação científica segue uma linha de racicínio empiricamente comprovado, tentando usar o maior número de provas para se chegar a um denominador comum, a ética, por mais que tenha os melhores argumentos possíveis e que todos se convençam de sua veracidade não será possível uma comprovação empírica.
    Mas será que a ética precisa de provas empíricas para dizer que está certa?
    Na verdade, não temos como provar que sim e nem que não, porém eu acredito que o mais importante é que as pessoas cheguem a um cosenso sobre um determinado assunto e a partir disso estaria "provado" a sua veracidade independente de existir ou não provas científicas.

    ResponderExcluir
  17. Se o subjetivismo não é considera real, por que razão algumas pessoas são atraídas por ele?
    A ciência nos oferece o paradigma de objetividade e quando comparamos à ética e ciência, notamos que na ética faltam certas características presentes na ciência, como por exemplo o fato de não conseguirmos provar a ética.

    Os nossos juízos podem apoiar-se em boas razões, e oferecer explicações do porquê essas razões terem importância. Como exemplo cito o caso da mentira, nós não podemos impedir que os outros mintam, mas em uma sociedade onde todos mentem, a comunicação torna-se impossível e, se a comunicação fosse impossível não poderia existir uma sociedade. Por isso, a regra exigindo que não se minta é necessária para que uma sociedade possa existir.

    Porém, a impressão de que os juízos morais não se pode provar ainda é grande. Isso acontece por três motivos:
    -as pessoas acreditam que para provar algo, é necessário observações e experiências científicas, esse na ética não podemos observar a presença desses elementos, ela não possui provas. Em contrapartida, em ética o pensamento racional consiste em fornecer razões, analisar argumentos, estabelecer e justificar princípios. O fato de o raciocínio ético ser diferente do raciocínio científico não o torna deficiente. A ciência não é uma verdade absoluta, por isso não podemos usar os mesmos métodos que usamos na ciência em ética.
    -Quando pensamos em provar algo, pensamos automaticamente em questões difíceis. Dessa maneira é fácil dizer que a ética é impossível de se provar, como por exemplo o caso do aborto que é uma questão muito complexa.
    -As pessoas confundem duas coisas: provar a correcção de uma ideia e persuadir alguém a aceitar as nossas provas.

    É de se esperar que em ética as pessoas recusem dar ouvidos à razão. A ética podeexigir a realização de coisas que não queremos fazer, por isso muitas vezes não damos ouvidos às exigências da ética.

    No segundo texto “Apologia de Sócrates”, Sócrates é acusado de não reconhecer os deuses que o Estado reconhece, de introduzir novos cultos e corromper a juventude. Porém, no ínicio do julgamento ele adverte que dirá somente a verdade e afirma que seus acusadores nada disseram de verdadeiro, embora tenham sido tão convincentes que quase fizeram o próprio Sócrates crer que era culpado. Sócrates analisa constantemente os argumentos do acusador, rebatendo as suas próprias acusações à favor de si mesmo. No final do julgamento Sócrates diz que não está surpreso em ser condenado, pois para ele a morte viria no momento certo. Falar a verdade para Sócrates era melhor do que mentir, mesmo que para isso se custasse a vida.

    Não basta apenas saber, devemos saber sobre o saber e analisar asdiferentes situações. A ciência não é uma verdade absoluta, por isso não podemos usar os mesmos métodos que usamos na ciência em ética. Analisando os três textos, podemos afirmar que a discussão filosófica não tem base empírica. Isso é feito através de outros métodos e de diferentes métodos de análises. Não basta apenas saber, devemos saber sobre o saber e analisar as diferentes situações.

    ResponderExcluir
  18. Segundo James Rachels, as provas em ética não têm embasamento empírico. Porém, isso não torna necessariamente inválidas essas provas, que baseiam-se na argumentação racional. Sócrates utiliza a argumentação racional para defender-se das acusações que sofre, e até mesmo invertê-las contra seus acusadores. Sua conduta (ética) é assim justificada através de provas racionais, fornecendo razões e argumentos coerentes.

    ResponderExcluir
  19. Bruno Mendes Cavalcante

    De fato o subjetivismo ético é um grande empecilho na aceitação do conceito ético para a sociedade. Temos muita dificuldade em aceitar aquilo que não vemos claramente, o ser humano é por natureza cético no assunto conhecimento, prefere sempre desconfiar antes de ser convencido a confiar em algo que lhe é dito.
    A falta de provas, ou a dificuldade em demonstrá-las quando o assunto é ética, acaba por deixar de lado esse tema.
    O homem é fascinado pelo extraordinário, pelo novo, que é principalmente trazido a ele pelas ciências naturais, principalmente as chamadas hard science. Isto é fácil de se notar, basta olhar para as revistas científicas ou canais televisivos que tratam de ciências. Os temas são sempre os mesmos: descobertas de novos planetas, curas para doenças, clones humanos, meteoros e etc.
    Não tratamos de debates subjetivos, principalmente pela dificuldade em se provar alguma coisa. Se pensarmos em ética parece que o saber está sempre atrelado a algum conhecimento pré concebidos, e que as idéias éticas propostas não se sustentam por si mesmas.
    O fato é que os temas geralmente propostos à ética são os mais complexos de serem analisados, por isso de imediato sentimos tantas dificuldades em compreende-los. Questões como o aborto, a pena de morte ou a moralidade no direito são difíceis, por trazerem idéias que precisam de elaboração complexa para definirmos como ético ou não. Se pensarmos em questões mais fáceis, do nosso cotidiano conseguimos desvendar as teorias éticas.
    Outra grande diferenças entre esses tipos de conhecimento está no fato de a abordagem ética ser feita em termos, utilizando assim uma linguagem que não possui bases experimentais, como no caso da defesa de Sócrates.

    ResponderExcluir
  20. Ao ler o texto e ler o julgamento de Platão, percebi um fato ao qual nunca havia me atido antes, que é o de que a Ética pode sim apresentar provas de suas conclusões.

    Talvez não as provas tradicionais às quais estamos acostumados, mas provas simples que provam conclusões que inferimos delas. Alguns problemas complexos ainda não apresentam consensos, mas, como diz o primeiro texto, até as ciências mais exatas apresentam problemas que não apresentam consensos.

    O único ponto que me deixa insegura em relação a essa teoria, é o ponto em que o autor diz que qualquer pessoa com mínima consciência compreenderia e aceitaria o argumento, porém, em alguns casos, como matar, a consciência dos kami kazes ou homens bomba – que eu acredito que sejam, ao menos, mínimas – não julga o ato como errado, apesar de nos parecer óbvio que sim. Então, considerar alguém como mau e justificar isso como “João é mau porque mata pessoas.” Poderia não ser um argumento moral tão óbvio e claro como para a maioria das pessoas. Isso sem me ater a detalhes e problemas muito complexos, já que o ato de matar outra pessoa não é considerado como ruim em alguns casos e em culturas diferentes, como citei a japonesa e de alguns grupos radicais islâmicos.

    ResponderExcluir
  21. Como visto nos textos dos outros temas, a ética é uma discussão filosófica, porém este tipo de discussão não possui provas empíricas, diferente das ciências naturais, que podem ser testadas empiricamente, nos fornecendo paradigmas objetivos da realidade. As provas da ética são as boas razões pelas quais uma ação é feita e isto não a torna inferior à ciência. No entanto, a ética aborda também muitos assuntos complexos de serem analisados, assuntos estes, que mesmo as melhores razões ainda não são suficientes para comprovar sua veracidade. Neste caso, o que devemos pensar? Os argumentos morais ou as boas razões são, realmente, provas concretas de que uma ação é ética?

    ResponderExcluir
  22. James Rachel em "Haverá provas em ética?" tenta construir argumentos para provar que é possível abordar os problemas morais de forma racional apesar de que para determinados assuntos envolvendo ética não serem fáceis de provar se são certos ou errados, também em outras áreas, outras ciências o mesmo ocorre. Alguns assuntos em física por exemplo não tem explicação única para os cientistas.
    Podemos construir um debate ético, no entanto, não necessariamente praticá-lo, já que "a ética pode exigir a realização de coisas que não queremos fazer, sendo, pois, muito previsível que tentemos evitar ouvir as suas exigências".
    Em "Apologia a Sócrates", Sócrates tenta se defender de maneira racional de acusações que fizeram a ele, como não acreditar inteiramente nos deuses e corromper a juventude, de ser "especulador das coisas celestes e investigador das subterrâneas e que torna mais forte a razão mais fraca", ou seja, de se considerar sábio. Defende-se argumentando que ele é o mais sábio que os outros, comparando-se com trágicos, políticos, comediógrafos, artífices, etc: "eu sou mais sábio do que esse homem, pois que, ao contrário, nenhum de nós sabe nada de belo e bom, mas aquele homem acredita saber alguma coisa, sem sabê-la, enquanto eu, como não sei nada, também estou certo de não saber". Enfim, ele cria um debate por meio da razão para provar sua inocência e que nada do que fez foi errado.

    ResponderExcluir
  23. Existe muito preconceito em relação à garantia de veracidade das questões éticas. Os argumentos contrários dizem que não se pode provar os juízos éticos.

    O que James Rachels mostra em seu texto, é que as coisas não são bem assim, que existem sim consensos em questões éticas mais simples, e que a grande dificuldade de se achar certezas se encontra em grandes problemas (ex: aborto), assim como também ocorre com as ciências naturais.

    A linguagem das discussões éticas, é uma linguagem própria, a linguagem filosófica, e a construção de seu raciocínio é baseado na razão, para o alcance de princípios que foram sistematicamente analisados, de certa forma foram “postos à prova”.

    No texto “Apologia de Sócrates” de Platão, Sócrates é levado a julgamento por ser acusado de não aceitar os deuses, introduzir novos cultos e de corromper os jovens de Atenas.

    O próprio Sócrates faz sua defesa, e seus argumentos recorrem à razão, são lógicos e confrontam suas acusações de modo a provar que suas atitudes são exatamente contrárias às quais estava sendo acusado de cometer. Como seu pensamento e sua forma de vida eram um grande incômodo para a elite ateniense, foi condenado à morte.

    Sócrates tinha outras opções que não a morte, como desmentir tudo que pregou ou que deixasse da cidade, mas manteve-se alinhado àquilo que acreditava e aceitou a condenação que não ferisse seus princípios, ele não temia a morte. Este foi um grande exemplo de princípios éticos que refletiram na conduta, a teoria que se manifestou na prática.

    ResponderExcluir
  24. Uma pergunta em relação a ética se dá em saber se ela está embasada em provas empiricas, mas podemos dizer que ela se baseia em analisar argumentos, razões e tentar justifica-la, tentando provar a idéia central ou convencer as pessoas a aceitar suas provas, para beneficio próprio.
    E com isso não pode se dizer que a defesa está certa ou errada, devido ser impossível provar sua veracidade empiricamente, assim como Socrates alertava os atenienses, para que não se deixassem persuadir pelo falso interesse da época. Para ele, esse interesse não era verdadeiro porque se pagava para tê-lo.
    E como não podendo ser, não pode se obrigar as pessoas as aceitar as suas defesas, elas vão muitas vezes recusar as razões por simplesmente não querer atender as suas exigêcias.

    ResponderExcluir
  25. Em sua defesa, Sócrates, dá uma aula sobre argumentação moral, lógica e até irrefutável (apesar da condenação).
    Com seu discurso, Sócrates demonstra como provar algo moralmente, apesar, repito, de ser condenado. Aliás, ele fora condenado por não usar recursos que iriam contra sua conduta, ou seja, refutou a nossa ideia de que teoria e prática são diferentes (o único que conheço não fazer esta distinção), pois mesmo podendo sofrer pena de morte, causar um desagrado aos seus familiares e seguidores, ele fez o que tinha de fazer, isto é, seguiu sua teoria ética, sua conduta, enfrentou o medo de todos os humanos (a morte) de modo a fazer-nos pensar se realmente devemos teme-la. Não abandonou em nenhum momento sua teoria ética. Na verdade, argumentou com excelência a favor dela.Sócrates, foi um exemplo de pensador.
    Não obstante a tantos elogios, questiono sobre a “voz sobrenatural”, o Deus, o “demônio caseiro” que o conduzia. Pois, ele era dotado de um conhecimento das “coisas do mundo” e de uma sabedoria de saber que nada sabe. Isso o diferia dos demais, o tornava sábio, mas, pensemos: ele partia de um pressuposto mítico, algo sobrenatural, um dom divino. Até quando esse argumento é válido? Podemos partir de algo “sobrenatural” para explicar o “natural”, as condutas, a bondade e maldade, o “fazer o que deve ser feito”? Ademais, como saberemos quem é detentor desse dom, como ele avisará os demais e ainda deveremos acreditar nele? Abandonar nossa razão?
    Porquanto, todos argumentos de Sócrates são válidos, e admito que são incríveis, e de uma inteligência deslumbrante, mas aceitar esse demônio caseiro...

    ResponderExcluir
  26. Sócrates e Diógenes de Sínope. O pensamento socrático e o pensamento cínico. Ao publico Sócrates se dirigia, enchendo-lhes o saco, expondo o quanto desconheciam o que julgavam conhecer. Já Diógenes, em público se masturbava, lamentando-se não satisfazer seu estômago esfregando-o também. Sócrates é acusado de ser um pop-star que corrompe a juventude corrompe com suas idéias. Diógenes é acusado de ter uma vida de cão, por viver sem artificialidades em seu barril, contente com essa acusação responde que irá balançar a cauda pros que lhe dão algo, latir para os que recusam, e morder os patifes. Por suas ações Sócrates é levado ao tribunal. Se defendendo revela o quanto as acusações de seus detratores são falsas e que seu único crime foi de ter abalado as estruturas de que todos repousavam, e por esse crime se responsabiliza. Para cumprir sua missão de filósofo aceita a pena imposta, bebe cicuta. Por sua vez, Diógenes em suas ações é considerado corajoso e estúpido, o homem mais poderoso da Terra naquela época, Alexandre, o admirava e foi ao seu encontro, ao encontrá-lo em seu barril oferece a Diógenes o que ele quisesse. Diógenes desejou apenas que ele se movesse da frente de seu sol. Gregos, criaturas peculiares, daqueles tempos lições que vem a tona aos dias de hoje.

    No texto de James Rachels, “Haverá provas em ética?”, menciona-se a necessidade científica de provas e que esse tipo de conhecimento parece estar um passo a frente do debate ético por esse elemento. Por outro lado o século XX trouxe as concepções científicas num patamar muito próximo á Ética, hoje sabemos que na ciência não existe nada “provado” o bastante que não possa ser contestado depois, não existe mais a pretensão der ser uma certeza objetiva imbatível, embora tenha-se algumas poucas certezas. A ciência hoje privilegia hipóteses, crenças articuladas, justificadas – privilegia o uso da razão para entender os fatos, o mundo. Mesmo muitas vezes não podendo testar algumas de suas proposições, a Ética compartilha também da mesma base científica que apresenta razões, contra-razões, vai se articulando, se explicando e de pouco em pouco sendo melhorada. As biografias de Sócrates e Diógenes nos vêm á tona. Vemos o quanto Sócrates lutou pelo exame minucioso do que se toma por atos morais e se confundem com conformidades cotidianas, os que percebiam o quanto não sabiam estavam convidados a acompanhar Sócrates na busca filosófica pelo bem, pela virtude. Já Diógenes mostrava o que era ético por meio de suas ações, uma ética que desdenhava todas as futilidades da vida, considerando a maneira mais correta de viver aquela que satisfaz as necessidades mais simples expostas na máxima “para o homem o homem basta-lhe a vida”.

    A grande lição que fica é que tudo está perante o grande tribunal da razão, das ações mais íntimas até as mais convencionais, hoje esse grande tribunal absolve Sócrates e condena seus condenadores. A vida humana passa por esse crivo, por essas biografias vemos que o significado de ética do grego antiga não atinge só comportamento e conduta humana mais também de índole, caráter humano e que a vida ética que vale a pena ser vivida envolve certos sacrifícios. Hoje esse grande tribunal nos obriga a justificar, articular, discutir, rediscutir as nossas ações, nossas escolhas, tentando melhorar o viver ao invés de só sobreviver.

    ResponderExcluir
  27. O filme tão comentado em aula "Cisne Negro":
    http://www.megavideo.com/?v=H01I01FE

    PS: Defesa inspirada em Sócrates... Não sou culpado de violar os copyrights, e sim de violar as intenções capitalistas dos produtores. Me condenem a beber Coca-Cola... :]

    ResponderExcluir
  28. No texto de James Rachels o autor apresenta como é possível a construção de argumentos morais, os quais possuem algumas diferenças dos argumentos científicos, por isso não se deve considerar que os juízos éticos não podem ser mais que "meras opiniões". Segundo o autor a posição que os juízos morais são "insusceptíveis de prova", deve-se basicamente a três posições.
    O primeiro ponto é que o raciocínio ético é diferente do raciocínio científico, mas nem por isso faz com que o raciocínio ético seja inferior ao científico, eles são diferentes coisa ciência consiste na observação e na procura pela regularidade, para se chegar as provas, já a ética está ligada à análise, busca e justificação de argumentos.
    O segundo ponto refere-se à dificuldade de provar os juízos morais em questões problemáticas, como o aborto, que é um assunto delicado para se conseguir provar qual é o juízo moral correto a ser seguido, mas isso afeta também a ciência que em diversas áreas não consegue provar qual é a melhor teoria para se explicar um determinado fenômeno. No entanto, em ambas em assuntos mais simples a maioria das pessoas possui um entendimento comum.
    O terceiro ponto vem da aceitação de um argumento moral, este pode estar construído de maneira exemplar, sem erros, no entanto, não significa que será possível convencer as pessoas com ele, para um debate crítico as pessoas envolvidas devem-se estar abertas à argumentação se baseando na racionalidade, mas muitas pessoas não estão interessadas neste tipo de situação. "Afinal de contas, a ética pode exigir a realização de coisas que não queremos fazer, sendo, pois, muito previsível que tentemos evitar ouvir as suas exigências.”
    Na apologia de Sócrates, temos um grande exemplo de prática de princípios éticos,
    Sócrates acusado de corromper com a juventude, de negar os deus e criar novos cultos. Faz sua própria defesa, baseada em argumentos racionais, demonstrando por meio da lógica sua inocência, nega-se a corromper com seus princípios durante sua defesa. Mas como o tribunal estava movido pelas paixões como a raiva, o medo dos ensinamentos de Sócrates, assim o condena. Este vê que a morte é a melhor alternativa frente às possibilidades que lhe são possíveis e que acabariam ferindo seus princípios. Sócrates na ética seria o tipo ideal, o padrão exemplar de comportamento ético a ser seguido, uma pena que tipos puros não existem na realidade.

    ResponderExcluir
  29. A ética é algo indefinível. E por isso pode ser considerada subjetiva. Por mais razões que se obtenham para sustentar uma ideia ética, ela não poderá ser provada. A discussão sobre os limites de veracidade da mesma passa pela Filosofia. E pelo fato de não ter nada em que ela se apóie, a etica pode adquirir várias facetas, formas de abordagem ou aplicação. Apesar disso, a ética atravessou os anos tornando-se necessária à ordem da sociedade, ainda que de maneira não tão confiável, cientificamente falando.

    ResponderExcluir
  30. As provas e os universais
    Johnny Seron Bispo

    Para existir prova é necessário admitir que existam universais?
    Não existindo universais, ou não se acreditando em universais, é necessário admitir que exista o consenso. Para as questões de fronteira é difícil configurar o consenso, porém para as questões médias o consenso pode ser facilmente alcançado através de argumentação racional. Produzir provas em éticas, a meu ver, é produzir argumentos embasados em critérios sólidos e razoáveis. Porém, voltando às questões de fronteira, quando muitas abordagens do problema têm argumentação sólida e razoável nos defrontamos com a impossibilidade de universais, e o que nos restará como opção será o “estudo de caso” baseado em critérios éticos aplicados à razoabilidade comum. Se não existem universais para as fronteiras, existem universais?

    ResponderExcluir
  31. Quase sempre que pensamos em provar algo nos remetemos as provas empíricas fornecidas pelas ciências naturais.Porém a Ética nã fornece este tipo de verificação,não é possível calcular um desvio padrão de uma teoria e quantificar o quanto ela pode divergir.Essa dificuldade em livrar-se dessa idéia de prova traz dificuldades a compreensão da forma pela qual a Ética traz suas provas e teorias,as vezes acarretando em uma confusão entre um argumeto moral para convencer e uma teoria ética.
    No texto sobre Sócrates onde ele está sendo acusado ele mesmo diz que seus acusadores apresentaram uma argumentos tão convincentes que quase o fizeram crer que era verdade.A ética não se prova somente através de argumentos coercitivos,ela tem os seus próprios meio de ser ciência.

    ResponderExcluir
  32. Gabriel Gomes Munhoz

    Seguindo uma discussão apresentada em aula sobre a condenação de Sócrates hoje, se ele seria condenado no tipo de sociedade que vivemos, encontrei um caso análogo.
    Tenho um primo que é artista e que certo dia fez um grafite em local público. A arte que ele expôs era provocativa e tinha intenção de instigar o público que passava por uma certa passarela. A polícia o pegou em flagrante e ele ficou preso por um dia. o argumento dado por ele era relativo a expressão artística mas, no tribunal ele foi visto como um vandalo sendo que sua intençao era apenas despertar o povo para um novo conhecimento através da arte. Dito isso acredito que atualmente também haveria a punição para quem provoca outrem e como Hannah Arendt expõe em seu texto "A vida do epírito- O pensar", Sócrates age como um moscardo pois desperta os outros. O pensamento é o que muda o que já está estabelecido: palavras, constumes, morais, são pensamentos congelados e Sócrates, na medida que questionava outros inseria-os no "turbilhão do pensamento" como escreveu Heidegger. As condenações que nos referimos, portanto , ocorreram pelo carater provocativo que a arte ou a filosofia exercem através do ato de se jogar no turbilhão do pensamento e, de certa forma, aqueles que estão em suas casas ou procuram um lugar seguro em meio a esse turbilhão se sentem incomodados com aqueles que podem descobrir o novo. A construção moral ou uma constituição estabelecida em certa sociedade sente medo ao se deparar com alguém que tem coragem suficiente para enfrentar os vendavais do pensamento e por isso condenam estes atos.

    ResponderExcluir
  33. Analisando os textos propostos para análise acerca do tema “Argumentos Morais” podemos atentar para o fato de que os problemas que se referem ao estabelecimento de critérios para a formulação de argumentos morais são demasiadamente complexos. Entretanto isso não implica no fato de não haverem provas em Ética.

    Podemos sim provar (justificar) de onde surgem alguns de nossos juízos morais, porém em Ética / Moral existem temas aos quais ainda persistem certas divergências entre pontos de vista. Um dos exemplos apresentado por Rachels acerca de um juízo difícil de se provar se é certo ou errado é o aborto. Talvez seja complexo divagar sobre esse tema por haver um forte componente religioso na composição do raciocínio de nossa sociedade (judaico-cristã). Resta-nos saber se o feto é ou não uma vida e se caso for se cabe à alguém retirá-la. Todavia deixaremos essa discussão para ocasião mais oportuna, por ser ela um dos exemplos onde existem complicadores.

    Temos portanto que assim como há algumas proposições científicas difíceis de serem provadas, o que o nosso autor, por sua vez, nomenclatura como “paradigmas da Ciência” (ciência que prova ciência) também há questões que precisam ser melhor aprofundadas para se chegar à alguma reflexão conclusiva em Ética (ou ao menos o mais próximo disso possível).

    Por vezes quando assumimos uma posição neste debate ético precisamos arcar com as consequências. Como quando, por exemplo, o que está em questão é o embate entre as “leis dos homens” (Direito) e a “lei de Deus” (Religião). Entretanto isso não significa que a opinião das duas não possa nunca coincidir, pois sabemos a dificuldade de se assumir um Estado verdadeiramente laico (caso do Brasil).

    Na “Apologia à Sócrates” temos que por Sócrates afirmar que nenhum ser humano é suficientemente sábio para provar saber a Verdade sobre algo, ele de certa forma, fere a vaidade de algumas autoridades locais. Quando posto à prova para defender sua opinião ou aceitar a de seus adversários preferiu a morte (beber o veneno denominado Cicuta) do que contrariar o que havia antes exposto e o que portanto, julgava ser o Certo.

    Podemos atentar com esse exemplo para o fato de que, supostamente (segundo a Literatura) na Grécia Antiga, a questão Moral, onde se defende aquilo que se julga ser correto, não ficava meramente no debate retórico e sim era levado até às últimas consequências. Desta forma podemos deduzir que para Rachels assim como que para Sócrates o fato dos argumentos morais serem difíceis de serem debatidos não quer dizer que não possamos chegar à consensos em alguns casos sendo irracional de nossa parte assumir o contrário.

    Professor Peluso,
    Peço perdão pelo atraso da postagem. Desde já grata.

    ResponderExcluir
  34. Definir se Ética tem regras, ou ainda se haverá maneiras de prova-la, é algo bem difícil de dizer. Afinal, por consenso isso seria apenas privilégio das ciências.
    Como podemos dizer se isso é ético e aquilo não é? Voltando às discussões em aula, ética está relacionada com o bem, com o prazer, mas se cada um tem sua individualidade e sua ideia do que é bom, como definir o que é ético? Sendo um pouquinho menos genérica, vamos pensar uma pouco em casos “de menor importância”, por exemplo, ceder o seu lugar no ônibus para uma mulher gravida, ou um idoso. Como se julga alguém que não faz isso como uma pessoa imoral? Ela pode estar cansada de um dia de trabalho, ou pode também não querer ceder o lugar, mas não existe modo de descobrir o seu motivo por trás da ação. E se com casos um tanto banais quanto esses, como podemos então relacionar as “regras éticas” com casos de grande importância que hoje vem sendo palco de discussões pelo país, como o caso do aborto. Como julgar uma mulher que decide fazer o aborto como imoral quando não sabemos a motivação? E mesmo parecendo ser teoricamente bastante parecido com o exemplo que citei acima, ao contrario dele, o caso do aborto, influencia todo o rumo de uma sociedade.
    Trata-se então de ter argumentos para defender seu ponto de vista do que é ético? Eu particularmente não posso ter certeza se é apenas isso, e baseando nos textos lidos, vimos que Sócrates tinha muita força em seus argumentos e mesmo assim foi condenado.
    Então posso concluir que quando se trata de Ética, tudo é muito subjetivo, mesmo quando se tenta ser objetivo.

    ResponderExcluir
  35. Debates éticos apresentam provas de suas conclusões? A subjetividade da ética deve ser levada em consideração? Empirismo? Bem?
    Há uma grande quantidade de teorias sobre o debate ético, resultado de uma discussão calorosa de mais de 2.000 anos. Mas tanto material, por diversas vezes, são considerados “irrefutáveis” ou inconclusivos por alguns, por conta da sua incapacidade de se firmar como ciência (entenda ciência como a transcrição e comprovação de fatos através da observação). No entanto, não devemos rejeitar teorias éticas por não conseguirem explicar alguns casos extremos, como o aborto.
    Diversos campos da ciência moderna também são incapazes de demonstrar empiricamente suas teorias, como por exemplo, a física quântica ou a existência da força e matéria escura.
    Durante a nossa existência, ao fazer julgamentos e ao sermos julgados, nós, seres humanos dotados de inteligência e consciência, recorremos aos argumentos morais para tentar justificar, validar ou impor nossas opiniões atitudes. O que fazemos sistematicamente então é apoiar nossos argumentos em em boas razões e oferecer explicações da importância deles.
    No texto Apologia de Sócrates, Sócrates faz um discurso com o qual se defende das calúnias proferidas sobre a sua conduta, como introduzir novos cultos, não acreditar nos deuses e corromper a juventude). Sócrates se defende através dos juízos morais, fornecendo aos que lhe julgam através de um pensamento racional, as razões que motivaram tal conduta, sendo então passíveis de análise os argumentos através dos princípios estabelecidos. Sócrates acreditava que sua morte (e as dos seres que viveram virtuosamente) ocorreria no melhor momento possível. Não haveria razão pela qual agir de forma incorreta, mesmo que fosse para se salvar da condenação de morte. Ou seja, Sócrates preferia morrer a viver sem virtude.
    A chamada “falta de prova em ética” se deve por conta de três motivos principais, dentre outros, é claro. O primeiro se dá por conta da necessidade de comprovações empíricas, através de observações, para poder comprovar o conteúdo discutido em Ética. O segundo se dá por conta do debate ético discutir questões relativamente complexas da natureza humana. E finalmente, o conceito de que para se provar alguma teoria para uma certa comunidade científica, é necessário a persuasão dos demais.
    Portanto, no debate ético há uma forte necessidade de argumentar de forma exemplar a favor dos juízos morais.

    ResponderExcluir
  36. Este comentário foi removido pelo autor.

    ResponderExcluir
  37. É aquele velho dilema entre o tangível e o inexpressável, entre o método científico e as análises da filosofia, é aquela velha mania de ser racional de buscar razões, de buscar provas.
    Os padrões éticos que podem ser montados pelas diferentes teorias parecem montar mais um quadro de apelo, de justificativas nas tomadas de postura de todo o dia. Porém, o estudo da ética, a metaética na verdade, deve buscar questionar, buscar as raízes desses argumentos. O estabelecimento de como se deve argumentar em ética deve estar livre de qualquer carga subjetiva, e serem justificáveis em si mesmos.
    Segundo James Rachels, a nossa certeza na impossibilidade de argumentos éticos gerais e conclusivos se deve em parte a análise de temas e problemas complexos como o aborto, por exemplo. Em uma comparação com o conhecimento científico comprovado, o autor cita um caminho progressivo da ética e cita que certos padrões gerais já existem, como no caso da violência e do incesto.
    A Apologia de Sócrates pode ser considerado a primeira tentativa de análise ética conhecida, e nela podemos tomar a clara tentativa de racionalização da ética, da busca de julgamentos racionais, no caso feita pelo próprio réu de uma acusação. A ética deve ser sempre abordada dentro dessa perspectiva, ainda que o debate pelo esclarecimento dos padrões de argumentação ética estejam longe de ser conclusivos.

    ResponderExcluir
  38. Há uma grande “guerra” quando paramos para avaliar o que vale mais, a ciências ou a ética. Há assuntos, como por exemplo, o aborto, em que nem a ciência nem a ética conseguem uma resposta lógica, e assuntos óbvios que por ser algo que todos concordam nem são considerados um “problema” que deve ser pensado ou comprovado.
    No entanto a retórica é um meio tão eficaz de prova quanto a pesquisa cientifica , afinal até mesma uma pesquisa repetida mil vezes que apresenta o mesmo resultado , pode apresentar um resultado diferente no teste numero mil e um, por isso que a cada ano vemos como pesquisas dadas como certa se contradizem . Uma diferença substancial é que dentro do plano da ética, por mais que as pessoas estejam diante de uma linha de raciocínio perfeita elas vão ser influenciadas pelo seu emocional, sendo que por mais correta que esteja à teoria a pessoa pode rejeitá-la sem um motivo lógico, apenas falando que ela esta errada, no campo da ciência essa negação, pelo menos a principio, é mais difícil, pois ela estará vendo diante de seus olhos o resultado apresentado.
    Da mesma forma que no campo científico é importante que consigam realizar os experimentos com perfeição , no campo ético assim como Sócrates diz , é importante que haja pessoas que sejam boas “oradoras”, pois assim conseguem disseminar suas idéias coma mesma credibilidade de uma pesquisa científica.

    ResponderExcluir
  39. Os textos abordam a questão da aplicação dos métodos das ciências naturais nas ciências sociais, particularmente na ética. A dificuldade de provar as questões éticas empiricamente e com objetividade.

    Defende que a racionalidades é capaz de garantir boas razões provando as questões éticas colocadas em debate e ao citar o aborto fala das questões que as ciências naturais também não conseguem resolver, mas que isso não paga as que ela consegue e nem colocam em xeque seu método. Assim a prova dos juízos morais pautada na racionalidade se distancia das experiências científicas realizadas pela química, por exemplo.

    A apologia de Sócrates é um exemplo da prova pela argumentação baseada na racionalidade e justificativas válidas.

    ResponderExcluir
  40. Após a leitura dos textos e discussões em sala acredito que como é dito no texto “Haverá Provas em Ética?” muitos tentam debater eticamente assuntos demasiadamente complexos, dificultando a conclusão da discussão, e levando as pessoas a acreditarem que esses temas não nos levam a lugar nenhum, mas por outro lado essas pessoas não enxergam que assuntos bastante complexos trabalhados na física, química, biologia também não possuem gabarito, não existe um consenso entre os cientistas, físicos...
    Com a leitura da “Apologia de Sócrates”, a meu ver penso que se o ocorrido fosse nos dias de hoje sem dúvida ele (Sócrates) seria absolvido, na verdade talvez nem houvesse um julgamento para uma questão como a que ocorre no diálogo, mostrando que a sociedade muda com o tempo, cultura e tudo mais a que estamos expostos no nosso dia-a-dia. Outra coisa que é realçada no texto é que Sócrates mesmo seguindo uma linha lógica, fazendo um bom trabalho de persuasão, utilizando-se de um discurso bem elaborado, bons argumentos acaba condenado por 280 juízes.

    ResponderExcluir
  41. Quanto mais eu leio o texto, mais eu próximo chego a uma conclusão já descrita em aula pelo professor: os debates em ética não chegam a lugar algum. Não importa o quanto se fale do texto, são coisas tão óbvias que não se falou em nada. Poesia seria a palavra mais adequada ao texto de Sócrates, porque atualmente dentro de um processo jurídico esse blá blá blá nem seria considerado por alguns juízes.
    O texto “Haverá Provas em Ética?” se passa de forma idêntica, sem acrescentar nada além do que o senso comum não pudesse apreciar, dito apenas de forma mais bonita. Os outros temas do blog apontaram assuntos bem interessantes, mas neste todos os diálogos são apenas repetições do que já é evidente.

    ResponderExcluir
  42. Caros Alunos,
    A partir desta, novas postagens nesse tema não serão tomadas em conta na avaliação das atividades da disciplina.

    ResponderExcluir
  43. Um dos questionamentos que podemos levantar a cerca da ética é se podemos estudá-la com bases empíricas, isso não estaria de todo correto, no entanto podemos dizer que ela se baseia em analisar argumentos, razões e tentar justificá-la, tentando assim comprovar sua tese e convencendo a audiência das proposições levantadas.
    Sendo assim não podemos dizer que qualquer proposição a certa da ética ser totalmente correta ou totalmente errado, devido ser impossível provar sua veracidade empiricamente, assim como Socrates alertava os atenienses, para que não se deixassem persuadir pelo falso interesse da época. Para ele, esse interesse não era verdadeiro porque se pagava para tê-lo.
    E como não podendo ser, não pode se obrigar as pessoas as aceitar as suas defesas, elas vão muitas vezes recusar as razões por simplesmente não querer atender as suas exigências.

    ResponderExcluir
  44. Como a definição de ética não é exata, já se esperava que fatos empíricos não comprovassem ou pouco ajudassem no que se diz sobre comportamento ético, uma vez que estes fatos tem que ser baseado em uma teoria, e a teoria em questão não está ou não pode ser bem formulada através dos moldes requeridos.
    A racionalidade é sim capaz de influenciar em bons comportamentos, porém lembrando que o ser humano não é apenas racional, mas também movido por suas paixões, o que nos torna diferente de um robô. Porém fato que deve ser relevado é que a ética do ponto de vista filosófico, deve sim ser associada com questões sociológicas como o texto coloca, uma vez que propõe o bem e inclui neste o bem coletivo, o bem da sociedade. Assim ao meu ponto de vista a ética filosófica deve caminhar de mãos dadas com questões sociais, já que o bem de todos e o bem do coletivo estão em questão, e um pensamento individual não seria anti-ético? Deixo a pergunta e uma intriga, Na Grécia antiga, a mesma na qual estudamos Sócrates, quem tinha um pensamento coletivo ( e não individual), eram quem pensava na POLIS, por isso eram chamados de POLISTICOS, de onde foi originada a palavra politico. Portanto, Ética as vezes foi definida neste curso como querer o bem, e a partir do bem individual teríamos um bem coletivo, e mesmo sem base empírica, sera que estaríamos sendo políticos? Ou assim como a palavra ética, a palavra politica virou banal ou mal usada? Não sendo políticos, não estaríamos pensando no coletivo, e ai sim entra a sociologia junto a filosofia, estaríamos sendo éticos?
    Obs.: A publicação acima não esta feito de acordo com as prazos requisitados por motivo de Doença.

    ResponderExcluir